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Yoga De Rua | Conheça o extraordinário na simplicidade

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yoga de rua

Uma linda manhã de sábado com sol e tempo fresco. Se me falassem que seria assim eu desacreditaria tendo em vista a noite anterior de tanta chuva. O Aterro do Flamengo, na capital carioca, foi o cenário perfeito para minha primeira experiência como instrutora de Yoga voluntária no projeto Yoga de Rua. Fui acolhida, não só pela Mãe Natureza, mas por aquelas pessoas que foram praticar a aula que eu havia preparado, me ouvir e compartilhar sua experiência de vida comigo.

Confesso que me emocionei algumas vezes durante o tempo que passamos juntos. Uma emoção profunda, que por alguns momentos quase transbordou em forma de choro, e que passados dias ainda não consigo colocar em palavras. Nos apresentamos, falamos um pouco sobre cada um de nós, praticamos auto-observação, respiração consciente, ásanas (posturas), ouvimos mantra e refletimos sobre assuntos que permeiam as relações humanas.

Nos dias anteriores, enquanto pensava e preparava a aula, lembrei do mestre Thích Nhất Hạnh e dos ensinamentos budistas, e busquei dedicar-me a assumir a todo instante a fala amorosa e a escuta compassiva, desapegar do resultado e praticar o amor. Eu somente desejava olhar nos olhos de cada ser humano à minha frente, mostrar a cada um sua importância como indivíduo e conduzi-los a uma prática de autoamor, auto-observação, contemplação (do próprio ser e da natureza). Espero ter conseguido transmitir o meu sentir a cada um deles.

Desapego e aprendizagem

Mas, com certeza, recebi muito mais do que pude transmitir. Recebi uma lição sobre Santosha (contentamento), Isvara Pranidhama (entrega total e irrestrita a Deus) e desapego, daquelas pessoas que se encontram em situação de rua, que não sabem de onde virá a próxima refeição (ou se virá), que não têm o aconchego da uma cama quente e abrigada. Ler os sutras, ouvir a mensagem dos mestres da Yoga, nos ensinam, mas a mensagem é muito mais clara e simples quando se vive. Experienciar e sentir ultrapassam o ler e o ouvir.

“Só o homem artificial perde a sensibilidade às aflições do próximo, à medida que submerge em seu próprio e estreito sofrimento. Quem toma o bisturi e pratica o dissecar de si mesmo experimenta a expansão da compaixão universal”, em Autobiografia de um Iogue.

Convido você a olhar para o seu próprio sofrimento, mas ir mais além e observar o mais sutil que há em seu coração, para que possa olhar para fora, para o outro. Quando saímos do nosso sofrimento e experimentamos enxergar o outro com o coração coisas incríveis podem acontecer. O extraordinário está na simplicidade.

Registro essa experiência com gratidão ao Yoga de Rua (@yogaderua), ao André, à Anamaria, à Eliane, ao Marcus, ao Alvaro Tallarico, aos pássaros que completaram a trilha sonora cantando junto com os mantras, a Deus, à Mãe Natureza, mas principalmente a cada um dos alunos, que me recebeu com acolhimento e confiança, compartilhando seu tempo e sua história comigo, e deixando que eu os conduzisse na prática. Gratidão! Namastê, o bem que há em mim saúda o bem que há em você.

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Relações públicas, professora de Yoga, empreendedora sustentável com o @fioorganico e vegana, compartilhando o que tenho visto, lido, ouvido e experienciado pelas minhas andanças. Segue lá: @pabittencourt

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4 Comentários

1 Comentário

  1. Sueli Bittencourt

    14 de novembro de 2022 at 14:02

    Muito orgulho da minha filha,Paola
    Ela consegue captar as melhores coisas para a natureza e para o ser humano

  2. Pingback: Muco | Documentário mostra contradição na tradição indiana

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Eventos

‘Viagens 2024’, de diretores brasileiros, será apresentado na França

A obra estará presenta no Salão Internacional de Artes, em Paris.

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Viagens 2024

Viagens 2024, que reúne 13 videoartes que Patricia Niedermeier e Cavi Borges realizaram como parte de um processo de criação de seus projetos maiores, será apresentado no Salão Internacional de Artes nos dias 24, 25, 26, 27, 28, 29 e 30 de Abril na GallerySPT, em Paris, com a presença dos artistas.

Nas palavras do crítico Marco Fialho: “Quem acompanha as viagens artísticas dessa dupla Patrícia Niedermeier e Cavi Borges sabe exatamente como a vida deles é um mix de cinema e viagens. Uma delícia de assistir a tantas performances capitaneadas pelo talento cênico de Patrícia Niedermeier. Curioso perceber como cada uma das 13 videoartes guarda um encanto próprio. São viagens imaginárias, voos rumo à percepção da pele. Algo de diferente acontece na epiderme. O prazer é viajar sem destino.”

Cavi Borges

Cavi Borges é diretor e produtor da Cavideo. Já realizou mais de 350 filmes e ganhou mais de 200 prêmios. Atualmente, tem realizado eventos e ajudado na programação os cinemas do Estaão Net.

Cavi abriu o Espaço cultural Cavideo em Laranjeiras com locadora e uma biblioteca de cinema gratuita. É uma grande referência do movimento independente de cinema do Rio de janeiro produzindo filmes, mostras, eventos e encontros. Não sei quantas almas tenho é seu 18º longa como diretor.

Patrícia Niedermeyer

triz e bailarina, diretora e performer. Graduada na faculdade Angel Vianna, em dança. Integrou as companhias de Dança Márcia Rubin, e Frederico Paredes e integra a Cia Atores e Bailarinos do Rio de Janeiro, dirigida por Regina Miranda, desde 2001, pela qual participou de diversos festivais internacionais e nacionais. Trabalhou com diversos diretores de cinema e teatro como Antônio Abujamra, Rubens Corrêa, Gerald Thomas, Jefferson Miranda e Antônio Carvalho, dentre outros. Dirigiu, em parceria com Cavi Borges, longas-metragens, curtas e videoartes.

O SAC Salão Internacional de Artes

O evento explora a multidiversidade das formas de se fazer arte, seja com pintura, desenho, fotografia, audiovisual, literatura, entres outras. A variedade sempre esteve presente nos 10 anos que acontece o evento. O SAC Salão Internacional de Artes apresenta uma variedade artística e programação gratuita com artistas do Brasil e exterior e acontece em diferentes países em cada edição.

A Curadoria tem a atenção e cuidado em variedade de técnicas, inovação e toda qualidade visual, para que o evento possa oferecer ao público o melhor em arte e suas formas. O evento tem um trabalho multicultural e multidisciplinar, onde profissionais do Brasil, Europa e Ásia trabalham de forma presencial e remota, o que nos permite repensar métodos, já que são profissionais criados em culturas diferentes, fazendo com que o evento seja único e cada vez inovador.

Serviço

Salão Internacional de Artes

PROGRAMAÇÃO OFICIAL:
Dias: 24, 25, 26, 27, 28, 29 e 30 de abril de 2024.
Local: 80 bis Rue Turenne, 75003 – s 20 – Paris – França (Próximo ao Musée Picasso)

24 DE ABRIL – VISITAÇÃO – 16:00 – 18:00
25 DE ABRIL – VISITAÇÃO – 09:00 – 20:00
26 DE ABRIL -VISITAÇÃO – 09:00 – 20:00
27 DE ABRIL – VISITAÇÃO – 09:00 – 20:00
28 DE ABRIL – VISITAÇÃO – 09:00 – 20:00

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