Cinema
8º Panorama Digital do Cinema Suíço faz live com os diretores Kleber Mendonça e Basil da Cunha
Publicado
4 anos atrásem
Por
RedaçãoFim do Mundo
“O Fim do Mundo”, longa lançado em 2019, estreia na programação no dia 3 de setembro e fica em cartaz até o dia 5 de setembro. Com uma forte temática social, o filme conta a história de Spira, um jovem que passou 8, dos seus 18 anos, em um reformatório. Porém, está de volta à Reboleira, uma favela localizada em Lisboa. O diretor, Basil da Cunha, que viveu no bairro da Reboleira criou laços de amizade duradouros com seus moradores. Então, tornou seus companheiros de rap protagonistas do filme – jovens das periferias das grandes cidades em todos os continentes, que lutam por sua existência e seus sonhos.
“O Fim do Mundo”, além do seu valor intrínseco, como obra fílmica, traz uma marca representativa do cinema contemporâneo suíço, as diferentes origens de seus diretores. Ou seja, uma mescla de cineastas consagrados e mais jovens. Estes últimos, ao abrirem novas fronteiras cinematográficas, incorporaram novos territórios, cores e línguas, renovando o cinema helvético, como é o caso do próprio Basil da Cunha, suíço-português.
Inclusive, este é o segundo longa-metragem do diretor. Recebeu excelente críticas e foi considerado por alguns como uma pequena obra-prima. Além disso, foi o único filme suíço em competição no Festival de Locarno, em 2019. Por fim, em 2020, recebeu o prêmio da Academia Suíça de Melhor Fotografia.
SERVIÇO
Quando: Quinta-feira, dia 03 de setembro, às 20h
Onde: Instagram do CineSesc (@cinesescsp) – instagram.com/cinesescsp
8º Panorama Digital do Cinema Suíço
Onde: Exibições gratuitas na plataforma Sesc Digital: http://www.sescsp.org.br/
Ademais, veja o filme completo “Na Beira”:
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Cinema
‘Névoa prateada’, de Sacha Polak, é filme para refletir | Crítica
O longa estreia no dia 18 de abril nos cinemas de Brasília e São Paulo.
Publicado
13 horas atrásem
18 de abril de 2024Por
Livia BrazilNévoa prateada é um filme arrebatador que, com certeza, não vai passar incólume. O longa propicia emoções intensas, sejam elas positivas ou negativas. Fato que muitos não irão gostar. Alguns podem considerá-lo extremo demais, pesado demais. Os espectadores acostumados a tratar o cinema somente como forma de entretenimento e diversão provavelmente não irão gostar, já que é um filme que propõe análise e questionamentos. E que retrata uma realidade comum em alguns lugares da Inglaterra – e também de outros locais. Contudo, para quem gosta de assistir filmes que criticam a sociedade e comportamentos é um prato cheio. E para quem pretende aprender com o audiovisual também.
Mas sobre o que fala Névoa prateada?
A protagonista do filme é Franky, uma enfermeira de 23 anos que vive com a família em um bairro no leste de Londres. Obcecada por vingança e com a necessidade de encontrar culpados por um acidente traumático ocorrido há 15 anos, ela é incapaz de se envolver em um relacionamento com alguma profundidade. Até que se apaixona por Florence, uma de suas pacientes. As duas fogem para o litoral, onde Florence mora com a família. Lá, Franky encontrará o refúgio emocional para lidar com as questões do passado.
A saber, a atriz Vicky Knight, intérprete de Franky, venceu o Prêmio do Júri do Teddy Award do Festival de Berlim. Além disso, o longa recebeu indicação de Melhor Filme no Panorama Audience Award e foi destaque na programação da 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Participou, também, dos prêmios Dinard British Film Festival (vencedor como melhor filme), Tribeca Film Festival (indicado ao Best International Narrative Feature), FilmOut San Diego US, Sunny Bunny LGBTQIA+ Film Festival, entre outros.
A diretora de Névoa prateada, Sacha Polak, costuma levar para filmes temas difíceis, que poderiam facilmente ser assunto de terapia. A necessidade de se sentir amada, preconceitos, dificuldade de esquecer uma situação, aceitação. No longa em questão, Sacha trata de vários assuntos, como autoaceitação e, também, dificuldade de perdoar. Porém, apesar de ter uma gama de temas, o filme não se torna cansativo ou confuso. Muito pelo contrário, o roteiro passa para o espectador muito bem todos os conflitos da protagonista.
Além disso, Franky não é apresentada de forma piegas ou clichê. Por ter sido vítima de um incêndio, a personagem tem marcas em sua pele que poderiam, em uma narrativa mais lugar comum, transformá-la em uma pessoa que se vitimiza ou que é vista como coitadinha o tempo todo pelos outros. Mas não é isso que Sacha quer passar para quem assiste. E, apesar de não ter uma vida fácil, é possível enxergar Franky para além de suas cicatrizes. Franky é uma personagem complexa, completa e muito bem desenvolvida, tanto pelo roteiro quanto por sua intérprete.
Talvez por já ter trabalhado com Sacha Polak anteriormente, Vicky Knight tem facilidade em transpor para a tela os conflitos internos de Franky sem deixá-la simples demais ou transformá-la em um mártir. Também ajuda ter passado por situações parecidas com as da personagem. O fato é que foi justo o prêmio Teddy Awards que Vicky recebeu, já que consegue trabalhar nos detalhes, algo que nem todo ator tem sucesso.
Fotografia
Apesar de ser um recurso bastante comum, não deixa de ser interessante ver o filme em cores mais frias, já que Franky não tem uma vida fácil e passa por conflitos internos durante todo o filme. Também é possível que tal característica seja por ter sido filmado na Inglaterra, onde não há mesmo muito sol. Todavia, fica claro que Sacha Polak – e também a fotografia de Tibor Dingelstad – quis expressar o interior de Vicky nas cores frias que vemos nas cenas.
Além disso, a escolha de planos abertos quando Vicky se encontra perdida em sua vida e planos mais fechados quando ela começa a se encontrar ajudam a contar a história da protagonista. E, também, de sua coadjuvante, Florence. Aliás, Esme Creed-Miles arrasa na interpretação da menina totalmente sem rumo e influenciável. Se há algo negativo nesse filme é que Florence poderia ter tido mais espaço. E também, talvez, poderia ter havido mais cenas de Franky e Alice. Vicky Knight e Angela Bruce têm uma química muito boa em tela e poderia ter sido mais explorada.
Para resumir, é um filme bastante introspectivo, bonito e reflexivo, que mostra, de forma original, o valor das pessoas que nos rodeiam. Névoa prateada estreia no dia 18 de abril nos cinemas de Brasília e São Paulo.
Por fim, fique com o trailer:
Ficha Técnica
NÉVOA PRATEADA (Silver Haze)
Holanda, Reino Unido | 2023 | 1h42min. | Drama
Direção e roteiro: Sacha Polak.
Elenco: Vicky Knight, Esme Creed-Miles, Archie Brigden, Angela Bruce, Brandon Bendell, Carrie Bunyan, Alfie Deegan, Sarah-Jane Dent.
Produção: Viking Films.
Distribuição: Bitelli Films.
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