O Preço da Perfeição (Tiny Pretty Things) entrou sem muito alarde na Netflix mas já chamou atenção com um trailer forte. Alguns chamaram de mistura de Pânico (Scream) com Dance Academy.
A princípio, é uma série bem adolescente, e com todos os clichês adolescentes no seu roteiro. Tem relacionamentos complexos, alguns mistérios que não convencem muito mas também temos algumas boas coreografias e bons ensinamentos, a relação entre culturas diferentes foi um ponto que achei bem positivo.
O balé se mostra muito por fora dos palcos, seja em treinos duros, mostrando algumas realidades árduas e problemas que normalmente passam invisíveis em filmes/séries de dança.
Kyllie Jefferson, a Neveah da série puxa a responsabilidade e é o grande carro chefe. Além disso, temos muitas cenas de sexo, algumas com muito exagero e cenas desnecessárias, mas, no geral, a diversidade é muito interessante e chama atenção.
Processo de Dança
Sobre o processo de dança, a parte de interpretação que aparece, definitivamente, não é loucura. Afinal, precisamos passar algum tipo de emoção. Inclusive como dançarino fiquei bem interessado na ideia de uma coreografia com um tema tão polêmico quanto o escolhido. Mas entendo que muitos coreógrafos passam demais dos limites e isso precisa ser revisto desde já para que não continue sendo perpetuado como algo comum, principalmente no balé que é tão rígido.
A ideia do balé ser uma dança tão elitista é algo que afasta muito as pessoas. Ainda por cima, faz muitos acreditarem que são necessários padrões físicos e financeiros para a dança. Infelizmente, nos tempos atuais, isso ainda é uma realidade. A resistência à mudança deixa os estereótipos sempre marcados, e afasta possíveis novos corpos com novas linguagens.
O lado podre é muito explorado na série. De qualquer forma, se você gosta de dança ou de séries juvenis/ adolescentes, pode cair de cabeça mas por sua conta e risco…
Para aqueles que já não tem muita paciência principalmente com clichês, melhor passar longe.