“Terrifier 3” é um filme feito por Damien Leone que continua a história envolvendo Art, o palhaço. Aqui, após os acontecimentos do filme anterior todos acham que estavam finalmente em paz. Porém Art retorna na época do Natal para continuar sua matança e ir atrás de Sienna Shaw que o tinham derrotado no filme anterior.
A premissa é bem simples, além disso a história contínua de onde parou no anterior. Na verdade, muitos personagens e tramas seguem de onde pararam, seja de “Terrifier 2” ou “Terrifier”. Não que alguém que nunca viu nenhum dos anteriores não irá realmente entender nada, mas algumas lacunas ficarão sem sentido. Então sim, ver os anteriores ajuda a entender de onde tais personagens saíram e porque estão daquele jeito. Porém dá para assistir esse primeiro e depois ver os anteriores para entender essas lacunas, a história não é tão complexa ao ponto de atrapalhar ou ter que seguir a ordem certinha.
O filme tem muito gore e cenas que podem ser bem chocantes para muitos espectadores. Ou seja, cabe a cada um ponderar se consegue assistir algo assim. Entretanto para quem gosta desse subgênero é um prato cheio de mortes, alguns que muitos vão julgar como “longe demais” ou “nojento”.
Apesar do gore ser um ponto positivo e muito bem-feito no “Terrifier 3”, há muitas cenas no qual ele vai se estendendo ao ponto de cansar como quem diz, “já entendi, esse personagem vai morrer, já deu, finaliza”.
O que gera cenas na qual a pessoa é brutalmente assassinada, mas até o final ainda tá viva só para ter o momento de “ah é! Tal personagem falou tal coisa”. Então depois de destruir completamente o corpo daquela pessoa, ela ainda está viva só para ter esse momento de personagem falou isso então Art dá para essa pessoa esse momento mesmo que a pessoa deveria estar morta já. O que não é ruim, mas poderia ser feita de outra forma para ter uma catarse mais interessante.
A história tenta explicar algumas lacunas, mas ao mesmo tempo deixa várias perguntas ainda no ar, muita coisa em aberto, e até o pouco que explica não é tão bem explicado. Art, é um assassino muito interessante em seu design, movimentação de corpo, expressão, sendo realmente muito curioso ver como ele, principalmente, se comunica nas cenas e faz suas piadas enquanto faz coisas abomináveis. Em contrapartida, sua ajudante neste filme é meio chata e fala de mais as vezes.
Em relação a trama, ela é simples, mas tem uns momentos que parecem complexos por causa de como é o roteiro. Por exemplo, é dito no início do filme coisas que uma certa personagem faz todo Natal, chega a ser óbvio que tal informação será importante no futuro. Quando chega o momento de coisas acontecerem e o espectador ter o clique de “Ah! Já sei o que vai rolar, porque lá atrás essa personagem falou que fazia tal coisa”, então o filme trata o espectador como idiota.
E fala e fala e fala, várias vezes, para deixar bem claro o que vai acontecer e o motivo, tirando do espectador a satisfação de ter o clique mental e ligar os pontos da história, além de tirar toda a emoção do início da reviravolta.
A história tem seus momentos de talvez levantar pequenas críticas, como pessoas que veem casos reais de seriais killers ou sobreviventes dessas tragédias como estrelas. Querendo saber como foi estar numa situação assim, até mostrando um certo desejo e glamourizando uma situação pavorosa e horrível, onde a vítima só quer esquecer e tentar viver, mas é obrigado a reviver tudo por causa da mídia e pessoas curiosas. Porém essas pequenas críticas que “Terrifier 3” parece levantar e mostrar não levam a nada, parecem ser esquecidas e não são trabalhadas virando só um traço bobo de alguns personagens que não fazem nada na trama.
Em suma, “Terrifier 3” é um filme com uma história fraca, que parece não se explicar direito, com cenas de gore que se estendem ao ponto de cansar em alguns momentos, mas com um assassino incrivelmente interessante quando faz graça e tenta se comunicar como um mímico. Art rouba completamente toda a cena do filme, mostrando que o assassino visivelmente carrega tudo nas costas, até o roteiro, pois ele é um personagem tão interessante que instiga a nós a querermos saber mais e consegue fazer um filme divertido para quem gosta do estilo.
Afinal, com distribuição da Diamond Films no Brasil, o filme estreia nacionalmente em 31 de outubro, em pleno Halloween. Inclusive, na sua primeira semana em cartaz nos Estados Unidos, o longa somou US$ 18,3 milhões e assumiu a liderança da bilheteria no país.