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Crítica

A Mandrágora – de Nicolau Maquiavel | Crítica Teatral

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Crítica de teatro da peça "A Mandrágora", pela jornalista cultural Jéssica de Aguiar

A peça teatral “A Mandrágora” é uma releitura da obra de Nicolau Maquiavel, encenada pela Companhia Ensaio Aberto, no Armazém da Utopia (RJ). Escrita há mais de 500 anos, precisamente em 1518, a obra faz uma sátira da corrupção nas diferentes esferas sociais da Itália renascentista. O que, apesar dos séculos de diferença, torna o conteúdo atual. Como resultado do desejo em trazer críticas políticas e sociais, a peça é encenada atualmente pela Companhia Ensaio Aberto.

Inicialmente, a trama original possui cinco atos. Contando a história de um jovem (Calímaco) apaixonado por uma mulher casada (Lucrécia). Calímaco busca, nas lendas envolvendo a raiz da mandrágora, uma alternativa inusitada a fim de se aproximar de Lucrécia. Tudo isso,  com o apoio de seus amigos e um frei, a quem promete alguns florins, em troca da participação no plano de enganar a jovem mulher.

A ideia se baseia na lenda de que a mandrágora teria poderes afrodisíacos. O que, com a ajuda de seu amigo Ligúrio, chega aos ouvidos do marido de Lucrécia, um homem já de meia idade, que anseia por um filho. A adaptação criada pelos jovens baseada na lenda seria de que, para a poção de mandrágora funcionar, o primeiro homem que se deitasse com Lucrécia após a ingestão, morreria. Com a astúcia de mil raposas Calímaco e Ligúrio conseguem convencer todos ao redor da jovem a participar do plano mirabolante, o que resulta em muitas risadas para o público. Trecho:

“Tão suave é o engano
levado ao fim tão almejado e caro,
que bane a alheia angústia
e doce faz todo o sabor amargo.
Oh, remédio alto e raro,
que o bom caminho aponta à alma errante!
Com teu grande valor,
Tornando outrem feliz, brindas o amor
e vences, só co’os teus conselhos santos,
pedras, veneno e encantos”.

De Maquiavel a Ensaio Aberto

A adaptação feita pela Companhia Ensaio Aberto, dirigida por Luiz Fernando Lobo e Tuca Moraes tem duração de duas horas, em dois atos que prendem a atenção do público. Não só pela ambientação, com o palco localizado em uma espécie de arena, que permite visão acessível para todos os níveis da platéia. Mas também pelas interpretações, que possuem grande dinamismo, provocando a platéia em diversos momentos e causando gargalhadas constantes.

Ademais, o figurino merece destaque, com um mix de tecidos modernos com modelagens renascentistas, consegue dar o ar da obra, com visual colorido, leve e divertido. A ambientação e a música de fundo proporcionaram uma verdadeira imersão. Transportando o público para a Florença renascentista, desde o bar que se apresentou como taverna, até a escolha de músicas originais desse período histórico. Além disso, a iluminação foi um espetáculo à parte, trazendo vida ao figurino e explorando as possibilidades de destaque das texturas das roupas. Tal qual o cenário, composto por mesas montadas em barris, que mantiveram o ar de taverna no ambiente, e possibilitaram a exploração dinâmica do palco pelos atores.

Apesar de possuir crítica social subliminar, a peça é apresentada com leveza e permite que a audiência embarque numa história, cheia de reviravoltas e travessuras.  Emanando os ares do teatro renascentista em pleno século XXI. Ademais, comédia de Maquiavel possui duas adaptações para o cinema e é considerada uma das obras literárias mais famosas do Renascimento.

Por fim, a peça fica em cartaz até 03 de dezembro de 2019 e possui entrada gratuita, com retirada de ingressos no site. Aliás, as apresentações acontecem de sexta-feira à segunda, às 20h, com abertura da casa 1h antes do espetáculo. Inclusive, recomendo que cheguem cedo, a fim de desfrutar adequadamente da taverna montada.

 

Cinema

Crítica | Transformers: O Despertar das Feras

Sétimo da franquia é mais do mesmo, mas superior a outros

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transformers o despertar das feras

O início de Transformers O Despertar das Feras (Transformers: Rise of the Beasts) é frenético, com uma boa batalha. Em seguida, conhecemos os protagonistas humanos, que são mais cativantes do que de outros filmes. O rapaz latino Noah Diaz (Anthony Ramos) e seu irmão (Dean Scott Vazquez), o qual serve mais como uma metáfora para o espectador. E a divertida Dominique Fishback, como Elena Wallace.

Nessa primeira parte do filme há algumas boas críticas, como o fato de Elena ser uma estagiária e saber muito mais que sua chefe, porém, sem levar nenhum crédito por isso. Enquanto Noah tem dificuldades de arrumar um emprego. Há aqui uma relevante abordagem sobre periferia (Brooklyn) ao vermos alguns dos desafios da familia de Noah, o que o leva a tomar decisões errôneas. A princípio, é um bom destaque essa caracterização dos personagens, em especial, favorece o fato da história se passar em 1994.

Dessa vez, o diretor é Steven Caple Jr., o qual não tem a mesma capacidade de Michael Bay para explosões loucas e sequências de ação. Steven faz sua primeira participação nesse que é o sétimo filme dos robôs gigantes. Ele era fã de Transformers quando criança e procura mostrar os Maximals (Transformers no estilo animal) de uma maneira autêntica.

Aliás, veja um vídeo de bastidores e siga lendo:

O público alvo do longa é o infanto-juvenil, que pode se empolgar com algumas cenas. Contudo, no geral, o roteiro é um ponto fraco. O Transformer com mais destaque aqui é Mirage, que fornece os instantes mais engraçados da história e faz boa dupla com Noah.

Além disso, as cenas no Peru e a mescla de cultura Inca com os robôs alienígenas é válida, com alguma criatividade e algumas sequências tipo Indiana Jones. Há muitas cenas em Machu Picchu e na região peruana que são belíssimas e utilizam bem aquele cenário maravilhoso. Vemos, por exemplo, o famoso festival Inti Raymi em Cusco, antiga capital do Império Inca, o qual o longa usa com alguma inteligência. Pessoalmente, essas partes me trouxeram lembranças pelo fato de que já mochilei por lá (veja abaixo), então aqui o filme ganhou em em relevância pra mim.

O longa se baseia na temporada Beast Wars da animação e traz o vilão Unicron, um Terrorcon capaz de destruir planetas inteiros. Na cabine de imprensa, vimos a versão dublada, a qual ajuda a inserir no contexto dos anos 90 com gírias da época.

Por fim, dentre os filmes dessa franquia que pude ver, esse sétimo está entre os melhores, apesar de ser somente regular, e conta com momentos divertidos. Além disso, a cena pós-crédito (só há uma) promete um crossover com muita nostalgia, Transformers: O Despertar das Feras chega aos cinemas de todo o país na próxima quinta-feira, 8 de junho.

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