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Crítica | ‘Um Lugar Silencioso 2’ traz elenco afinado em jornada de sobrevivência

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Crítica Um Lugar Silencioso 2

Uma surpresa. Assim foi Um Lugar Silencioso 2 (A Quiet Place Part II) para mim. A convite da Paramount Pictures Brasil fui ver no UCI na sala do IMAX. Não tinha visto o primeiro e gosto disso: ver as sequências sem ter visto os originais porque me ajuda a perceber se o filme funciona sozinho. Então, já digo que sim. Após o término, fiquei com vontade de procurar o primeiro, o qual teve lançamento em 2018. Na época, abriu com US$ 50 milhões nos três primeiros dias de exibição e a expectativa em 2020 (antes da pandemia) era que a sequência do suspense de maior sucesso da Paramount Pictures arrecadasse US$ 60 milhões.

E, afinal, foi o primeiro lançamento a ultrapassar US$ 100 milhões em vendas de ingressos na América do Norte desde a pandemia. Um sucesso. Merecido.

Um outro crítico de cinema uma vez me disse que um filme precisa saber entrar. E esse sabe. Inicia com uma cara bem de Estados Unidos, alguns pais indo ver um jogo de beisebol dos filhos. Em seguida, algumas coisas que mudarão tudo começam a acontecer. E segue uma ação frenética e bem conduzida.

Há cenas em que me senti diretamente ao lado dos personagens, como uma em que estão dentro do carro, fugindo de perigos. Essa capacidade de inserir o espectador naquele mundo, por toda a aura criada, pela fotografia que proporciona momentos de extrema beleza (como na ponte) e pela direção eficiente de John Krasinski fazem um bom longa-metragem.

Emily Blunt

O elenco é ótimo e está muito bem, desde o infantil até o adulto. Emily Blunt passa todo um misto de coragem, medo e amor com seus olhos e expressões. Cillian Murphy me fez lembrar um pouco de outro filme que estrelou, um excelente terror chamado Extermínio (28 days later). Aqui ele mantém seu bom trabalho já frequente, com um personagem ambíguo, triste, tentando se encontrar nesse novo mundo.

Millicent Simmonds como a menina muda e inteligente arrasa mais uma vez. Uma das melhores cenas do filme, é quando tudo fica em silêncio, não há som algum e ela se vê desesperada após um acontecimento. A garota dá um show de atuação. Por fim, Noah Jupe fecha o grupo sem destoar e também é responsável por bons momentos, como quando sofre um sério machucado e não pode gritar.

Um Lugar Silencioso 2, em verdade, foi um dos melhores filmes que vi em 2021 pela capacidade que teve de me colocar realmente dentro daquele mundo, torcendo pelos personagens, conectando com suas questões. A família Abbott tem carisma e espero ver mais de suas aventuras.

No Brasil, Um Lugar Silencioso – Parte II estreia em 22 de julho em todo o circuito nacional.

Enfim, se liga no trailer:

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Cinema

‘Névoa prateada’, de Sacha Polak, é filme para refletir | Crítica

O longa estreia no dia 18 de abril nos cinemas de Brasília e São Paulo.

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nevoa prateada

Névoa prateada é um filme arrebatador que, com certeza, não vai passar incólume. O longa propicia emoções intensas, sejam elas positivas ou negativas. Fato que muitos não irão gostar. Alguns podem considerá-lo extremo demais, pesado demais. Os espectadores acostumados a tratar o cinema somente como forma de entretenimento e diversão provavelmente não irão gostar, já que é um filme que propõe análise e questionamentos. E que retrata uma realidade comum em alguns lugares da Inglaterra – e também de outros locais. Contudo, para quem gosta de assistir filmes que criticam a sociedade e comportamentos é um prato cheio. E para quem pretende aprender com o audiovisual também.

Mas sobre o que fala Névoa prateada?

A protagonista do filme é Franky, uma enfermeira de 23 anos que vive com a família em um bairro no leste de Londres. Obcecada por vingança e com a necessidade de encontrar culpados por um acidente traumático ocorrido há 15 anos, ela é incapaz de se envolver em um relacionamento com alguma profundidade. Até que se apaixona por Florence, uma de suas pacientes. As duas fogem para o litoral, onde Florence mora com a família. Lá, Franky encontrará o refúgio emocional para lidar com as questões do passado.

A saber, a atriz Vicky Knight, intérprete de Franky, venceu o Prêmio do Júri do Teddy Award do Festival de Berlim. Além disso, o longa recebeu indicação de Melhor Filme no Panorama Audience Award e foi destaque na programação da 47ª Mostra Internacional de Cinema em São PauloParticipou, também, dos prêmios Dinard British Film Festival (vencedor como melhor filme), Tribeca Film Festival (indicado ao Best International Narrative Feature), FilmOut San Diego US, Sunny Bunny LGBTQIA+ Film Festival, entre outros.

Vicky Knight
A atriz Vicky Knight, protagonista do longa. Foto: Divulgação.

A diretora de Névoa prateada, Sacha Polak, costuma levar para filmes temas difíceis, que poderiam facilmente ser assunto de terapia. A necessidade de se sentir amada, preconceitos, dificuldade de esquecer uma situação, aceitação. No longa em questão, Sacha trata de vários assuntos, como autoaceitação e, também, dificuldade de perdoar. Porém, apesar de ter uma gama de temas, o filme não se torna cansativo ou confuso. Muito pelo contrário, o roteiro passa para o espectador muito bem todos os conflitos da protagonista.

Além disso, Franky não é apresentada de forma piegas ou clichê. Por ter sido vítima de um incêndio, a personagem tem marcas em sua pele que poderiam, em uma narrativa mais lugar comum, transformá-la em uma pessoa que se vitimiza ou que é vista como coitadinha o tempo todo pelos outros. Mas não é isso que Sacha quer passar para quem assiste. E, apesar de não ter uma vida fácil, é possível enxergar Franky para além de suas cicatrizes. Franky é uma personagem complexa, completa e muito bem desenvolvida, tanto pelo roteiro quanto por sua intérprete.

Talvez por já ter trabalhado com Sacha Polak anteriormente, Vicky Knight tem facilidade em transpor para a tela os conflitos internos de Franky sem deixá-la simples demais ou transformá-la em um mártir. Também ajuda ter passado por situações parecidas com as da personagem. O fato é que foi justo o prêmio Teddy Awards que Vicky recebeu, já que consegue trabalhar nos detalhes, algo que nem todo ator tem sucesso.

Fotografia

Apesar de ser um recurso bastante comum, não deixa de ser interessante ver o filme em cores mais frias, já que Franky não tem uma vida fácil e passa por conflitos internos durante todo o filme. Também é possível que tal característica seja por ter sido filmado na Inglaterra, onde não há mesmo muito sol. Todavia, fica claro que Sacha Polak – e também a fotografia de Tibor Dingelstad – quis expressar o interior de Vicky nas cores frias que vemos nas cenas.

Além disso, a escolha de planos abertos quando Vicky se encontra perdida em sua vida e planos mais fechados quando ela começa a se encontrar ajudam a contar a história da protagonista. E, também, de sua coadjuvante, Florence. Aliás, Esme Creed-Miles arrasa na interpretação da menina totalmente sem rumo e influenciável. Se há algo negativo nesse filme é que Florence poderia ter tido mais espaço. E também, talvez, poderia ter havido mais cenas de Franky e Alice. Vicky Knight e Angela Bruce têm uma química muito boa em tela e poderia ter sido mais explorada.

Angela e Vicky
Angela Bruce e Vicky Knight. Foto: Divulgação.

Para resumir, é um filme bastante introspectivo, bonito e reflexivo, que mostra, de forma original, o valor das pessoas que nos rodeiam. Névoa prateada estreia no dia 18 de abril nos cinemas de Brasília e São Paulo.

Por fim, fique com o trailer:

Ficha Técnica

NÉVOA PRATEADA (Silver Haze)

Holanda, Reino Unido | 2023 | 1h42min. | Drama

Direção e roteiro: Sacha Polak.

Elenco: Vicky Knight, Esme Creed-Miles, Archie Brigden, Angela Bruce, Brandon Bendell, Carrie Bunyan, Alfie Deegan, Sarah-Jane Dent.

Produção: Viking Films.

Distribuição: Bitelli Films.

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