Conecte-se conosco

Cinema

Bacurau é exibido pela UERJ na Concha Acústica Marielle Franco

Publicado

em

Exibição de Bacurau na Concha Acústica Marielle Franco - Uerj. Matéria pela jornalista cultural Jéssica de Aguiar.

“Bacurau não é passarinho. Bacurau é pássaro bravo, que só sai à noite.” A descrição pertence a uma das cenas do filme, que leva nome de pássaro e conta uma história não apenas de resistência, mas também de ação. Assim como o evento, organizado em uma parceria entre diversos movimentos estudantis, que exibiu a obra. O evento contou com uma roda de conversa sobre os temas abordados em Bacurau e encerrou o 1º Encontro de estudantes de Pós-graduação da UERJ.

Afim de facilitar o acesso da comunidade acadêmica e frequentadores da Universidade à obra cinematográfica, alunos de Oceanografia primeiramente incluíram a projeção do filme na lista do projeto Cine Mar. Inicialmente apresentando longas sobre meio ambiente, o projeto inseriu Bacurau em sua lista devido à  forte reflexão acerca de questões políticas e sociais.

Ao propósito de expandir o público atingido, os responsáveis pelo projeto entraram em contato com outros grupos da Universidade, entre eles a Associação dos Pós-graduandos da Universidade do Rio de Janeiro (APG UERJ) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE), que  organizaram o evento. Dessa forma, o evento passou a fazer parte de outros projetos internos da Universidade. Sendo, finalmente, colocado como atividade de encerramento do 1º Encontro de Alunos da Pós-graduação da UERJ.

Reflexão sobre o audiovisual no Brasil

Em parceria também com o projeto “Educação em Disputa” organizado pelo setor de Pedagogia da instituição, a roda de conversa foi apresentada por  Sara Wagner (Mestranda do ProPEd-UERJ). Assim como, teve também a presença de Dani Balbi (UFRJ), expondo reflexões acerca de questões como: representatividade transgênero na cultura, racismo e fascismo na sociedade.

Dani acredita que a retratação da parcela marginalizada da população, como acontece em Bacurau, contribui para diminuir a influência norte-americana na cultura nacional. Entretanto, para ela obras com essa representatividade, como Bacurau, são “colocadas de lado, por conta de sua força política de proposição. Dando lugar às produções com representações norte-americanas”.

O filme

Bacurau, dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, conta a história de moradores em um vilarejo no interior do nordeste. Inicialmente, a cidade se mostra como um cenário árido e abandonado. Mas logo sua cultura emerge, a tela se enche de cores e o ambiente é preenchido por música e ação.

A trama, usa a população da cidade do interior para se aprofundar na organização social de uma comunidade que sofre com a desestruturação. Assim como, também pode ser interpretada como uma representação da sociedade brasileira em geral. São abordados assuntos como a emergência de grupos hiperexplorados por governantes que priorizam o capital externo e o destaque na figura de um justiceiro, representado na figura de Lunga (Silvero Pereira).

Incluindo a participação especial de Sônia Braga, o filme conseguiu extrapolar as brutalidades e privações sofridas pela população. E, ao mesmo tempo, trazer para os holofotes uma reflexão sobre as questões existentes na sociedade, que se tornam invisibilizadas por ausência de interesse midiático e governamental.

A experiência Bacurau

A experiência de assistir a uma obra como Bacurau, em um evento como este, não pôde ser mais enriquecedora. Pois com a abordagem e análise dos temas apresentados, antes da exibição, os espectadores, que não só preencheram, como transbordaram da Concha Acústica Marielle Franco tiveram a oportunidade de absorver o conteúdo ativista presente na obra. Do mesmo modo, puderam entender, sob outras óticas as diversas formas de opressão que são vividas na sociedade atual.

Em suma, o evento foi não somente uma atividade cultural, mas também reflexiva, e agregadora. Conseguindo unir o meio acadêmico e a comunidade para análise das diferentes realidades que compõem a sociedade brasileira. Ainda teve pipoca oferecida pelos grupos estudantis organizadores do evento e “efeitos especiais” de fogos que surgiram em sincronia com a cena de tiroteio no telão.

 

Cinema

Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas, com Cida Bento e Daniel Munduruku | Assista aqui

Veja o filme que aborda ações afirmativas e o racismo na ciência num diálogo contundente

Publicado

em

Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku

Na última quinta-feira (23), fomos convidados para o evento de lançamento do curta-metragem Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku. Aconteceu no Museu da República, no Rio de Janeiro.

Após a exibição um relevante debate ocorreu. Com mediação de Thales Vieira, estiveram presentes Raika Moisés, gestora de divulgação científica do Instituto Serrapilheira; Luiz Augusto Campos, professor de Sociologia da UERJ e Carol Canegal, coordenadora de pesquisas no Observatório da Branquitude. Ynaê Lopes dos Santos e outros que estavam na plateia também acrescentaram reflexões sobre epistemicídio.

Futura série?

O filme é belo e necessário e mereceria virar uma série. A direção de Fábio Gregório é sensível, cria uma aura de terror, utilizando o cenário, e ao mesmo tempo de força, pelos personagens que se encontram e são iluminados como verdadeiros baluartes de um saber ancestral. Além disso, a direção de fotografia de Yago Nauan favorece a imponência daqueles sábios.

O roteiro de Aline Vieira, com argumento de Thales Vieira, é o fio condutor para os protagonistas brilharem. Cida Bento e Daniel Munduruku, uma mulher negra e um homem indígena, dialogam sobre o não-pertencimento naquele lugar, o prédio da São Francisco, Faculdade de Direito da USP. Um lugar opressor para negros, pobres e indígenas.

Jacinta

As falas de ambos são cheias de sabedoria e realidade, e é tudo verdade. Jacinta Maria de Santana, mulher negra que teve seu corpo embalsamado, exposto como curiosidade científica e usado em trotes estudantis no Largo São Francisco, é um dos exemplos citados. Obra de Amâncio de Carvalho, responsável por colocar o corpo ali e que é nome de rua e de uma sala na USP.

Aliás, esse filme vem de uma nova geração de conteúdo audiovisual voltado para um combate antirracista. É o tipo de trabalho para ser mostrado em escolas, como, por exemplo, o filme Rio, Negro.

Por fim, a parceria entre Alma Preta e o Observatório da Branquitude resultaram em uma obra pontual para o entendimento e a mudança da cultura brasileira.

Em seguida, assista Nenhum saber para trás:

Por último, leia mais:

Fé e Fúria | Documentário inédito estreia no Canal Brasil no novo Dia Nacional do Candomblé

Andança – Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho | Crítica (viventeandante.com)

Yoga De Rua | Enfim, conheça o extraordinário na simplicidade (viventeandante.com)

Continue lendo
Anúncio
Anúncio

Cultura

Crítica

Séries

Literatura

Música

Anúncio

Tendências