Para dar visibilidade a fauna silvestre brasileira, essas vítimas invisíveis, e sensibilizar o público, por meio da arte, a Proteção Animal Mundial, idealizou a música “Defaunação”. O termo alerta sobre a ação humana de forma intensa e constante nos biomas. Além disso, impacta diretamente a vida silvestre, com videoclipe dirigido pelo Estúdio Bijari.
Os cinco versos, cantados por Ney Matogrosso, Zahy Tentehar, Frejat, Letrux e Mahmundi, chamam a atenção sobre os riscos provocados pela agropecuária industrial. A atividade causa imenso sofrimento também em animais de fazenda, como bovinos, aves e porcos. Nesse caso, os animais são criados como meras mercadorias, e não como seres vivos. A música lembra ainda que os animais são sencientes. Ou seja, que assim como os seres humanos são capazes de sentir emoções complexas como medo, dor ou alegria.
Dor animal
A percepção do sofrimento dos animais silvestres é que motivou o cantor Ney Matogrosso a se tornar um ativista em defesa dos animais.
“Eu era adolescente e estava na fazenda do meu avô e eu fui acompanhar um grupo que saiu para caçar porque era algo considerado normal, caçar para comer. Mas os homens atiraram num bando de macacos e eu vi as mães tentando proteger os filhotes. Balearam também um gavião e eu fui acudir o animal, que estava com tanta dor que cravou a garra na minha mão e eu não tive coragem de tirar. Naquele momento eu entendi tudo”.
A coordenadora de Vida Silvestre na Proteção Animal Mundial, Júlia Trevisan, afirma que a música é especial por apresentar os conceitos de defaunação e refaunação.
“São termos diferentes e distantes do dia a dia, mas extremamente relevantes quando se fala de conservação e restauração ambiental. É importante falar sobre a defaunação que estamos vivenciando e que silenciosamente está matando quem habita a floresta. Da mesma forma que é importante promover a refaunação, que significa a reintrodução ou a volta de espécies da fauna para seus habitats naturais. Precisamos conhecer esses termos para entender a importância da fauna silvestre e como nossas florestas dependem dos animais para se manter saudáveis e prosperar. E, nada melhor do que artistas com grande alcance para levar essa mensagem para o público”, avalia.
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Sobre a Amazônia Legal
O desmatamento na Amazônia Legal, Cerrado e Pantanal alcançou 21.000 km2 – o equivalente a 14 vezes a cidade de São Paulo – segundo dados do PRODES 2023, programa desenvolvido e operado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Os números sobre focos de incêndio e quantidade de hectares atingidos, muitas vezes, desviam a atenção sobre os maiores impactados, conhecidos também como vítimas invisíveis: os animais silvestres. Cada habitat devastado contém histórias de centenas de espécies – a exemplo da onça-pintada, anta, tamanduá-bandeira, lobo-guará, queixada, tatu-bola, jacaré, tuiuiú, arara, zogue-zogue, entre outros – que perdem o lar ou a vida. Os que se aventuram em busca de um novo território com oferta de água, comida e abrigo correm ainda o risco de atropelamento. A cada segundo, estima-se que 17 animais silvestres morrem nas estradas brasileiras, um total de quase meio bilhão ao ano.
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