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Crítica – As aventuras do jovem Tolkien

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Um dos escritores que mais influenciou o mundo com sua criatividade e inventividade.  É considerado um dos pais da literatura fantástica moderna e criou toda uma língua (Quenya). Se não fosse por J. R.R. Tolkien, o que seria do gênero fantasia? Teríamos hoje Game of Thrones, por exemplo?

E ficava aquela dúvida: de onde este homem tirou tamanha inspiração?  É isso que o filme tenta mostrar. Tolkien, do diretor finlandês Dome Karukoski, procura revelar quem era o autor antes de escrever seu primeiro grande sucesso O Hobbit. Vemos um menino brincando na floresta e vários dos eventos que influenciaram suas obras. Inclusive a mulher que o impulsionou para se tornar o homem que nos influencia até hoje. No entanto, há sim alguns momentos em que o filme acaba por retratar de maneira imprecisa a verdadeira vida do autor, o que trouxe, inclusive, algumas reclamações de fã-clubes. Muitos defenderam, como alguns colegas que conversei após ver a sessão, de que é bom e foi “romantizado”. A verdade é que os pontos principais estão ali sim, com uma ou outra mudança e algumas licenças criativas bem legais que dão um toque épico.

A cinebiografia começa criando expectativas mostrando um desses pontos tão importantes que marcam uma pessoa eternamente: a guerra. John Ronald Reuel Tolkien participou na Batalha de Somme, na França, uma das mais bárbaras da Primeira Guerra Mundial. Lá está o jovem Tolkien (Nicholas Hoult) em meio à batalha buscando seu amigo. Ao longo da exibição vemos cenas críveis do horror da guerra e várias que nos remetem diretamente aos filmes de O Senhor dos Anéis, geradas por alucinações devido a uma febre de trincheira que afeta nosso herói.

Tolkien critica vivente andante
Foto: 20th Century Fox / Divulgação

Voltamos no tempo e vemos como Tolkien fica órfão logo cedo junto com seu irmão e é ajudado por um padre (Colm Meaney), que lembra um pouco um mago que conhecemos, tal de Gandalf. Na casa onde é aceito conhece uma menina que cresce para se tornar seu grande amor, um romance que muda sua vida e vira uma de suas maiores motivações. Edith Bratt foi a inspiração para a mais bela personagem de seus livros, a elfa Lúthien. Na película é vivida pela atriz Lily Collins, filha do músico Phil Collins, que desempenha o papel muito bem, trazendo mais vida a um roteiro meio devagar e previsível às vezes. Contudo, sem dúvidas, existe química entre Hoult e Collins e esse lindo amor romântico é gostoso de ver, tem poesia.

Temos também Geoffrey Smith (Anthony Boyle), Christoper Wiseman (Tom Glynn-Carney) e Robert Gilson (Patrick Gibson) dando vida aos personagens da irmandade que Tolkien formou na vida real, uma forte e bonita amizade da infância até a idade adulta. O amor pela arte os une e são responsáveis pelos momentos mais cômicos. Heilheimer!

O longa é bem produzido e poderia ser mais curto, enxuto e dinâmico, mas conta com boas atuações. O grande foco é em duas coisas importantíssimas para qualquer ser humano: amor e amizade. São os fatores que guiam os caminhos do escritor sendo sua principal base.

É uma cinebiografia dramatizada que luta contra uma expectativa alta, contudo, reverencia as artes, as línguas, o amor e a alegria, nos fazendo refletir que O Senhor dos Anéis não é simplesmente sobre magos, elfos e anões combatendo demônios. O que torna os livros e filmes tão majestosos é que são sobre a natureza humana e como podemos tornar o mundo um lugar melhor, tentando fazer o bem, criando e estimulando coisas boas e formando amizades verdadeiras.  Essa é a batalha diária. Tolkien consegue enfatizar isso acima de tudo: a esperança na bondade. Grato, professor.

Cinema

‘Aumenta que é rock ‘n roll’ traz nostalgia gostosa | Crítica

Longa protagonizado por Johnny Massaro e George Sauma estreia em 25 de abril.

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Uns anos atrás, mais especificamente em 2019, o Festival do Rio (e outros festivais do Brasil) trazia em sua programação um documentário sobre a Rádio Fluminense. “A Maldita”, de Tetê Mattos, que levava o título da alcunha pela qual a rádio era conhecida, narrava sua história e, além disso, a influência que teve em seus ouvintes. Para muitos, principalmente os que não viveram a época, foi o primeiro contato com a rádio rock fluminense.

Anos depois, no próximo 25 de abril, quinta-feira, estreia “Aumenta que é rock ‘n roll”, longa de Tomás Portella. O longa é baseado no livro “A onda maldita: Como nasceu a Rádio Fluminense”, escrito por Luiz Antônio Mello, criador da rádio. Protagonizado por Johnny Massaro na pele de Luiz Antônio, o filme foca em toda a trajetória do jornalista desde sua primeira transmissão na rádio do colégio, até o primeiro contato com a Rádio Fluminense (por causa de seu amigo e cocriador Samuca) e a luta pra fazer da Fluminense a rádio mais rock ‘n roll do Rio de Janeiro.

Muito rock

Pra começo de conversa, é preciso dizer que o filme é uma bela homenagem ao gênero rock. Além de uma trilha sonora com nomes de peso, como AC/DC, Rita Lee, Blitz e Paralamas do Sucesso, o longa consegue mostrar ao espectador do que o rock é verdadeiramente feito: de muita ousadia e questionamentos. Em uma época em que o gênero vem sendo esquecido, principalmente pelas gerações mais jovens, Tomás Portella consegue relembrar a todos que o rock é sinônimo de controversão e revolução, já que foi criado para questionar os ideais vigentes da época.

Isso fica muito claro nos personagens que compõem a rádio e que a tocam pra frente. A ideologia de fazer diferente fica tão nítida na tela que eu desafio o espectador a não sair do filme com vontade de revolucionar o mundo ao seu redor.

Roteiro

Isso se dá, obviamente, por um texto muito bem escrito e uma trama bem desenvolvida e bem amarrada. O que significa, portanto, que L.G. Bayão fez um ótimo trabalho na adaptação do livro.

Mas, além disso, as atuações dos atores em cena tambémajudam muito. Apesar de a maioria dos atores nem sequer ter vivido a época (no máximo, eram criancinhas nos anos 80), eles personificam a vontade de transformar da época. Principalmente Flora Diegues, que tem uma atuação tão natural que dá até pra pensar que ela pegou uma máquina do tempo lá em 1982 e saltou na época em que o filme foi gravado. Infelizmente, a atriz faleceu em 2019 e uma das dedicatórias do longa é para ela. Merecidissimo, porque Flora realmente se destaca entre os integrantes da rádio rock.

Sintonia fina

George Sauma interpreta o jornalista Samuca, amigo de colégio de Luiz Antonio que cria a rádio com o colega. A escolha dos dois protagonistas não poderia ser melhor, já que Johnny Massaro e George têm uma química que salta da tela. O jogo de dupla cheio de piadas, típico dos filmes de comédia dos anos 1980, funciona muito bem entre os dois. Os dois atores têm um timing ótimo para comédia e, ao mesmo tempo, conseguem emocionar quando o texto cai para o drama. Tanto George quanto Johnny brilham.

Também brilham a cenografia e o figurino do filme. Cláudio Amaral Peixoto, diretor de arte, e Ana Avelar, figurinista, retrataram tão bem a época que parece que estamos mesmo de volta aos anos 1980. A atenção aos detalhes faz o espectador, principalmente o que viveu tudo aquilo, se sentir dentro da rádio rock.

Nostálgico

Para resumir, é um filme redondinho e gostoso de assistir, com atuações incríveis e uma trilha sonora de arrasar. Duvido sair do cinema sem vontade de ouvir uma musiquinha de rock que seja!

Fique, por fim, com o trailer de “Aumenta que é rock ‘n roll”:

Ficha Técnica

AUMENTA QUE É ROCK ‘N ROLL

Brasil | 2023 | Comédia

Direção: Tomás Portella

Roteiro: L.G. Bayão

Elenco: Johnny Massaro, George Sauma, João Vitor Silva, Marina Provenzzano, Orã Figueiredo.

Produção: Luz Mágica

Coprodução: Globo Filmes e Mistika

Distribuição: H2O Films.

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