Cinema
Não Nasci para Deixar Meus Olhos Perderem Tempo | Um fotógrafo e a História do Brasil
Publicado
3 anos atrásem

Não Nasci para Deixar meus Olhos Perderem Tempo é um documentário sobre fotografia. Não, na verdade, é sobre um fotógrafo, Orlando Brito. Com sua máquina fotográfica registrou diversos momentos políticos importantes do Brasil. A princípio, muitas vezes sem nem ter noção da relevância da situação que acompanhava. Por exemplo, o filme começa mostrando suas fotos durante a assinatura do AI-5, que deu início à ditadura no país e o trágico Congresso Nacional fechado em 1977.
Também são diversas jornadas retratando os presidentes do Brasil, desde Castelo Branco, passando por Collor e Dilma. São muitos os personagens e cenários registrados pelo olhar afiado do fotógrafo Orlando Brito ao longo de 50 anos de profissão. Algo a ser destacado é que essa carreira vai dos bastidores da política até os brasileiros do interior do país, entre dores e alegrias.
A convivência com os meandros do poder estão presentes em seus relatos e vemos que Orlando é um poeta do olhar. Ao mesmo tempo discreto e presente para congelar no tempo aquilo que sua sensibilidade captou. Temos um show de belas imagens no decorrer do filme, algumas das melhores da longa trajetória de Orlando.
Sabor e imagem
Primeiramente, esses relatos de Orlando são extremamente saborosos. Mostram, inclusive, a desvalorização que o Brasil fornece para alguns de seus ícones como Zé Keti e o palhaço Carequinha. Orlando Brito não é bom somente em contar histórias com sua câmera, mas sim também com as palavras. Em pouco mais de uma hora, fica à vontade de ouvir mais, ver mais, e, especialmente, apreciar mais daquele ser humano que é quem está em foco ali.
Em Não Nasci para Deixar meus Olhos Perderem Tempo vemos que o fotógrafo é um descobridor de imagens que usa a fotografia como seu idioma. Enfim, um filme para quem se interessa pela história brasileira e pela arte da fotografia.
Afinal, Não Nasci para Deixar meus Olhos Perderem Tempo é mais uma pérola desse evento tão relevante que temos no Brasil: o Festival É Tudo Verdade. Saiba aqui os dias e horários de exibição: http://etudoverdade.com.br/br/programacao/
Ademais, veja mais:
Fotografação | CRÍTICA
Um fotógrafo e seu Rio de Janeiro
A fotografia e a alucinação do artista
Além disso, confira as belas imagens do filme “Na Beira”:
Jornalista especializado em Jornalismo Cultural pela UERJ.

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3 Comments
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Ao assistir ao documentário “TRANSO”, refleti sobre a peça de teatro “Meu Corpo Está Aqui“, Fica evidente a poderosa narrativa que ambos compartilham sobre a invisibilidade das pessoas com deficiência na sociedade. A forma como essas obras abordam as experiências íntimas e pessoais desses indivíduos é impactante e provocativa.
O documentário mergulha calorosamente na vida sexual dos atores. Dessa forma, quebra tabus e preconceitos ao mostrar que a deficiência não é um obstáculo para a vivência plena da sexualidade.
O documentário, assim como a peça de teatro, é um veículo para desafiar percepções e estimular conversas importantes sobre inclusão.
Impacto Social
Em um mundo que frequentemente marginaliza e exclui as pessoas com deficiência, é importante dar voz a esses indivíduos e celebrar sua capacidade de amar, se relacionar e sentir prazer.
Além de abordar as experiências individuais, o documentário também nos traz reflexões sobre a construção social da sexualidade e como as pessoas com deficiência são constantemente erotizadas ou dessexualizadas pelo olhar alheio.
Nas histórias compartilhadas fica evidente que existem diferentes formas de vivenciar o sexo e os relacionamentos, e que cada pessoa tem suas próprias necessidades, desejos e limitações. É importante lembrar que a diversidade também se faz presente nesse aspecto fundamental da humanidade.
Afeto
Ao enfatizar o afeto e o auto prazer, “Transo” nos leva a repensar conceitos tradicionais de sexualidade e a entender que o prazer não é exclusivo do sexo genital, mas sim uma vasta gama de sensações e experiências. Essa ampliação de perspectiva nos ajuda a enxergar além dos estereótipos estabelecidos e a celebrar a pluralidade da sexualidade humana.
O longa conta com a participação de Ana Maria Noberto, Adrieli de Alcântara, Daniel Massafera, Edvaldo Carmo de Santos, Fernando Campos, Jonas Lucena da Silva, Kollinn Benvenutti, Marcelo Vindicatto, Mona Rikumbi, Nayara Rodrigues da Silva, Nilda Martins, Siana Leão Guajajara.
Cineasta e pesquisador
Como uma pessoa sem deficiência, Messer conta que sua abordagem em relação ao tema é completamente observacional:
“O primeiro passo foi estudar o assunto e escutar os participantes antes mesmo de iniciar a gravação. No geral, percebi que muitas pessoas com as quais conversei estavam ansiosas para debater o tema”
A saber, o projeto de “Transo” começou quando o diretor produziu, em 2018, um curta sobre Mona Rikumbi, a primeira mulher negra a atuar no Theatro Municipal de São Paulo. Durante o processo deste filme, eles se tornaram amigos, e Mona, um dia, relatou da dificuldade de se encontrar motéis acessíveis na cidade.
Por fim, o o documentário está no Canal Futura e Globoplay.
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