Primeiramente, que saudade de ver O Senhor dos Anéis no cinema. Isso, por si só, já valeria o ingresso. Ter a oportunidade de revisitar a Terra-Média em O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim foi emocionante, especialmente numa cabine de imprensa, com toda a atmosfera de exclusividade que aumenta a imersão. Após um certo clima de decepção gerado pela série da Amazon Prime Video, “Os Anéis de Poder” — que, vale mencionar, mostrou uma boa evolução na segunda temporada —, surge a pergunta inevitável: seria o novo filme mais um desapontamento?
Dirigido por Kenji Kamiyama, conhecido por trabalhos como Blade Runner: Black Lotus e Ghost in the Shell: Stand Alone Complex, o filme demonstra uma direção eficiente, dinâmica e claramente inspirada nos épicos cinematográficos anteriores. Com Philippa Boyens na equipe de roteiristas, que trabalhou nas trilogias O Senhor dos Anéis e O Hobbit, a narrativa consegue equilibrar ação, emoção e a grandiosidade típica da obra de Tolkien. As cenas de batalha em A Guerra dos Rohirrim são intensas, e a animação, mesmo que diferente do estilo live-action, evoca o espírito épico e melancólico da Terra-Média.
A Guerra dos Rohirrim, o Abismo de Helm e o legado de Helm Mão-de-Martelo
A trama de A Guerra dos Rohirrim se passa 183 anos antes dos eventos da trilogia original e explora o destino da Casa de Helm Mão-de-Martelo, lendário rei de Rohan. Este é o personagem que dá nome ao famoso Abismo de Helm, fortaleza que se tornaria palco de uma das batalhas mais marcantes da saga. O filme mergulha na origem do nome e no papel histórico de Helm como um líder feroz e estrategista brilhante. Aliás, que delícia ouvir o grito de “EORLINGAS”. Por vários momentos senti aquele sabor de fã na minha boca, sentindo alegria de estar ali assistindo.
Helm Mão-de-Martelo, conhecido tanto por sua força física quanto por seu espírito resiliente, é uma figura central do filme, mas sua presença poderia ter sido mais – e melhor – explorada. Ele demonstra em momentos-chave por que se tornou uma lenda, mas é mais uma escada para Hera brilhar. Ainda assim, a orgirm do Abismo de Helm ganha um protagonismo quase tangível, servindo não apenas como um cenário, mas como um símbolo da luta pela sobrevivência e da união em tempos sombrios.
Hera: a nova heroína da Terra-Média
Se Helm impressiona, é Hera quem conquista o público. Sua história é um fio condutor emocionante, e sua coragem em tempos de crise estabelece uma conexão imediata com o espectador. Desde sua primeira cena, cavalgando ao lado de sua égua Ashere, Hera se destaca como uma personagem multifacetada, destemida e humana. Ela traz uma nova perspectiva à Terra-Média, preenchendo lacunas emocionais que complementam a grandiosidade das batalhas.
A Guerra dos Rohirrim vale a pena?
Com um enredo envolvente, ação de tirar o fôlego e uma animação que respeita o legado visual da franquia, O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim é uma experiência cinematográfica que os fãs de Tolkien não podem perder. Não só resgata a essência épica das trilogias de Peter Jackson, mas também oferece novas camadas à história de Rohan e à Terra-Média como um todo.
E não, este não é um desapontamento. Pelo contrário, é um sopro de nostalgia e inovação, um lembrete do poder narrativo da Terra-Média que tantos ainda amam. O filme estreia nesta quinta-feira (5).
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