Cinema
Bacurau é exibido pela UERJ na Concha Acústica Marielle Franco
Publicado
4 anos atrásem

“Bacurau não é passarinho. Bacurau é pássaro bravo, que só sai à noite.” A descrição pertence a uma das cenas do filme, que leva nome de pássaro e conta uma história não apenas de resistência, mas também de ação. Assim como o evento, organizado em uma parceria entre diversos movimentos estudantis, que exibiu a obra. O evento contou com uma roda de conversa sobre os temas abordados em Bacurau e encerrou o 1º Encontro de estudantes de Pós-graduação da UERJ.
Afim de facilitar o acesso da comunidade acadêmica e frequentadores da Universidade à obra cinematográfica, alunos de Oceanografia primeiramente incluíram a projeção do filme na lista do projeto Cine Mar. Inicialmente apresentando longas sobre meio ambiente, o projeto inseriu Bacurau em sua lista devido à forte reflexão acerca de questões políticas e sociais.
Ao propósito de expandir o público atingido, os responsáveis pelo projeto entraram em contato com outros grupos da Universidade, entre eles a Associação dos Pós-graduandos da Universidade do Rio de Janeiro (APG UERJ) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE), que organizaram o evento. Dessa forma, o evento passou a fazer parte de outros projetos internos da Universidade. Sendo, finalmente, colocado como atividade de encerramento do 1º Encontro de Alunos da Pós-graduação da UERJ.
Reflexão sobre o audiovisual no Brasil
Em parceria também com o projeto “Educação em Disputa” organizado pelo setor de Pedagogia da instituição, a roda de conversa foi apresentada por Sara Wagner (Mestranda do ProPEd-UERJ). Assim como, teve também a presença de Dani Balbi (UFRJ), expondo reflexões acerca de questões como: representatividade transgênero na cultura, racismo e fascismo na sociedade.
Dani acredita que a retratação da parcela marginalizada da população, como acontece em Bacurau, contribui para diminuir a influência norte-americana na cultura nacional. Entretanto, para ela obras com essa representatividade, como Bacurau, são “colocadas de lado, por conta de sua força política de proposição. Dando lugar às produções com representações norte-americanas”.
O filme
Bacurau, dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, conta a história de moradores em um vilarejo no interior do nordeste. Inicialmente, a cidade se mostra como um cenário árido e abandonado. Mas logo sua cultura emerge, a tela se enche de cores e o ambiente é preenchido por música e ação.
A trama, usa a população da cidade do interior para se aprofundar na organização social de uma comunidade que sofre com a desestruturação. Assim como, também pode ser interpretada como uma representação da sociedade brasileira em geral. São abordados assuntos como a emergência de grupos hiperexplorados por governantes que priorizam o capital externo e o destaque na figura de um justiceiro, representado na figura de Lunga (Silvero Pereira).
Incluindo a participação especial de Sônia Braga, o filme conseguiu extrapolar as brutalidades e privações sofridas pela população. E, ao mesmo tempo, trazer para os holofotes uma reflexão sobre as questões existentes na sociedade, que se tornam invisibilizadas por ausência de interesse midiático e governamental.
A experiência Bacurau
A experiência de assistir a uma obra como Bacurau, em um evento como este, não pôde ser mais enriquecedora. Pois com a abordagem e análise dos temas apresentados, antes da exibição, os espectadores, que não só preencheram, como transbordaram da Concha Acústica Marielle Franco tiveram a oportunidade de absorver o conteúdo ativista presente na obra. Do mesmo modo, puderam entender, sob outras óticas as diversas formas de opressão que são vividas na sociedade atual.
Em suma, o evento foi não somente uma atividade cultural, mas também reflexiva, e agregadora. Conseguindo unir o meio acadêmico e a comunidade para análise das diferentes realidades que compõem a sociedade brasileira. Ainda teve pipoca oferecida pelos grupos estudantis organizadores do evento e “efeitos especiais” de fogos que surgiram em sincronia com a cena de tiroteio no telão.
Jornalista, pós graduanda em Jornalismo Cultural. Apaixonada por todas as formas de expressão artística.

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Cinema
‘A Filha do Rei do Pântano’ tem fotografia eficiente em um suspense que começa bem
Daisy Ridley estrela
Publicado
9 horas atrásem
21 de setembro de 2023
“A Filha do Rei do Pântano” (The Marsh King’s Daughter), dirigido por Neil Burger e estrelado por Daisy Ridley (da última trilogia Star Wars) e Ben Mendelsohn, chega aos cinemas com grandes expectativas, especialmente devido ao seu elenco e à adaptação do best-seller homônimo de Karen Dionne. O filme começa prometendo oferecer uma experiência envolvente e sombria, mas, infelizmente, não consegue cumprir todas as suas promessas.
A princípio, o início, com a infância de Helena e sua relação com o pai é uma das primeiras coisas que se destacam em “A Filha do Rei do Pântano”. Cheguei a lembrar um pouco do bom “Um Lugar Bem Longe Daqui“, por ter essa questão familiar e uma jovem menina na natureza. Ambos são baseados em livros de sucesso. Contudo, enquanto “Um Lugar Bem Longe Daqui” oferece um roteiro bem amarrado que prende até o fim, com boas viradas, “A Filha do Rei do Pântano” vai se perdendo aos poucos, com alguns furos sem explicação como o que aconteceu com o trabalho da protagonista e os cúmplices do Rei do Pântano.
Aliás, veja o trailer de “A Filha do Rei do Pântano” em seguida, e continue lendo:
Entretanto, a fotografia de Alwin H. Küchler é uma virtude. As cenas noturnas são especialmente cativantes, capturando a atmosfera sombria e opressiva do pântano de forma impressionante. A paleta de cores utilizada ressalta a sensação de isolamento e perigo que permeia a trama, proporcionando um cenário visualmente impactante que contribui muito para o clima do filme. A cena onde Helena flutura num lago, e só vemos seu rosto, é linda. Assim como aquela que abre a película.
No entanto, apesar da beleza da cinematografia, as falhas e furos do roteiro prejudicam a narrativa. A premissa de uma mulher que precisa enfrentar seu passado sombrio para proteger sua filha é clássica, mas a execução deixa a desejar em vários momentos. A falta de desenvolvimento de certos personagens e subtramas deixa o espectador com perguntas não respondidas e cria um vazio na história que poderia ter sido melhor explorado.
Outro ponto que deixa a desejar é o final previsível. Desde o início, o destino de Helena (Daisy Ridley) parece traçado de forma óbvia, o que tira um pouco do impacto emocional que o filme poderia ter alcançado. A ausência de reviravoltas surpreendentes ou momentos verdadeiramente chocantes contribui para que a trama se torne previsível e, em última análise, menos satisfatória.
Daisy Ridley entrega uma atuação convincente como Helena, mas nada genial. Ben Mendelsohn está bem como o sinistro Rei do Pântano, principalmente no começo do filme. Além disso, a fofa Joey Carson como Marigold Pelletier cativa.
Em resumo, “A Filha do Rei do Pântano” é um filme que brilha em sua cinematografia, mas que peca em seu roteiro e na falta de surpresas em sua narrativa. Para os fãs do gênero suspense, pode valer a pena conferir pela atmosfera e a boa primeira metade, mas é importante se preparar para algumas decepções ao longo do caminho. O começo é bom, mas o final deixa um gosto amargo.
Por fim, o suspense de Neil Burger estrelado por Daisy Ridley e Ben Mendelsohn estreia nos cinemas em 28 de setembro.
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