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Cultura

Balada Literária | Dia Nobre discute feminismo, maternidade e infância

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Balada Literária com Dia Nobre

As tensas relações entre mãe e filha e as diferentes formas de abuso dão o tom do livro “No útero não existe gravidade”, de Dia Nobre, que participa do bate-papo Ela, a Literatura na Balada Literária, às 12h desta sexta-feira (2), ao lado da também escritora Clarice Müller. A mediação é do escritor e curador do projeto, Marcelino Freire.

Este é o segundo livro da autora, que foi finalista do Prêmio Caio Fernando Abreu em 2020. A obra se apresenta como híbrida e desenterra as chagas íntimas e sociais das mulheres. Em seguida, busca explorar as relações tortuosas com a família e a sociedade, de forma a esculpir as relações. A obra, que pode ser lida tanto em formato de romance como em formato de contos, traz uma personagem feminina que é acompanhada da infância à vida adulta. Ela tenta remontar mentalmente um quebra-cabeça de memórias e momentos da mãe, após ser abandonada.

A personagem é cheia de inquietações, sobretudo a partir da constatação de que ela não possui contorno. Ou seja, de acordo com a psicologia, esse seria um aspecto da constituição subjetiva do eu.

Lírica poética

Com capítulos curtos e uma linguagem que flerta, o tempo todo, com a lírica poética, o romance não é autoficcional. Entretanto, traz elementos da vida da própria autora. Tem o intuito de debater com profundidade e assertividade, a relação entre mães e filhas, o desejo de não maternidade e essa pressão social sobre ele.

“Esse foi, inclusive, o tema da minha terapia analítica por muitos anos e poder colocar no papel minhas inquietações com esse laço de maternidade; com a maternidade compulsória e com o próprio fato de eu não querer ser mãe (apesar de me sentir pressionada socialmente a sê-lo como todas as mulheres são em algum momento da vida) foi uma espécie de continuação dessa análise sobre as mulheres e às violências que o patriarcado impõe à nossa existência”, contou.

Vale destacar que “No útero não existe gravidade” trata da trajetória da personagem, tendo que se descobrir sozinha em meio a diferentes acontecimentos que são comuns às mulheres, como abuso sexual, assédio, automutilação, depressão, entre outras.

Abusos

“Qual menina nunca foi assediada por um parente ou amigo próximo? Nossas meninas estão, infelizmente, expostas a todo o tipo de violência, desde as mais sutis àquelas mais evidentes. Pesquisas apontam que os casos de automutilação entre meninas dos 13 aos 16 anos de idade aumentou 68% de 2017 até os dias de hoje. Isso tem a ver com a pressão social para se adequar a padrões, pela hiper sexualização das crianças e hiper exposição na internet. A automutilação é uma forma de dizer que algo não vai bem, é um pedido de socorro. A pessoa fala com o corte o que não sabe dizer com palavras. Acredito que é um tema urgente. É algo que incomoda, mas que precisamos falar sobre”, destacou.

Por fim, o livro traz ainda capa e ilustrações com colagens da escritora e artistas paraense Monique Malcher e, segundo a autora, é uma obra que as pessoas vão se identificar de imediato, sobretudo a partir do reforço da ideia de sororidade e de empatia com as dores de outras pessoas e, principalmente, de como se transformar estas dores em potência criativa.

“Eu digo que se você for mulher, acredito que você vai se identificar independentemente da sua trajetória ou lugar social porque ele fala de um tipo de relacionamento inevitável na vida que é aquele que temos (ou o que falta) com nossas antecessoras: mães, avós, etc. Se você for homem, esse livro tem muito a te ensinar porque fala da opressão e da violência (do abuso, dos padrões sociais) que as mulheres sofrem cotidianamente”, convida.

Serviço:

O bate-papo ocorre nesta sexta-feira (2) às 12h no perfil www.instagram.com/baladaliteraria

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Cinema

XV Festival de Cinema da Fronteira divulga programação

O evento gratuito acontece de 23 a 27 de abril de 2024 nas cidades de Bagé (RS), Sant’Ana do Livramento (RS), e Rivera (Uruguai).

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Festival de Cinema da Fronteira

A região da campanha gaúcha prepara-se para receber o 15º Festival Internacional de Cinema da Fronteira, sua maior edição. Totalmente gratuita, a atração começa no dia 23 de abril, terça-feira, em Livramento (RS) e Rivera (Uruguai), e segue de 24 a 27 de abril na cidade de Bagé (RS), com atividades também na Fronteira da Paz durante a semana. A lista completa está disponível no site festivaldafronteira.com.br e no Instagram do festival.

A programação terá sete longas em competição, sete filmes em sessões especiais e 51 curtas-metragens, além de apresentações musicais, debates, oficinas e um mercado audiovisual. Os homenageados deste ano são a cineasta Lucrecia Martel, nome máximo do cinema argentino, e o santamariense Flávio Bauraqui, prestigiado ator de teatro e cinema. Além de títulos nacionais, a seleção de longas reúne produções do Chile e Argentina, vários deles inéditos.

Em Bagé, os longas da mostra principal passam no Cine7 às 10h, 14h e 16h, enquanto os demais filmes entram em exibição no Centro Histórico Vila de Santa Thereza. Os críticos Jonas Chadarevian e Roger Lerina assinam a curadoria dos longas em competição. O Centro Histórico também será palco das apresentações musicais e homenagens. Já a programação de Livramento traz debates e longas infantis, enquanto a mostra de curtas de animação será em Rivera.

Programação

O evento começa na terça (23), em Sant’Ana do Livramento, às 9h30min, com a abertura do Fórum Audiovisual & Turismo no Auditório da ACIL para autoridades e convidados. No mesmo local, acontecem os encontros Turismo Cinematográfico: O Papel das Film Commissions, às 10h, e Destinos de Cinema: O Audiovisual Promovendo o Turismo, às 11h. Já em Bagé, às 14h30min, haverá a exibição especial do longa “Pureza” (2019), de Renato Barbieri, com Flávio Bauraqui no elenco, em Santa Thereza.

Ainda no mesmo dia, a programação muda-se para Rivera, Uruguai, às 14h30min, com a Mostra Competitiva de Curtas-metragens de Animação na UTEC (Universidad Tecnológica del Uruguay). A segunda parte da mostra de animação passa às 16h. A programação do dia termina às 19h, com o longa “Partido” (2023), de vários diretores, no mesmo local.

Na quarta (24), às 10h, Sant’Ana do Livramento recebe a mostra Fronteirinha com o longa-metragem “Placa Mãe” (2023), de Igor Bastos na Escola Estadual Rivadávia Corrêa. Antes, Bagé recebe a cerimônia de abertura, às 9h, na Casa de Cultura Pedro Wayne. Às 10h, serão projetados o curta “AI” (2019) e o longa “Zama” (2017), da homenageada Lucrecia Martel, no Cine7.

Extra

Junto ao festival também acontece o III Mercado Sur Frontera WIP LAB, voltado para profissionais da área audiovisual. As atividades ocorrem em Santa Thereza e outros locais. Entre os tutores do Sur Frontera estão importantes nomes como Maria Angela de Jesus (Paramount), Carla Esmeralda (Laboratório Novas Histórias), Walter Tiepelmann (Festival de Málaga), Juan Benitez Alassia (UCINE) e Davi de Oliveira Pinheiro (Ausgang).

Serviço

XV Festival Internacional de Cinema da Fronteira

Quando: De 23 a 27 de abril de 2024

Onde: Bagé (RS), Sant’Ana do Livramento (RS) e Rivera (Uruguai)

Todas as atividades são gratuitas.

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