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Cinema

O Irlandês – Crítica (Netflix)

Publicado

em

Al Pacino e Robert de Niro em "O Irlandês". Leia a crítica de Michel Gutwilen

Quando acabei de assistir “O Irlandês”, confesso que a trama não passou muito pela minha cabeça. Não que tenha sido fraca, pelo contrário, mas a única coisa que conseguia refletir era como esse filme é uma grande carta aberta e sentimental de Martin Scorsese sobre morte, legado e o futuro do cinema.

“O Irlandês” abre com Frank Sheeran (Robert De Niro), em um asilo, narrando sua trajetória de vida. Ele volta aos tempos de seu serviço militar na 2ª Guerra Mundial e vai até sua ascensão na máfia. Sua passagem pela ilegalidade começou quando ele começou a desviar carnes do caminhão que transportava para gângsters locais.

Isso faz com que ele conheça Russell (Joe Pesci de “Os Bons Companheiros”), um chefe local, com o qual desenvolve uma grande amizade. Realizando bicos como assassino e cobrando dívidas locais, ele também passa a se relacionar com o poderoso Jimmy Hoffa (Al Pacino), líder sindical de personalidade forte. Quando Hoffa começa a ter seus problemas com o resto da Máfia, Sheeran precisa escolher sua lealdade.

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A complexidade política de O Irlandês — que envolve até o assassinato do presidente Kennedy — e todo aquele jogo de ameaças trocadas por homens de terno acabam sendo um grande desvio para os momentos mais marcantes e carregados do longa. Mesmo que pouco tempo de tela, a relação de Sheeran com sua família e, principalmente sua filha, Peggy (Anna Paquin, “X-Men”), é muito significante.

Conforme o fim vai se aproximando, fica clara a aproximação de “O Irlandês” com a espiritualidade e a religiosidade. Logo, é muito difícil não pensar no próprio Scorsese. Como católico, ele sente o peso e o valor da família. Seria possível um homem que cometeu diversos pecados ao longo da vida ser perdoado na reta final?

Inevitabilidade da morte

Justamente aí que entra a tecnologia de rejuvenescimento de “O Irlandês”, que traz esse estranhamento visual, mas faz sentido dentro da unidade de um filme que é, ao mesmo tempo, passado e presente. Mais do que isso, mas uma luta contra o tempo. A não-aceitação da inevitabilidade da morte.

Talvez Scorsese esteja com medo do que deixará quanto se for, mas não deixa de ser irônico que sua própria modéstia, e até uma visão meio pessimista de si mesmo, apenas reforça seu nome como um dos maiores cineastas da história.

Acredito que o Cinema não é ciência, mas sentimento. Logo, o meu cinema não é o seu cinema, e vice-versa. Minha missão paradoxal é a de expressar objetivamente a minha relação subjetiva com o filme. Se quiser me conhecer, assista Two Lovers e I Killed My Mother.

Cinema

Mostra Move Concreto! Dança e Documentário abre convocatória

De 06 a 19 de maio, evento recebe inscrições de filmes para compor a sua programação.

Publicado

em

LaPipa.

A dança unida ao documentário pode trazer diferentes reflexões sobre as produções de dança no país. Pode ser também um material educacional, ampliador de conhecimentos, performativo e gerador de novos desejos em relação a como se cria e se fala sobre a dança atualmente. Estes são os pontos de partida para a realização da mostra Move Concreto! Dança e documentário, que vai contar com documentários de dança, videodanças como registro histórico, documentários em que a dança é a protagonista das ideias e discussões.

A convocatória para composição da mostra vai receber inscrições de 06 a 19 de maio para seleção de 05 filmes – longas, médias ou curta metragens. As inscrições devem ser feitas através de formulário disponível no perfil do instagram @gcontemporaneodedancalivre.

Festival.
Foto: Divulgação.

Sobre o festival

Realizado pelo Grupo Contemporâneo de Dança Livre através do patrocínio do Fundo Municipal de Incentivo à Cultura de Contagem – Edital Movimenta Multilinguagens, o evento acontecerá de forma presencial e online em agosto de 2024. “A mostra Move Concreto! Dança e documentário se baseia na compreensão da videodança como um campo híbrido que busca a exploração do corpo em relação aos dispositivos técnicos, o espaço, o tempo e o movimento. Nessa perspectiva, busca-se por trabalhos que não sejam mera transposição da dança do palco para as telas, mas que a construção seja dentro das especificidades e possibilidades do campo, como nas relações entre corpo/câmera/edição”, explica, assim, Duna Dias, curadora da Mostra ao lado de Leonardo Augusto.

Poderão se inscrever, portanto, realizadores de todo o Brasil com idade acima de 18 anos. Cada proponente poderá apresentar até 2 filmes, sem limite de ano de realização e de tempo de duração. Os trabalhos devem ter relações com a linguagem documental – dança como documento, entrevistas, videodança documental e suas múltiplas variações dentro da união entre dança e documentário. Cada filme selecionado receberá um cachê para exibição no valor de R$ 800,00. Os filmes escolhidos serão divulgados até o final do mês de junho de 2024.

Serviço

CONVOCATÓRIA MOSTRA MOVE CONCRETO! DANÇA E DOCUMENTÁRIO

Período: 06 a 19 de maio de 2024

Local: através de formulário disponível no perfil do instagram @gcontemporaneodedancalivre

Inscrições gratuitas

A saber, quaisquer dúvidas ou esclarecimentos são através do e-mail: moveconcreto@gmail.com.

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