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Crítica | Um Pequeno Grande Plano

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pequeno grande plano

Um Pequeno Grande Plano tem a virtude de passar uma mensagem necessária e contemporânea de forma engraçada. Tudo começa com o menino Joseph, em boa atuação de Joseph Engel, explicando que vendeu algumas coisas de seus pais, sem que eles soubessem. As reações de Louis Garrell e Laetitia Casta são cômicas, mas o melhor é a forma como o menino explica os motivos, citando o aquecimento global e seus anseios e angústias com relação ao que vem acontecendo na Terra.

Um grupo de crianças resolveu juntar dinheiro para salvar o planeta, começando pelo continente africano. Ainda sobra tempo para criticar o Brasil. As crianças dizem que farão o oposto do país tupiniquim, que derruba suas florestas, e irão ampliar a natureza na África.

Louis Garrel dirige e assina o roteiro em parceria com Jean-Claude Carrière (“No Portal da Eternidade”) e Naïla Guiguet. A direção segue a linha do naturalismo com uma câmera que se movimenta para parecer que estamos ali com eles.

Planeta e maturidade

Uma das melhores coisas dessa película é ver como as crianças surpreendem os pais com (certa) maturidade, disposição, inteligência e, acima de tudo, com sensibilidade. Elas colocam a mão na massa e fazem (quase) tudo com planejamento e retidão, desde as coisas burocráticas até as reuniões. O ativismo das crianças é estratégico e faz pensar em como os governos do mundo poderiam fazer tudo diferente, se assim que quisessem. Infelizmente sabemos que há interesses gananciosos e crueis que mantém a destruição do planeta caminhando a passos largos.

A cinematografia é de Julien Poupard (“Os Miseráveis”), e a produção executiva é de Pascal Caucheteux (“Ferrugem e Osso”) e funciona, principalmente nas cenas noturnas na floresta.

Um Pequeno Grande Plano foi exibido no Festival Internacional de Cannes, em 2021, na seleção “Cinema for the Climate” e no Festival Varilux de Cinema Francês, em 2022. Estreia neste 18 de agosto nos cinemas brasileiros com distribuição da Synapse Distribution.

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Cinema

‘Aumenta que é rock ‘n roll’ traz nostalgia gostosa | Crítica

Longa protagonizado por Johnny Massaro e George Sauma estreia em 25 de abril.

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Uns anos atrás, mais especificamente em 2019, o Festival do Rio (e outros festivais do Brasil) trazia em sua programação um documentário sobre a Rádio Fluminense. “A Maldita”, de Tetê Mattos, que levava o título da alcunha pela qual a rádio era conhecida, narrava sua história e, além disso, a influência que teve em seus ouvintes. Para muitos, principalmente os que não viveram a época, foi o primeiro contato com a rádio rock fluminense.

Anos depois, no próximo 25 de abril, quinta-feira, estreia “Aumenta que é rock ‘n roll”, longa de Tomás Portella. O longa é baseado no livro “A onda maldita: Como nasceu a Rádio Fluminense”, escrito por Luiz Antônio Mello, criador da rádio. Protagonizado por Johnny Massaro na pele de Luiz Antônio, o filme foca em toda a trajetória do jornalista desde sua primeira transmissão na rádio do colégio, até o primeiro contato com a Rádio Fluminense (por causa de seu amigo e cocriador Samuca) e a luta pra fazer da Fluminense a rádio mais rock ‘n roll do Rio de Janeiro.

Muito rock

Pra começo de conversa, é preciso dizer que o filme é uma bela homenagem ao gênero rock. Além de uma trilha sonora com nomes de peso, como AC/DC, Rita Lee, Blitz e Paralamas do Sucesso, o longa consegue mostrar ao espectador do que o rock é verdadeiramente feito: de muita ousadia e questionamentos. Em uma época em que o gênero vem sendo esquecido, principalmente pelas gerações mais jovens, Tomás Portella consegue relembrar a todos que o rock é sinônimo de controversão e revolução, já que foi criado para questionar os ideais vigentes da época.

Isso fica muito claro nos personagens que compõem a rádio e que a tocam pra frente. A ideologia de fazer diferente fica tão nítida na tela que eu desafio o espectador a não sair do filme com vontade de revolucionar o mundo ao seu redor.

Roteiro

Isso se dá, obviamente, por um texto muito bem escrito e uma trama bem desenvolvida e bem amarrada. O que significa, portanto, que L.G. Bayão fez um ótimo trabalho na adaptação do livro.

Mas, além disso, as atuações dos atores em cena tambémajudam muito. Apesar de a maioria dos atores nem sequer ter vivido a época (no máximo, eram criancinhas nos anos 80), eles personificam a vontade de transformar da época. Principalmente Flora Diegues, que tem uma atuação tão natural que dá até pra pensar que ela pegou uma máquina do tempo lá em 1982 e saltou na época em que o filme foi gravado. Infelizmente, a atriz faleceu em 2019 e uma das dedicatórias do longa é para ela. Merecidissimo, porque Flora realmente se destaca entre os integrantes da rádio rock.

Sintonia fina

George Sauma interpreta o jornalista Samuca, amigo de colégio de Luiz Antonio que cria a rádio com o colega. A escolha dos dois protagonistas não poderia ser melhor, já que Johnny Massaro e George têm uma química que salta da tela. O jogo de dupla cheio de piadas, típico dos filmes de comédia dos anos 1980, funciona muito bem entre os dois. Os dois atores têm um timing ótimo para comédia e, ao mesmo tempo, conseguem emocionar quando o texto cai para o drama. Tanto George quanto Johnny brilham.

Também brilham a cenografia e o figurino do filme. Cláudio Amaral Peixoto, diretor de arte, e Ana Avelar, figurinista, retrataram tão bem a época que parece que estamos mesmo de volta aos anos 1980. A atenção aos detalhes faz o espectador, principalmente o que viveu tudo aquilo, se sentir dentro da rádio rock.

Nostálgico

Para resumir, é um filme redondinho e gostoso de assistir, com atuações incríveis e uma trilha sonora de arrasar. Duvido sair do cinema sem vontade de ouvir uma musiquinha de rock que seja!

Fique, por fim, com o trailer de “Aumenta que é rock ‘n roll”:

Ficha Técnica

AUMENTA QUE É ROCK ‘N ROLL

Brasil | 2023 | Comédia

Direção: Tomás Portella

Roteiro: L.G. Bayão

Elenco: Johnny Massaro, George Sauma, João Vitor Silva, Marina Provenzzano, Orã Figueiredo.

Produção: Luz Mágica

Coprodução: Globo Filmes e Mistika

Distribuição: H2O Films.

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