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Cinema e StreamingCrítica

CRÍTICA| A Última Sessão é um grandioso Cinema Paradiso indiano

Dirigido por Pan Nalin, A Última Sessão é um ode lindo ao ato de se contar histórias

Por
André Quental Sanchez
Última Atualização 3 de dezembro de 2024
6 Min Leitura
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A Última Sessão conta a história de Samay, um menino de 9 anos apaixonado por cinema e principalmente pela luz que o origina, algo que esclarece diversas vezes ao longo da produção e de sua busca por alcança-la, mesmo sem apresentar o apoio da família, quando Samay faz amizade com Fazal, o projecionista de um pequeno cinema, esta amizade permite que o amor do menino pela sétima arte floresça até o limite da imaginação.

O filme começa com um letreiro agradecendo a grandes cineastas que abriram o caminho, como os Irmãos Lumiere, Stanley Kubrick e Andrei Tarkovsky. No filme, Pan Nalin homenageia todos eles, seja uma refilmagem da chegada do trem à estação, a beleza trazida pela trilha de 2001: Uma Odisseia No Espaço, ou o cenário selvagem e abandonado visto em produções como Stalker.

Isto é para demonstrar o quão grandioso é este filme, porém, ao mesmo tempo extremamente íntimo e tocante, sendo um grande ode não somente ao cinema, mas ao ato milenar de se contar histórias.

O que aproxima um filme como Cinema Paradiso (1990, Giuseppe Tornatore), de A Última Sessão é o modo como é retratado a história narrativamente, apesar de semelhanças imagéticas óbvias como a amizade do menino com o projecionista, a família não aceitando inicialmente e o final grandioso que nos leva a lágrimas, o filme de Nalin é mais contido.

Enquanto o filme de Giuseppe Tornatore é um grande épico, mostrando a vida de seu protagonista ao longo de várias décadas, seus amores, suas perdas, seu eterno amor por cinema e com uma trilha grandiosa de Enio Morricone. A Última Sessão se destaca, e se diferencia, por conta de um retrato mais tradicional e íntimo.

A Última Sessão

Cena de A Última Sessão- Foto divulgada pela ATTI COMUNICAÇÃO

O filme é uma homenagem ao cinema, e principalmente ao cinema indiano como um todo, porém, diferente do filme eterno de Tornatore, Pan Nalin coloca o filme um tempo narrativo de 2010. Na medida que o filme se passa em um vilarejo isolado no meio da Índia, Samay aprende sozinho, e por meio do contato com Fazal, sobre a arte de se contar histórias, pois, o mundo pertence a eles, assim, acompanhamos diversas descobertas, que o público oniscientemente já apresenta consciência, como a câmera escura e sua importância na projeção, porém, por conta do contexto social de Samay, ele não está.

Muito mais do que uma homenagem ao cinema, A Última Sessão é uma homenagem aos sonhadores e aos contadores de história, talvez não tão épico quanto seu irmão italiano, mas por meio de sua simplicidade, é construído algo mágico.

Uma última consideração a se levar em A Última Sessão, é o contexto da película e o cinema digital. Enquanto o primeiro é cheio de vida e magia, sendo enaltecido por uma luz mágica que acompanha cada projeção do cinema, com a inserção do cinema digital, até mesmo a cabine de projeção fica mais fria e sem vida, um processo natural que o cinema passou nos últimos anos, seja por questões técnicas, econômicas, ou um avanço natural da indústria cinematográfica.

Ao ver que o seu tão querido projetor está indo embora, Samay o persegue até uma fábrica, onde presencia a lenta destruição e destruição, construído de tal forma que o objeto inanimado é tratado como um amado personagem, assim , impactando no mesmo nível do que grandes mortes do cinema. Acompanhamos o projetor sendo destruído, derretido e a película sendo tirada de sua tinta, para a fabricação de pulseiras de metal coloridas, um item tradicional da cultura indiana, principalmente entre mulheres.

É assustador tanto para o público, quanto para Sanjay, este “descaso” para com o filme, e a arte cinematográfica, porém, ao final do filme, ocorre uma ressignificação destas pulseiras, por meio de uma análise do jovem protagonista: se uma mulher somente usa pulseiras preto e branco, então ela usa filmes de Alfred Hitchcock, mantendo viva esta memória. Se uma mulher usa paletas mais pastel e com tons escuros, ela usa filmes de Andrei Tarkovsky, e por aí vai. E o mais lindo desta cena final, é o reflexo que a luz faz nestas pulseiras.

O cinema é uma arte que se baseia na luz e no ato de contar histórias, algo que Pan Nalin entende com maestria e Sanjay entende ao longo de A Última Sessão, assim, por meio do olhar de um jovem sonhador, entramos em contato mais e mais com a beleza que a sétima arte como um todo pode nos proporcionar, mesmo com todas as suas evoluções ao longo dos tempos, o ato de contar histórias e a luz que o dita, continuam bem vivas.

A Última Sessão estreará exclusivamente no CineSesc no dia 12 de Dezembro de 2024.

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Tags:critica ultima sessaoDestaque no Viventefilme ultima sessaoSamay
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