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Cinema

Os Quatro Paralamas | Um mergulho na trajetória da banda brasileira

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Antes de mais nada, Os Quatro Paralamas, documentário de Roberto Berliner e Paschoal Samora estará disponível para ser assistido no Festival É Tudo Verdade nesse fim de semana. A história de uma das bandas mais influentes no cenário do rock nacional, escrevendo sucesso atrás de sucesso desde os gloriosos anos 80. Berliner e Samora acompanham a trajetória da banda desde seu início; suas lentes vem observando, questionando, entrevistando e largamente curtindo com os três Paralamas oficiais e o seu empresário de lambuja. 

Herbert Vianna, Bi Ribeiro, João Barone e José Fortes

A princípio, Os Quatro Paralamas mostra que não é apenas um filme sobre uma banda, é mais um retrato de uma geração inteira de jovens que cresceram e agora estão em plena meia idade. Os Paralamas são emblemáticos na sua brasilidade, no seu som meio ska energizado, no ritmo eletrizante que trouxe um som inovador para a finada (e ressuscitada!) Rádio Cidade, Transamérica e tantas outras. Assim, essa vibe agitada é replicada com a montagem que intercala cenas documentais e videoclipes. 

Ainda mais, é fascinante ver a evolução da banda, indo de tocar na Rural aqui no Rio até o Rock in Rio e depois ganhando o mundo. Além do trio vemos os integrantes satélites, amigos, parceiros de estúdio, fotógrafos e todos aqueles que deram suporte. Os diretores fazem uma tentativa de desconstruir o mito do artista independente e vão um pouco além disso, logo no começo, Vianna fala sobre as responsabilidades de cada um. O próprio frontman fala sobre como cada um dos três tem um papel fundamental ali dentro, como cada um é especialista numa área e como os seus trabalhos se entrelaçam criando os Paralamas do Sucesso.

Linguagem

Os documentários tem como objetivo mostrar a realidade, por mais impossível que isso seja. O simples ato de contextualizar uma imagem a imbui com uma narrativa, um discurso, uma versão dos fatos. Se torna fácil apresentar um filme e dizer “isso é o real” e ignorar tudo que fica por fora. A montagem cria essa irrealidade; uma versão da vida com uma curadoria dos melhores momentos. Por outro lado, a narrativa linear é previsível, mas é uma fórmula que funciona muito bem. Apesar de ser uma forma batida de contar uma história, isso não atrapalha, apenas aconchega na sua familiaridade. Em suma, Os Quatro Paralamas é um apanhado dos melhores momentos de uma carreira que chegou de 38 anos. 

Finalmente, Os Quatro Paralamas é íntimo, pessoal, e, ao mesmo tempo, é uma invasão de privacidade. A câmera dos diretores está sempre presente, mesmo durante os momentos onde não deveriam ser lembrados. Você não consegue deixar de se sentir próximo desses caras que fizeram a trilha sonora dos anos de ouro de toda uma geração. Essa proximidade afaga a curiosidade não só dos fãs do grupo, mas de qualquer brasileiro que curte uma boa música. Em suma, esse documentário com certeza vai ser prazeroso para toda e qualquer audiência.

A saber, para ver o filme acesse o site do festival.

Afinal, veja o trailer abaixo:

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Cinema

Crítica: Transo

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capa de Transo, silhueta de uma pessoa com prótese

Ao assistir ao documentário “TRANSO”, refleti sobre a peça de teatro “Meu Corpo Está Aqui“, Fica evidente a poderosa narrativa que ambos compartilham sobre a invisibilidade das pessoas com deficiência na sociedade. A forma como essas obras abordam as experiências íntimas e pessoais desses indivíduos é impactante e provocativa.

O documentário mergulha calorosamente na vida sexual dos atores. Dessa forma, quebra tabus e preconceitos ao mostrar que a deficiência não é um obstáculo para a vivência plena da sexualidade.

O documentário, assim como a peça de teatro, é um veículo para desafiar percepções e estimular conversas importantes sobre inclusão.

Impacto Social

Em um mundo que frequentemente marginaliza e exclui as pessoas com deficiência, é importante dar voz a esses indivíduos e celebrar sua capacidade de amar, se relacionar e sentir prazer.

Além de abordar as experiências individuais, o documentário também nos traz reflexões sobre a construção social da sexualidade e como as pessoas com deficiência são constantemente erotizadas ou dessexualizadas pelo olhar alheio.

Nas histórias compartilhadas fica evidente que existem diferentes formas de vivenciar o sexo e os relacionamentos, e que cada pessoa tem suas próprias necessidades, desejos e limitações. É importante lembrar que a diversidade também se faz presente nesse aspecto fundamental da humanidade.

Afeto

Ao enfatizar o afeto e o auto prazer, “Transo” nos leva a repensar conceitos tradicionais de sexualidade e a entender que o prazer não é exclusivo do sexo genital, mas sim uma vasta gama de sensações e experiências. Essa ampliação de perspectiva nos ajuda a enxergar além dos estereótipos estabelecidos e a celebrar a pluralidade da sexualidade humana.

O longa conta com a participação de Ana Maria Noberto, Adrieli de Alcântara, Daniel Massafera, Edvaldo Carmo de Santos, Fernando Campos, Jonas Lucena da Silva, Kollinn Benvenutti, Marcelo Vindicatto, Mona Rikumbi, Nayara Rodrigues da Silva, Nilda Martins, Siana Leão Guajajara.

Cineasta e pesquisador

Como uma pessoa sem deficiência, Messer conta que sua abordagem em relação ao tema é completamente observacional:

“O primeiro passo foi estudar o assunto e escutar os participantes antes mesmo de iniciar a gravação. No geral, percebi que muitas pessoas com as quais conversei estavam ansiosas para debater o tema”

A saber, o projeto de “Transo” começou quando o diretor produziu, em 2018, um curta sobre Mona Rikumbi, a primeira mulher negra a atuar no Theatro Municipal de São Paulo. Durante o processo deste filme, eles se tornaram amigos, e Mona, um dia, relatou da dificuldade de se encontrar motéis acessíveis na cidade.

Por fim, o o documentário está no Canal Futura e Globoplay.

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