Espetáculos
‘Antes que eu me esqueça’ faz último final de semana no Rio
Publicado
2 meses atrásem
Por
Mariana Esberard
O espetáculo está em cartaz no Teatro Ruth de Souza no Centro Cultural Municipal Glória Maria, antigo Parque das Ruínas e aborda o Alzheimer com leveza e propondo reflexões
O que você faria, se, de repente, sofresse um acidente e perdesse a memória? Esse é o principal tormento que aflige o músico Walter, protagonizado pelo ator Renato Peres, no espetáculo ‘Antes que eu me esqueça’, que estreou no dia 2 de setembro, no Teatro Ruth de Souza, no Centro Cultural Municipal Glória Maria (antigo Parque das Ruínas), em Santa Teresa, Rio de Janeiro. A dramaturgia é de Mariana Pantaleão, que também assina a direção e de Matheus Rodrigues. A temporada vai até 24 de setembro, sempre aos sábados e domingos, às 15 horas.
Após um acidente de carro, o músico Walter é diagnosticado com ALZHEIMER. Na experiência de um iminente desaparecimento de suas lembranças, ele tenta registrar e recuperar suas memórias através de áudios, fotos e vídeos.
A peça é um monólogo com reflexões sobre o cérebro antes do acidente, sem que o músico houvesse dado o devido valor, mas que agora, com sua nova condição, vêm à tona! E isso acontece a tempo!…Seria possível a (re) construção das memórias? Quais os mistérios dessa “simples” massa muscular rosa de apenas um quilo e meio? Somente ela nos tornaria humanos? E se não mais humanos… O que SOMOS, o que FOMOS e quem poderíamos SER?
São muitos os questionamentos de Walter na busca de uma identidade, a sua, depois que sua vida se transformou com a perda da memória. De acordo com Luiz Buñuell (1900 – 1983), cineasta espanhol, naturalizado mexicano:
“É preciso perder a memória mesmo das pequenas coisas, para que percebamos que a memória faz a nossa vida. Vida sem memória não é vida (…). Nossa memória é nossa coerência, nossa razão, nosso sentimento, até mesmo nossa ação. Sem ela somos nada (…) e só posso esperar pela amnésia final”. – Citação de Bruñuel pelo neurologista e escritor inglês Oliver Sacks (1933 -2015) no livro ‘O homem que confundiu sua mulher com chapéu’ – Editora Companhia das Letras, 1ª edição (14 agosto 1997)
Podemos dizer que viver sem memória é apenas vegetar? É não desfrutar de tudo de melhor do que a vida pode oferecer, ou até mesmo, que ela, na acepção da palavra, não existe em sua completude? O tema é mais do que atual e, certamente, habita as mentes e vidas de muitas pessoas, atormentando-as em reflexões intermináveis a procura de respostas e soluções. Na peça ‘Antes que eu me esqueça’, além de possíveis respostas, a garantia de um entretenimento que prende e diverte ao mesmo tempo por tocar no âmago do público, assim como o ator Renato Peres foi tocado:
“Vivemos um momento muito complexo. Guerras. Maldades. Doenças… O espetáculo ‘Antes que eu me esqueça’ faz uma reflexão sobre o tempo, a memória, a vida. Que o público possa ser arrebatado por essa intrigante história, assim como eu fui.” – fala Renato Peres.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que existam 35,6 milhões de pessoas com Doença de Alzheimer (DA) no mundo, sendo que o número tende a dobrar até o ano de 2030 e triplicar até 2050. No Brasil, há possibilidade é de que tenhamos cerca de 1,2 milhões de pessoas com esta enfermidade. Ressalta-se que a maior parte dos indivíduos com Alzheimer ainda não recebeu o diagnóstico médico e/ou tratamento necessário.
Qual o papel do Teatro e da Cultura dentro das experiências de adoecimento causadas pelo Alzheimer? De quais formas é possível representar, sensibilizar e nos questionarmos em relação às vivências das pessoas portadoras dessa doença? É mais do que como o cérebro processa a arte, e sim, como a arte pode processar o cérebro. Na busca por refletir essas perguntas, as relevâncias, conceitual e temática, se apresentam não só apenas no âmbito da conscientização, mas das aproximações entre as artes e as ciências. Matheus Rodrigues, que divide a dramaturgia com Mariana Pantaleão e faz a produção executiva de ‘Antes que eu me esqueça’, conta o motivo da escolha:
“Eu penso que o grande diferencial desse espetáculo não são os efeitos visuais, nem a música ou a dramaturgia em si; penso que a grande potência está na experiência da alteridade. Mais do que informar sobre um respectivo tema, o que importa é o exercício de empatia que propomos ao público, não para se colocar e solidarizar com o nosso personagem, mas sim com as pessoas da vida real, que muitas vezes podem ser nossos avós, tios, amigos” – explica Matheus.
Contemplado pelo Programa de Fomento à Cultura Carioca da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro (FOCA), o monólogo ‘Antes que eu me esqueça’ é cria da periferia do Rio de Janeiro. O espetáculo teve sua estreia no ano de 2023 ao ganhar o edital. Com a circulação em diversos espaços de cultura da Zona Norte como: Teatro Armando Gonzaga, em Marechal Hermes, Museu da Maré, No Complexo da Maré, Arena Carioca Dicró, na Penha, Arena Carioca Fernando Torres, em Madureira, Arena Carioca Jovelina Pérola Negra, na Pavuna, Lona Cultural Carlos Zéfiro, em Anchieta, e Teatro Gonzaguinha, no Centro, para alcançar outros aparelhos pela cidade. E agora volta com todo o gás para o Teatro Ruth de Souza, no Centro Cultural Municipal Glória Maria.
Ficha Técnica
Atuação: Renato Peres
Voz Off / participação (médico): Pedro Milman
Voz Off / participação (Lúcia): Amanda Laversveiler
Dramaturgia: Matheus Rodrigues e Mariana Pantaleão
Direção Geral: Mariana Pantaleão
Produção Executiva: Matheus Rodrigues
Orientação Dramatúrgica: Karen Acioly
Cenografia: Lina Da Hora
Direção de Movimento: Amanda Laversveiler
Iluminação: Anna Padilha
Direção Musical: Raphael Muniz
Edição de Vídeoarte: Dora Abreu
Designer Sonoro: Caio Guiesta
Fotografia: Victor Gustavo Almeida
Designer: Jefferson Santi
Mídias Sociais: Rafaela Lopes
Assessoria de Imprensa: Christine Keller Comunicação & Produção
Realização: M2 Produções – Instagram: @m2_coletivo_producoes
Serviço
Local: Teatro Ruth de Souza (Centro Cultural Municipal Glória Maria, antigo Parque das Ruínas)
Endereço: Rua Murtinho Nobre, Nº 169 – Santa Teresa
Temporada: de 02 a 24 de setembro (sábados e domingos)
Horário: 15h
Ingressos: R$ 30 (Inteira) e R$ 15 (Meia-entrada)
Link para compra: https://riocultura.eleventickets.com/#!/evento/47ebaaea82bd5d84c3eb217a4173493671e6ad9a
Duração: 60 minutos
Classificação: 12 anos (menores de 18 anos acompanhados de um responsável)
Gênero: Drama
Lotação: 75 lugares
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Cultura
15 Anos do Show “Barulinho” com Retorno à Cidade de Origem
Publicado
2 dias atrásem
29 de novembro de 2023
Em celebração aos 15 anos de estreia do espetáculo infantil “Barulinho”, (escrito sem o ‘H’, mesmo, numa licença-poética das multiartistas) as integrantes do grupo Chicas, Amora Pêra, Isadora Medella e Paula Leal, retornam à cidade de origem. Inicialmente concebido como um projeto temporário durante o afastamento de Nanan Gonzaga, devido à gravidez de gêmeos, o show agora retorna à Caixa Cultural, no Centro, nos dias 2 e 3 de dezembro.
Um Projeto que Cresceu e Encantou ao Longo dos Anos
O espetáculo “Barulinho” estreou em julho de 2008 no Espaço Sérgio Porto e desde então tem sido apresentado em vários palcos pelo Brasil. A proposta inicial era criar um ambiente lúdico, repleto de brincadeiras musicais para crianças e suas famílias. O show, que mantém as características autorais do grupo, mistura instrumentos variados como metalofone, sanfona, zabumba, piano, baixo, triângulo, além de participações inusitadas como apitos, panelas e berrantes.
Retorno aos Palcos com Novidades e Maturidade
Ao retornar, “Barulinho” traz consigo não apenas a nostalgia das músicas conhecidas, mas também algumas novidades emocionantes. Com a participação do poeta e músico Pedro Rocha, além da presença do talentoso músico Raphael PiPa, a experiência ganha camadas adicionais de expressão artística. Sol Azulay redefine cenários e figurinos, enquanto Ana Kutner ajusta a iluminação para criar uma atmosfera ainda mais envolvente. Adaptações nas letras das canções, abordando pautas antirracistas, refletem a maturidade conquistada pelo grupo ao longo dos anos.
Um Roteiro Marcado por Memórias da Infância
O roteiro do espetáculo é um mergulho nas memórias de infância de cada integrante, guiando a audiência por praças no interior do Brasil, quartos de crianças e até mesmo ao fascinante mundo da Lua, onde a imaginação se desdobra livremente. Canções como “ABC do Sertão”, “Ciranda do Mosquito”, “Lindo Balão Azul”, “Se Enamora”, “Comer, comer”, “Quem pão quer?”, entre outras, compõem um repertório que oferece uma experiência musical e teatral única.
A renovação de “Barulinho” é um convite para todas as idades. Não perca a oportunidade de mergulhar na magia desta celebração teatral e musical. levem suas crianças para uma noite inesquecível.
Ficha Técnica:
- Idealização / Direção Musical / Artista: Chicas – Amora Pêra, Isadora Medella, Nanan Gonzaga, Paula Leal
- Criação Coletiva e Arranjos: Amora Pêra, Nanan Gonzaga, Isadora Medella, Paula Leal, Carlos Bernardo, Pedro Rocha, Raphael Pippa
- Roteiro: Claudio Mendes e Chicas
- Direção Cênica: Claudio Mendes
- Cenário e Figurino: Sol Azulay
- Iluminação: Ana Kutner
- Artistas/Músicos Convidados: Pedro Rocha e Raphael Pippa
- Programação Visual: Isadora Medella
- Fotos: André Baptista
- Programa: Amora Pêra e Pedro Rocha
- Direção de Cena: Roberto Prado
- Boi: Alexandre Guimarães
- Assessoria de Imprensa: Marrom Glacê Comunicação
- Produção: Clodoaldo Costa – Banalíssima Arte
Serviço:
- Evento: Barulinho
- Apresentações: 02 de dezembro (15h e 17h) e 03 de dezembro (17h – sessão com acessibilidade)
- Local: Teatro Nelson Rodrigues / Caixa Cultural
- Endereço: Av. República do Paraguai, 230 – Centro / Rio de Janeiro
- Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada)
- Compra de Ingressos: Bilheteria Cultural
- Classificação Indicativa: Livre
- Duração: 60 minutos
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