Cinema
Cleo e Fiuk estrelam filme ‘Me Tira da Mira’
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2 anos atrásem
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Rafael VascoNa última segunda-feira (21) aconteceu a pré-estreia de ‘Me Tira da Mira’ no Rio de Janeiro, filme estrelado pelos irmãos Cleo e Fiuk. Aliás, eles compareceram ao evento juntamente com os demais atores do longa, como Stênio Garcia, Cris Vianna, Silvero Pereira, Mel Maia, Kaysar Dadour e Júlia Rabello. A estreia oficial é nesta quinta (24).
A saber, o filme é uma clássica comédia policial, gênero misto pouco explorado no cinema brasileiro. Por esta razão, vale a pena conferir esta empreitada, além de poder ver pela primeira vez Cleo, Fiuk e Fábio Júnior atuando juntos em um projeto cinematográfico.
Cleo policial
Em ‘Me Tira da Mira’, Cleo encarna a policial Roberta, uma destemida profissional que busca investigar a morte suspeita da atriz Antuérpia Fox (Vera Fisher). Porém, essa não é a primeira policial que vive na tela grande, uma vez que em ‘Operações Especiais’ (2015) a filha de Fábio Júnior também tinha esta profissão.
Nesse sentido, a atriz revela o que mais te atrai nesse tipo de papel:
“Eu acho que o personagem como um todo, nesse caso ela [Roberta] é uma policial, mas está envolvida em muitas situações cômicas. Então, para mim era legal poder fazer essa parte também”, confessa.
Contudo, há quase duas décadas de sua estreia no cinema, em ‘Benjamim’ (2003), a atriz ainda acredita não ser a hora de fazer um balanço de sua trajetória. “Eu não consigo fazer isso, ainda tenho muitos trabalhos no cinema pela frente”, promete.
Produção na pandemia
Dirigido pelo cineasta Hsu Chien, o filme foi produzido em plena pandemia, portanto um desafio para a equipe envolvida no projeto. Desse modo, o diretor revela que não foi fácil se adaptar a uma nova engrenagem.
“Foi uma doideira! Fomos uma das primeiras produções da retomada do audiovisual a começar a filmar, não existia nem vacina ainda. Era uma novidade muito grande voltarmos a fazer cinema. Entretanto, seguimos rigidamente os protocolos sanitários”, relata.
O ator Fiuk também conta como foi se adaptar com um novo modelo de filmagem.
“Não sabíamos com seria filmar de uma maneira diferente da que estávamos acostumados. Por isso, foi um desafio para todos nós no set, mas respeitamos todas as orientações sanitárias, o que demoraria 15 dias para filmarmos, acabou durando 1 mês e meio. Logo, tivemos um trabalho redobrado, mas valeu a pena, é muito bonito ver as pessoas acreditarem na arte”, admite.
Portanto, ‘Me Tira da Mira’ vem com o desejo de que as produções audiovisuais consigam chegar ao público neste momento de retomada. Assim, como afirmou na noite de ontem o astro Stênio Garcia, que dá vida ao bandido Paulo no longa, é primordial valorizar a sétima arte, “o cinema é maravilhoso, parece que está sempre renascendo e esse filme faz parte de uma nova fase do cinema brasileiro”, afirma o ator.
Serviço:
Direção: Hsu Chien
Elenco: Cleo, Fiuk, Fábio Júnior, Sérgio Guizé, Stênio Garcia e Cris Vianna
Estreia: 24 de março
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Cinema
‘Névoa prateada’, de Sacha Polak, é filme para refletir | Crítica
O longa estreia no dia 18 de abril nos cinemas de Brasília e São Paulo.
Publicado
16 horas atrásem
18 de abril de 2024Por
Livia BrazilNévoa prateada é um filme arrebatador que, com certeza, não vai passar incólume. O longa propicia emoções intensas, sejam elas positivas ou negativas. Fato que muitos não irão gostar. Alguns podem considerá-lo extremo demais, pesado demais. Os espectadores acostumados a tratar o cinema somente como forma de entretenimento e diversão provavelmente não irão gostar, já que é um filme que propõe análise e questionamentos. E que retrata uma realidade comum em alguns lugares da Inglaterra – e também de outros locais. Contudo, para quem gosta de assistir filmes que criticam a sociedade e comportamentos é um prato cheio. E para quem pretende aprender com o audiovisual também.
Mas sobre o que fala Névoa prateada?
A protagonista do filme é Franky, uma enfermeira de 23 anos que vive com a família em um bairro no leste de Londres. Obcecada por vingança e com a necessidade de encontrar culpados por um acidente traumático ocorrido há 15 anos, ela é incapaz de se envolver em um relacionamento com alguma profundidade. Até que se apaixona por Florence, uma de suas pacientes. As duas fogem para o litoral, onde Florence mora com a família. Lá, Franky encontrará o refúgio emocional para lidar com as questões do passado.
A saber, a atriz Vicky Knight, intérprete de Franky, venceu o Prêmio do Júri do Teddy Award do Festival de Berlim. Além disso, o longa recebeu indicação de Melhor Filme no Panorama Audience Award e foi destaque na programação da 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Participou, também, dos prêmios Dinard British Film Festival (vencedor como melhor filme), Tribeca Film Festival (indicado ao Best International Narrative Feature), FilmOut San Diego US, Sunny Bunny LGBTQIA+ Film Festival, entre outros.
A diretora de Névoa prateada, Sacha Polak, costuma levar para filmes temas difíceis, que poderiam facilmente ser assunto de terapia. A necessidade de se sentir amada, preconceitos, dificuldade de esquecer uma situação, aceitação. No longa em questão, Sacha trata de vários assuntos, como autoaceitação e, também, dificuldade de perdoar. Porém, apesar de ter uma gama de temas, o filme não se torna cansativo ou confuso. Muito pelo contrário, o roteiro passa para o espectador muito bem todos os conflitos da protagonista.
Além disso, Franky não é apresentada de forma piegas ou clichê. Por ter sido vítima de um incêndio, a personagem tem marcas em sua pele que poderiam, em uma narrativa mais lugar comum, transformá-la em uma pessoa que se vitimiza ou que é vista como coitadinha o tempo todo pelos outros. Mas não é isso que Sacha quer passar para quem assiste. E, apesar de não ter uma vida fácil, é possível enxergar Franky para além de suas cicatrizes. Franky é uma personagem complexa, completa e muito bem desenvolvida, tanto pelo roteiro quanto por sua intérprete.
Talvez por já ter trabalhado com Sacha Polak anteriormente, Vicky Knight tem facilidade em transpor para a tela os conflitos internos de Franky sem deixá-la simples demais ou transformá-la em um mártir. Também ajuda ter passado por situações parecidas com as da personagem. O fato é que foi justo o prêmio Teddy Awards que Vicky recebeu, já que consegue trabalhar nos detalhes, algo que nem todo ator tem sucesso.
Fotografia
Apesar de ser um recurso bastante comum, não deixa de ser interessante ver o filme em cores mais frias, já que Franky não tem uma vida fácil e passa por conflitos internos durante todo o filme. Também é possível que tal característica seja por ter sido filmado na Inglaterra, onde não há mesmo muito sol. Todavia, fica claro que Sacha Polak – e também a fotografia de Tibor Dingelstad – quis expressar o interior de Vicky nas cores frias que vemos nas cenas.
Além disso, a escolha de planos abertos quando Vicky se encontra perdida em sua vida e planos mais fechados quando ela começa a se encontrar ajudam a contar a história da protagonista. E, também, de sua coadjuvante, Florence. Aliás, Esme Creed-Miles arrasa na interpretação da menina totalmente sem rumo e influenciável. Se há algo negativo nesse filme é que Florence poderia ter tido mais espaço. E também, talvez, poderia ter havido mais cenas de Franky e Alice. Vicky Knight e Angela Bruce têm uma química muito boa em tela e poderia ter sido mais explorada.
Para resumir, é um filme bastante introspectivo, bonito e reflexivo, que mostra, de forma original, o valor das pessoas que nos rodeiam. Névoa prateada estreia no dia 18 de abril nos cinemas de Brasília e São Paulo.
Por fim, fique com o trailer:
Ficha Técnica
NÉVOA PRATEADA (Silver Haze)
Holanda, Reino Unido | 2023 | 1h42min. | Drama
Direção e roteiro: Sacha Polak.
Elenco: Vicky Knight, Esme Creed-Miles, Archie Brigden, Angela Bruce, Brandon Bendell, Carrie Bunyan, Alfie Deegan, Sarah-Jane Dent.
Produção: Viking Films.
Distribuição: Bitelli Films.
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