No último sábado (28), os bons filhos à casa retornaram. Com 30 anos de carreira, o Planet Hemp tocou mais uma vez na Fundição Progresso, notória casa de shows no centro do Rio de Janeiro.
Depois de três álbuns lançados e um disco ao vivo, Marcelo D2, BNegão, Formigão e cia lançaram JARDINEIROS.
Esse novo trabalho de inéditas chegou aos fãs em outubro de 2022, exatos 22 anos após A Invasão do Sagaz Homem Fumaça (2000).
E a crítica especializada gostou tanto a ponto do álbum receber duas indicações ao Grammy Latino 2023 nas categorias “Melhor Interpretação Urbana em Língua Portuguesa” e “Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa”.
O Vivente Andante fez uma crítica do disco e você pode ler aqui. Agora, o Planet Hemp saiu em uma turnê chamada JARDINEIROS: A COLHEITA e nós também fomos conferir.

Galera saudosa e Planet quebrando tudo
No início, a galera foi chegando devagar e se ambientando do lado de fora como sempre rola para quem frequenta a região da Lapa, famoso bairro boêmio do Rio.
Os DJs Nicole Nandes e Wilson Power foram os responsáveis por ir recepcionando o público que estava ansioso para a volta dos maconheiros mais famosos do Brasil.
O som do Planet Hemp sempre se caracterizou pelo rap, reggae e punk rock/hardcore com altas doses de consciência social. E quem esperava por isso na noite de sábado não se decepcionou nem um pouco.
A banda abriu os trabalhos com o novo single Distopia, que no disco tem a participação do rapper Criolo. Um som pesado e comercial que agrada gregos e troianos.
Após a faixa Yuka, uma declaração do falecido compositor Marcelo Yuka, veio Taca Fogo, também do novo trabalho.
Só então começaram as pedreiras da velha guarda hardcoreragga do Planet Hemp com a sequência Dig Dig Dig (Hempa), Planet Hemp, Fazendo a cabeça, Hip Hop Rio e Mary Jane.
Veio então mais uma leva de canções de JARDINEIROS, com destaque para as intensas rodas de pogo para Fim do Fim, Puxa fumo entrelaçadas com momentos mais pensativos como na biográfica O Ritmo e a Raiva.
Mas o que a galera queria era o saudosismo de clássicos como Não Compre, Plante!, Legalize já,100% Hardcore, Raprockandrollpsicodeliahardcoreragga, Deisdazseis e Phunky Buddha. Nesses momentos de mais peso, claro que cabia um cover de Ratos de Porão com Crise geral.
Desnecessário dizer que o pau quebrou como mostra a foto abaixo.

Momento de queimar tudo
E é claro que se você vai num show do Planet Hemp, você espera o momento de relaxar com a erva. E por que não com uma sequência do naipe de Zerovinteum, Cadê o isqueiro? / Quem tem seda? e a nova Onda Forte?
Melhor que isso só se emendar em Queimando Tudo para todas as ideias ficarem mais fixas na mente.
Era óbvio também que Marcelo D2 e BNegão iriam abordar a política e houve ainda momentos para celebrar um novo governo federal e gritar Marielle Presente.
Já se encaminhando para o fim do show, o Planet Hemp homenageou Chico Science com Samba makossa e encerrou em grande estilo com as célebres Contexto, A culpa é de quem? e o primeiro grande sucesso, Mantenha o respeito.
Fim de show, fim de noite e ansiedade por novas apresentações renovada. Resta agora apenas a esperança de que o reencontro entre banda e fãs seja breve como a fumaça.


Set List – Planet Hemp na Fundição Progresso
- Intro
- Distopia
- Yuka
- Taca Fogo
- Dig Dig Dig (Hempa)
- Planet Hemp
- Fazendo a cabeça
- Hip Hop Rio
- Mary Jane
- Salve, Kalunga
- Fim do Fim
- Puxa fumo
- Amnésia
- Jardineiro
- Não Compre, Plante!
- Legalize já
- 100% Hardcore
- Crise geral (Ratos de Porão cover)
- Remedinho
- Ainda
- Veias Abertas
- Eles Sentem Também
- Raprockandrollpsicodeliahardcoreragga
- Deisdazseis
- Phunky Buddha
- O Ritmo e a Raiva
- Zerovinteum
- Cadê o isqueiro? / Quem tem seda?
- Onda Forte
- Queimando tudo
- Stab
- Nunca tenha medo
- Contexto
- Samba makossa (Nação Zumbi cover)
- A culpa é de quem?
- Mantenha o respeito