A 7ª edição do Festival Alternativo Rock Club aconteceu no último sábado (11/01), no Rock Experience, na Lapa (RJ), trazendo espaço para música autoral, trabalhos novos, e eu só me pergunto o que precisamos fazer para que um festival do tamanho que foi o ARC seja mais conhecido e frequentado. Cinco bandas fizeram shows espetaculares, de qualidade técnica e carisma com o público. Público esse que lotou a casa e foi responsável por manter a energia do evento lá no alto.
A banda Outros Caras abriu o festival com seu show ora sarcástico e engraçado, ora tratando de assuntos muito sérios, como o racismo e as diferenças sociais, nas letras das suas canções. Foi um show super digno de abrir as portas do 7º ARC e animar o público para o que haveria de vir.
Fritando
Posteriormente, o Trio Frito fez um show impecável como sempre. Quem acompanha a banda sabe que eles têm fortes influências do rock dos anos 70 e 80, o que faz com o público vibre. A impressão que dava era que três instrumentos tocavam individualmente, cada um com a sua personalidade, e que juntos fizeram um espetáculo incrível.
Em seguida, foi a vez da banda Hadezi. Banda nova em todos os sentidos: nova em estrada, em suas referências mais modernas e nos seus músicos, que devem estar na faixa dos seus 20 anos de idade. Eles tocam pop rock que nos remete à juventude dos anos 2000, com uma baterista garantindo a representatividade feminina de forma majestosa. Única mulher no palco do festival, Carol Rezende é considerada uma das melhores bateristas do underground carioca atualmente. E assim a Hadezi manteve a atenção voltada para eles, e divertiu a galera.
Dez, nota dez
A banda Dois ou Dez fez um dos melhores shows que eu já vi. O público colou na beira do palco e levou todas as músicas do repertório autoral da banda na ponta da língua e a plenos pulmões. Eles também tocam pop rock nacional mas com influências dos anos 90, nossos queridos anos 90. Mas eles são autênticos e o show do ARC mostrou o quanto eles estão prontos para o midstream.
Por fim, a banda Monophonia fechou o Alternativo Rock Club trazendo muita potência no som. Guitarras bem pesadas e um rock clássico, com leves pitadas de metal, presentearam os fiéis que ficaram até o final do festival, já por volta das 3 da manhã.
Festival independente
Festivais como o ARC é um festival 100% independente e autoral, abrindo espaço para as bandas apresentarem seus trabalhos, e movimentando a cena independente do Rio de Janeiro. Uma característica marcante da produção do Festival é o cuidado e o respeito pelos músicos.
Tudo foi muito bem planejado, e qualquer músico presente pode confirmar, para que eles só tivessem a preocupação de fazer a sua arte. Iniciativas como essa é o que de fato fomenta a cena. Respeito pelo trabalho do outro e luta por melhores condições culturais, em tempos tão difíceis.
Finalizo esse texto reforçando a minha pergunta inicial: o que falta para que festivais como o Alternativo Rock Club seja mais conhecido, mais aceito e mais frequentado no Rio de Janeiro? A cena está resistindo a duros esforços e é urgente pensarmos em ferramentas para que a oitava edição do ARC seja ainda melhor que essa.