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Entrevistas

O showcase no rap de Delacruz

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Delacruz e o showcase

Delacruz é uma voz que se destaca entre os muitos rappers do Brasil pela poesia que carrega. A cada frase cantada há uma ordenação de palavras que se transformam em poemas, os quais buscam a todo momento construir uma relação sempre afetuosa com a figura feminina, enquanto para outros, suas canções são absorvidas para resolverem alguns conflitos. Não há tantos limites em suas construções quando o foco de suas criações tende a ser a sedução.

Participamos da entrevista coletiva que o artista concedeu antes da pré-estréia de sua apresentação ShowCase em um drive in na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Na conversa, Delacruz diz que as inspirações para a composição dos seus sucessos musicais está na relação que possui com sua esposa e filhos. Suprir a necessidade de algumas ausências familiares é o que acaba se tornando algo em comum entre ele e seus fãs. A apresentação de uma realidade bem voltada para o cotidiano! Talvez esse seja o segredo para se aproximar ao máximo de seu público.

Optar por um apego à suas bases e raízes, algo que ele conquistou por direito, venha sempre como resposta a alguns conflitos. Sendo esse lugar o seu lugar de maior conforto e onde consegue dar liberdade a sua voz artística. O rapper, na escolha de seu estilo musical, não deixa de cumprir com um dos seus maiores papéis: tocar a alma de quem as ouve. Não é a toa que o
compositor/cantor adota um estilo musical que faz referência ao blues, soul e black music.

Simplicidade

Delacruz enfatiza a presença de muita verdade em suas músicas. Suas obras possuem grande sentimento e acrescenta muita riqueza em suas composições. O autor gosta de enfatizar que não tem o hábito de construir algo com nível de complexidade muito elevada. Adota uma simplicidade na composição que acaba atraindo fãs. O cantor diz que com o passar do tempo a forma de compor em instrumentalidade mudou. Ou seja, hoje está mais exigente, ao ponto de usar referências da matemática para suas construções. Inclusive, passou a adotar o uso de reversões, tonalidades, novas referências e inovações instrumentais.

Seu público se dividiu, há quem curta mais seu estilo de início de carreira e há quem acompanhe sua evolução e curta as novas tendências que passou adotar em suas canções. Delacruz acumula números expressivos nas plataformas digitais. Afinal, são 800 mil inscritos em seu canal no YouTube, onde o artista tem mais de 115 milhões de visualizações. Além disso, no Spotify já são mais de 4,6 milhões de ouvintes mensais. Ele também é sucesso nas redes sociais. Por fim, no Instagram são mais de 2 milhões de seguidores e no Twitter são mais de 480 mil seguidores.

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Entrevistas

Trilha de Letras exibe entrevista inédita com Jeferson Tenório

Autor de ‘O avesso da pele’ fala da polêmica envolvendo seu livro.

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Trilha de Letras.

O escritor Jeferson Tenório é o convidado da edição inédita do Trilha de Letras que vai ao ar na TV Brasil nesta terça-feira (19), às 22h30. Com condução de Eliana Alves Cruz, o autor fala, na entrevista, sobre a polêmica envolvendo O Avesso da Pele (2020), censurado em escolas de três estados brasileiros.

“Foi uma surpresa pela criatividade das interpretações e, também, pela repercussão”, conta o autor. Para ele, toda a polêmica em torno da obra mostra o quanto o romance, vencedor do Prêmio Jabuti, incomoda o segmento ultra conservador da sociedade. “Acho que talvez o livro tenha sido a bola da vez. É uma obra que carrega algumas questões sensíveis como, por exemplo, a violência policial”, completa.

A censura

Após a obra ser aprovada em 2022 para integrar o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) – política do Ministério da Educação (MEC) que avalia e disponibiliza publicações às escolas públicas -, as secretarias de educação do Mato Grosso do Sul, de Goiás e do Paraná afirmam que o livro O Avesso da Pele apresenta “expressões impróprias” para menores de 18 anos. Em função da linguagem inadequada e da descrição de atividade sexual citadas pelos órgãos, o livro distribuído aos alunos do Ensino Médio precisaria ser reavaliado ou retirado das bibliotecas das instituições.

Ao narrar a história do personagem Pedro, que teve o pai assassinado em uma abordagem policial, Jeferson Tenório trata de temas como racismo, educação, amor aos livros e relacionamentos familiares – e revela um país marcado pelo preconceito e por um sistema educacional falido.

Professor da rede pública de ensino, o escritor fala ainda sobre sua experiência em apresentar livros diversos aos alunos; as conexões políticas entre ascensão da extrema direita no mundo e a censura; e sobre ser um escritor negro.

O autor

Jeferson Tenório. Foto: Divulgação.

Carioca radicado em Porto Alegre, Jeferson Tenório estreou na literatura com o romance O beijo na parede (2013), eleito o livro do ano pela Associação Gaúcha de Escritores. É autor também de Estela sem Deus (2018), que teve textos adaptados para o teatro e contos traduzidos para o inglês e o espanhol.

A respeito do caminho para a formação intelectual e literária dos brasileiros, Tenório acredita que é preciso que a sociedade encare e resolva eventos históricos que chamou de “trágicos”: a escravidão e a ditadura. “Apenas políticas públicas podem impedir retrocessos no que já avançamos em relação ao racismo e à censura”, destaca.

O programa

O Trilha de Letras busca debater os temas mais atuais discutidos pela sociedade por meio da literatura. A cada edição, o programa recebe um convidado diferente. A atração teve idealização da jornalista Emília Ferraz, em 2016, atual diretora do programa que entrou no ar em abril de 2017. Nesta temporada, as gravações aconteceram na BiblioMaison, biblioteca do Consulado da França no Rio de Janeiro

A TV Brasil já produziu três temporadas do programa e recebeu mais de 200 convidados nacionais e estrangeiros. As duas primeiras temporadas tiveram apresentação do escritor Raphael Montes. A terceira, de Katy Navarro, jornalista da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). A jornalista, escritora e roteirista Eliana Alves Cruz assume a quarta temporada, que também ganha uma versão na Rádio MEC.

Serviço

Trilha de Letras com Jeferson Tenório

Estreia: Terça-feira, 19 de março, às 22h30, na TV Brasil.

Reprises:

Quarta-feira, 20 de março, às 03h30, na TV Brasil.

Quarta-feira, 20 de março, às 23h, na Rádio MEC.

Sábado, 23 de março, às 18h30, na TV Brasil.

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