Às vésperas de sua estreia mundial, o novo Superman dirigido por James Gunn já está no centro de uma acalorada discussão política. Em entrevista ao jornal britânico The Times, Gunn afirmou que o Homem de Aço representa “a história da América”, por ser um imigrante que encontra um novo lar e dedica sua vida à bondade. A fala gerou forte repercussão nos Estados Unidos, especialmente em meio ao atual clima político polarizado.
Ao mesmo tempo, Superman surpreende pela excelente recepção da crítica especializada: o filme estreou no Rotten Tomatoes com 86% de aprovação, tornando-se o terceiro filme mais bem avaliado da carreira de James Gunn no universo dos super-heróis.
Novo Superman como símbolo da imigração
“Superman é a história da América”, declarou Gunn.
“Um imigrante que veio de outro lugar e ajudou a construir o país. Mas, para mim, é sobretudo uma história que afirma que a bondade humana é um valor — e é algo que perdemos.”
A declaração, embora alinhada à origem clássica do personagem — um bebê alienígena enviado de Krypton e acolhido por uma família do Kansas —, causou reações adversas nas redes sociais e foi pauta em veículos como a Fox News. Isso porque a imigração é um tema altamente sensível nos EUA, especialmente sob o novo governo de Donald Trump, cuja agenda anti-imigratória é notória.
O irmão do diretor, o ator Sean Gunn, reforçou a mensagem em entrevista à Variety: “Quem é contra imigrantes é contra o próprio American Way”, frase que inflamou ainda mais o debate.
A história da controvérsia: não é a primeira vez
James Gunn não é estranho a polêmicas políticas. Durante o primeiro mandato de Trump, foi abertamente crítico nas redes sociais. Em 2018, acabou demitido pela Disney após antigos tweets polêmicos virem à tona, resultado de uma campanha promovida por setores da direita americana. Ironicamente, foi justamente essa demissão que abriu caminho para sua entrada na DC Studios.
O novo embate revela um velho dilema dos filmes de super-herói: como equilibrar mensagens políticas com o apelo comercial global? Quadrinhos sempre foram políticos, mas o cinema blockbuster tenta agradar a todos — e isso, inevitavelmente, leva a confrontos.
David Corenswet estreia sob pressão — mas com elogios
Interpretado por David Corenswet, o novo Superman é descrito por críticos como mais jovem, idealista e vulnerável. A atuação tem dividido opiniões, mas o carisma e a construção do personagem agradaram boa parte da crítica especializada.
Segundo o Rotten Tomatoes, até o dia 8 de julho de 2025, Superman acumula 86% de aprovação entre os críticos, tornando-se o terceiro melhor filme de James Gunn em termos de avaliação crítica no gênero:
| Filme | Nota da crítica (RT) | Nota do público |
|---|---|---|
| Guardiões da Galáxia Vol. 1 | 92% | 92% |
| O Esquadrão Suicida | 90% | 82% |
| Superman (2025) | 86% | Ainda não disponível |
| Guardiões da Galáxia Vol. 2 | 85% | 87% |
| Guardiões da Galáxia Vol. 3 | 82% | 94% |
Esse é também o primeiro longa solo de herói dirigido por Gunn, que até então havia comandado filmes de equipe. O resultado é promissor para o novo Universo DC (DCU), que busca se reerguer após uma série de fracassos de bilheteria e crítica.
Novo Superman assume posição
A polêmica pode até ser incômoda para o estúdio, mas ajuda a posicionar o novo Superman como mais do que apenas uma aventura heroica. Gunn enxerga o personagem como um símbolo de empatia, inclusão e resistência contra o cinismo político — um contraste marcante em relação ao Superman de Zack Snyder, mais sombrio e introspectivo.
A nova versão do herói, embora mantenha o clássico “Truth, justice and the American way” (Verdade, justiça e o jeito americano), reinterpreta esse lema a partir de um olhar contemporâneo, que valoriza a diversidade e a humanidade.
Aqui no Vivente Andante o novo Superman dividiu os críticos. Enquanto André Quental elogiou, Alvaro Tallarico criticou negativamente.
O que esperar agora?
Com críticas positivas, mas cercado por controvérsias, o novo Superman tem uma missão dupla: reconquistar o público e redefinir o tom do novo universo da DC nos cinemas. A recepção do público e o desempenho nas bilheterias serão fundamentais para garantir uma sequência — e confirmar se o caminho traçado por James Gunn é, de fato, o certo.
Seja como for, a frase usada como título da entrevista no The Times parece profética: “Algumas pessoas vão se ofender com o meu novo Superman”.
Aqui no Vivente, ninguém se ofendeu, pelo contrário, a questão da imigração é um excelente tema que o filme levanta, e James Gunn acerta nisso. Mas, vejamos como será na bilheteria…
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