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Cinema

Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-De-Rosa | Crítica

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em

museu do holocausto

A jornada de uma família judia fugindo da Alemanha enquanto Hitler rumava ao poder. Só esse pequeno resumo já evoca uma quantidade considerável de ideias pré-concebidas e preconceitos de “filmes de holocausto”; por outro lado, Caroline Link demonstra uma leveza e ludicidade inéditas em Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-De-Rosa. A protagonista, Anna Kemper, é mora com sua mãe e pai, escritor e crítico teatral, além do seu irmão e governanta. Todos vivem juntos em grande conforto e relativa harmonia numa bela casa de algum bairro abastado de Berlim.

Com a eleição de Hitler ao poder, a família Kemper é forçada ao exílio. Primeiro vão à Suíça, depois França e finalmente à Inglaterra, se tornando assim nômades e refugiados num périplo pelo velho continente. O amadurecimento de Anna é obviamente demarcado pela sua distância de Berlim e do titular coelho cor-de-rosa. Curiosamente, Anna e o irmão eram crianças excepcionalmente letradas num mundo que lentamente regredia rápido demais.

Roteiro e produção

Do ponto de vista puramente técnico, Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-De-Rosa é um filme competente, apesar de dos problemas de montagem e ritmo. Alguns diálogos são apresentados de forma confusa, com mais cortes e ângulos de câmera do que o necessário, muito mais até. A sensação de estar pulando em volta dos personagens desestabiliza a atenção da audiência e pode causar um pouco de vertigem. Mesmo assim, o resto do visual é neutro o suficiente para não criar maiores problemas; a história progride meio a esmo, sem muito foco, o que sugere a mente infantil da protagonista, mas me parece uma mais uma escolha ruim na mesa de edição. Algumas cenas se arrastam enquanto outras passam num piscar de olhos, evidenciando falta de balanço e de uma visão mais ampla e crítica da parte da diretora.

Em contrapartida aos problemas já mencionado, a temática leve é uma antítese muito bem-vinda à dor e sofrimento de outros filmes que retratam o êxodo judeu. Além de apresentar uma história “nova”, Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-De-Rosa mostra que mesmo durante a ascensão do nazismo, indivíduos resistiram e viveram uma vida da qual se orgulhavam. Retratar a censura, discurso de ódio, fake news, violência contra minorias etc., nada disso é novo, e por isso mesmo que é essencial discutir de forma aberta o mal à espreita.

Finalmentes

De alguma forma Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-De-Rosa também ajuda a humanizar aqueles que passam por crises humanitárias. Ao retratar um grupo familiar genérico como alguém que sofre perseguição política, o filme deixa um ponto bem claro: isso pode acontecer com qualquer um, já aconteceu antes e volta a acontecer agora. Nesse começo da década de 2020, a humanidade se encontra num momento de crise política e sanitária em nível global. Refugiados estão pipocando em todos os lugares, assim, empatia, acolhimento e respeito é o mínimo que se pode oferecer.

Cinema

Mostra Move Concreto! Dança e Documentário abre convocatória

De 06 a 19 de maio, evento recebe inscrições de filmes para compor a sua programação.

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em

LaPipa.

A dança unida ao documentário pode trazer diferentes reflexões sobre as produções de dança no país. Pode ser também um material educacional, ampliador de conhecimentos, performativo e gerador de novos desejos em relação a como se cria e se fala sobre a dança atualmente. Estes são os pontos de partida para a realização da mostra Move Concreto! Dança e documentário, que vai contar com documentários de dança, videodanças como registro histórico, documentários em que a dança é a protagonista das ideias e discussões.

A convocatória para composição da mostra vai receber inscrições de 06 a 19 de maio para seleção de 05 filmes – longas, médias ou curta metragens. As inscrições devem ser feitas através de formulário disponível no perfil do instagram @gcontemporaneodedancalivre.

Festival.
Foto: Divulgação.

Sobre o festival

Realizado pelo Grupo Contemporâneo de Dança Livre através do patrocínio do Fundo Municipal de Incentivo à Cultura de Contagem – Edital Movimenta Multilinguagens, o evento acontecerá de forma presencial e online em agosto de 2024. “A mostra Move Concreto! Dança e documentário se baseia na compreensão da videodança como um campo híbrido que busca a exploração do corpo em relação aos dispositivos técnicos, o espaço, o tempo e o movimento. Nessa perspectiva, busca-se por trabalhos que não sejam mera transposição da dança do palco para as telas, mas que a construção seja dentro das especificidades e possibilidades do campo, como nas relações entre corpo/câmera/edição”, explica, assim, Duna Dias, curadora da Mostra ao lado de Leonardo Augusto.

Poderão se inscrever, portanto, realizadores de todo o Brasil com idade acima de 18 anos. Cada proponente poderá apresentar até 2 filmes, sem limite de ano de realização e de tempo de duração. Os trabalhos devem ter relações com a linguagem documental – dança como documento, entrevistas, videodança documental e suas múltiplas variações dentro da união entre dança e documentário. Cada filme selecionado receberá um cachê para exibição no valor de R$ 800,00. Os filmes escolhidos serão divulgados até o final do mês de junho de 2024.

Serviço

CONVOCATÓRIA MOSTRA MOVE CONCRETO! DANÇA E DOCUMENTÁRIO

Período: 06 a 19 de maio de 2024

Local: através de formulário disponível no perfil do instagram @gcontemporaneodedancalivre

Inscrições gratuitas

A saber, quaisquer dúvidas ou esclarecimentos são através do e-mail: moveconcreto@gmail.com.

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