“As Tartarugas Ninja: Caos Mutante” revive essa equipe divertida que foi sensação nos anos 90. Eu mesmo, criança, amava. Foi alguns dos primeiros filmes que vi no cinema, no bairro suburbano carioca de Madureira. Dessa forma, as Tartarugas Ninja fazem parte da minha infância. Talvez por causa delas, cheguei a ter jabutis em casa como animais de estimação. Mas nunca fizeram nenhuma acrobacia. Geralmente eu que era o heroi deles quando ficavam de cabeça pra baixo e os desvirava.
A princípio, no filme atual, Seth Rogen, outro fã declarado, revive a franquia com muita eficiência, bebendo na fonte essencial da equipe, em toda sua adolescência e irreverência. Está aí uma das melhores coisas desses heróis, o bom humor.
Seth Rogen, produtor do longa e dublador do personagem Bebop na versão original, revelou que as Tartarugas fazem parte de sua infância: “A série de animação saiu em 1987, quando eu tinha 5 anos. Quando o live-action saiu em 1990, eu tinha 8 anos. Eu era meio obcecado por eles, comecei a fazer aulas de caratê provavelmente por causa das Tartarugas Ninja”, afirma Rogen.
Aliás, veja o trailer dublado de “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante” e siga lendo:
O filme “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante” é, indiscutivelmente, uma experiência divertida e voltada para o público infantil (mas não somente). A oportunidade de assistir ao filme em uma cabine de imprensa, acompanhado pelo meu amigo, Rafael Bigode, e seu filho, acrescentou um toque especial à minha experiência. Afinal, observar a reação genuína e sem filtros da criança durante a exibição ilustrou a força do filme para o seu público-alvo. Sendo eu mesmo parte desse público-alvo, uma vez que também vivenciei a febre do desenho animado das Tartarugas Ninja nos anos 90, bem como os filmes live-action que se seguiram.
Em “Caos Mutante”, acompanhamos a jornada das Tartarugas enquanto tentam conquistar os corações dos nova-iorquinos através de atos heróicos. Tudo para serem aceitos como adolescentes normais. A sua nova amiga April O’Neil é a grande ajuda. Mas as coisas se complicam quando um exército de mutantes malignos aparece.
O filme evoca a nostalgia, apelando para aqueles que cresceram acompanhando as aventuras das tartarugas. Os quatro protagonistas – Leonardo, Michelangelo, Donatello e Raphael – mantêm seu carisma, humor e espírito alegre característicos. Neste filme, eles são retratados como adolescentes de 15 anos, enfrentando as alegrias e tristezas inerentes à adolescência. Essa abordagem adiciona uma camada de identificação e relatabilidade para o público jovem.
Curtindo a Vida Adoidado com as Tartarugas Ninja X-men
Ainda por cima, o filme é costurado por uma variedade de referências à cultura pop, abrangendo desde animes clássicos como “Akira”, passando por mais novos como “Attack on Titan”, até o épico dos super-heróis, “Vingadores: Ultimato”, e clássicos chineses de artes marciais (salve, Jackie Chan!). Tm até mesmo uma homenagem a “Curtindo a Vida Adoidado”, um dos meus filmes favoritos. Contudo, essas referências não são simplesmente jogadas de forma aleatória, mas habilmente integradas à trama. A mão do produtor Seth Rogen [é evidente, conferindo ao filme um toque característico. A preocupação em atrair tanto os fãs leais das Tartarugas Ninja quanto novos públicos é notável, e isso se traduz na produção sólida do longa.
“As Tartarugas Ninja: Caos Mutante” ressalta a importância da unidade familiar e dos laços entre irmãos. A relação entre as quatro tartarugas e seu pai protetor e amoroso é um aspecto emotivo e subtexto do filme. Claro, a ação e as cenas de luta não podem ser negligenciadas. Tais sequências são boas, com um destaque especial para uma em particular que apresenta quatro lutas ocorrendo simultaneamente, cada uma destacando as habilidades únicas de uma tartaruga.
Em termos de temática, o filme aborda a questão da aceitação dos mutantes entre os humanos, trazendo à tona uma vibe “X-Men”, onde os mutantes lutam por reconhecimento e integração na sociedade. Essa abordagem tem uma ressonância atual e acrescenta uma camada de profundidade à trama.
Bagunçados, divertidos e imprevisívei
Em suma, “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante” oferece uma experiência cinematográfica agradável e acessível. Une elementos de nostalgia, referências pop, ação empolgante e temas familiares, garantindo que tanto os fãs leais quanto novos espectadores possam desfrutar de uma jornada animada e cativante ao lado desses personagens adorados.
A proposta do diretor Jeff Rowe (“A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas”) funciona. Ele queria que os traços do filme não fossem precisos e polidos, mas, combinassem mais com a base das Tartarugas, ou seja, bagunçados, divertidos e imprevisíveis. Dessa forma, ele conduz a narrativa assim também. Sinceridade e carinho brotam nas telas em personagens com os quais podemos nos identificar. Um dos pontos mais notáveis do filme é exatamente essa animação que, de certa forma, lembra o estilo visual impressionante de “Homem-Aranha no Aranhaverso”. No entanto, “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante” traz uma sensação única de estilo underground, lembrando os quadrinhos que deram origem à franquia.
Vimos o filme a convite da Paramount e Atômica Lab, na versão dublada. E tudo flui perfeitamente. No elenco de dubladores nacionais, Any Gabrielly empresta sua voz a April, enquanto Léo Santana dubla Genghis Rã, o menor mutante do time do vilão Super Mosca. A direção de dublagem é do craque Wendel Bezerra, conhecido por suas vozes icônicas, como Bob Esponja e Goku. Já no elenco internacional de dubladores, estão presentes nomes como Jackie Chan, Paul Rudd, Post Malone, Giancarlo Esposito e Ice Cube.
Por fim, distribuído pela Paramount Pictures e a Nickelodeon Movies, “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante” chega aos cinemas brasileiros em 31 de agosto.
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