“The Mountain’s Shadow” e “The Last Mountain“(Ostatnia góra) foram os filmes que abriram a 4ª MFM Mostra Filmes de Montanha, na noite deste domingo (23/08). A princípio, pudemos ver o curta-metragem no estilo Lego chamado “The Mountain’s Shadow”, feito por Jerry Auld, do Canadá. É um filme infantil e o realizador disse que fez visando plantar a semente do montanhismo em suas filhas pequenas. Posteriormente, foi exibido “The Last Mountain”, de Darek Zaluski, seguido por um debate com ambos os diretores mediado por Emilio Santor.
“The Mountain’s Shadow” foi feito por Jerry Auld através de um software livre de modelagem e animação chamado Blender e conta sobre uma montanhista que segue numa escalada e tem uma lição sobre ambição. É bem divertido. Ele demorou sete meses para conseguir fazer os sete minutos da obra.
A última montanha: odisseia no K2
“The Last Mountain” acompanha uma equipe de expedição polonesa buscando atingir o cume da montanha mais difícil do mundo, a K2. Isso através da via basca, considerada menos complicada. Fica a reflexão, se essa é a que apresenta menos dificuldade, como são as outras? O cenário é de epopeia. O vento fala e não são palavras amigáveis. Enquanto isso, vamos subindo junto com eles de mãos dadas com o medo.
Darek disse que sua primeira ideia de roteiro mudou devido a toda imprevisibilidade da montanha. Pretendia fazer entrevistas ao vivo e outras coisas, mas acabou usando somente as gravações que fez por lá. Aliás, o filme é tenso e mostra com eficiência algumas das dificuldades que os aventureiros enfrentam, como 30 graus negativos em algumas noites. Darek ainda conseguiu filmar um resgate da francesa Elisabeth Revol que ficou presa na montanha vizinha Nanga Parbat. Ainda por cima, um membro da expedição sofreu um acidente e teve que ser costurado por quem nunca antes havia feito isso. Essa cena que citei é uma das mais impressionantes do filme, quase dá para sentir a dor do ferido. Ele foi salvo pelo capacete, que ficou destruído.
Certamente, “The Last Mountain” faz pensar em porque as pessoas enfrentam esses desafios. Algumas tomadas fazem parecer que estamos vendo astronautas em um planeta gelado longínquo. Vemos a pequenez do ser humano perante os picos gigantescos. Em dado momento, um alpinista brinca e cita Mordor, um reino assustador dos livros e filmes de “Senhor dos Anéis”. Realmente, desde o início da exibição, isso passava pela minha cabeça. Por fim, refleti sobre essa busca de superação de limites que o ser humano tanto busca.