Em 2023, a Bienal do Livro do Rio de Janeiro comemora 40 anos e promete uma edição muito especial. Do dia 01 ao dia 10 de setembro, a feira literária receberá leitores e autores de vários países. Além de mais de 500 marcas relacionadas ao mercado do livro, o evento promete mais de 300 convidados nacionais e internacionais em debates.
Muita gente achar que a Bienal é somente para compra de livros e encontro com autores. Porém, há anos a feira também oferece mesas de debates com autores, especialistas e, mais recentemente, influenciadores. E sobre os mais diversos assuntos. Na semana que passou, a Bienal liberou a programação completa dessas mesas. Trago, hoje, a primeira parte das dicas de alguns debates muito interessantes que vão rolar em dois espaços da Bienal: o Café Literário e o Palavra-Chave.
01/09 (6ª feira)
16h: Café Literário
No dia de abertura da Bienal haverá uma comemoração aos 40 anos da feira literária. Com participação de Ana Maria Machado, Clara Alves, Maurício de Sousa, Ruy Castro e Thalita Rebouças, os autores irão contar um pouco sobre suas histórias com a Bienal.
Autores de muito sucesso no Brasil e conhecidíssimos do público, todos são presenças constantes na feira. No bate-papo, irão falar sobre suas melhores lembranças e como a Bienal marcou suas vidas.
02/09 (sábado)
12h: Café Literário
Na mesa CONTAR E ESCREVER, os jornalistas Chico Felitti, Flávia Oliveira e Tiago Rogero irão conversar sobre a cultura podcaster e seu impacto na sociedade. Lola Ferreira, repórter da UOL, será a mediadora.
Chico Felitti fez rebuliço com o podcast “A mulher da casa abandonada” (veja a crítica aqui no Vivente), onde fala sobre uma mulher que mora em uma casa abandonada no bairro rico de Higienópolis, em São Paulo. Ao investigá-la, descobriu que ela havia cometido um crime, já prescrito, nos Estados Unidos. Com o sucesso do podcast, foi convidado para produzir outros podcasts, além de contar histórias que também o interessam. São dele os podcasts “Além do meme”, “Isso está acontecendo”, “O ateliê” e “Gente”. Natural de Jundiaí (SP), hoje mora em São Paulo.
Super premiada, Flávia Oliveira é colunista do jornal O Globo, comentarista do programa Em Pauta e Jornal das Dez desde junho de 2020, e da Rádio CBN. Apresenta o podcast “Angu de grilo” junto com sua filha, a também jornalista Bela Reis. Flávia é do Rio de Janeiro (RJ).
Tiago Rogero criou e coordenou o “Projeto Querino”, lançado em agosto de 2022 como um podcast produzido pela Rádio Novelo e nomeado um dos 10 melhores trabalhos jornalísticos em áudio de 2022 pelo Prêmio Gabo. Criou e apresentou, também, o podcast narrativo “Vidas negras”, que foi finalista do Third Coast International Audio Festival de 2021. É dele também “Negra Voz”, podcast vencedor do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog em 2020. Nascido em Belo Horizonte (MG), desde 2011 mora no Rio de Janeiro (RJ).
03/09 (domingo)
12h: Café Literário
A mesa CAPTURAR A FALA traz os autores Eliane Marques, Geovani Martins e José Falero. Mediado por Stephanie Borges, eles debaterão sobre a influência da oralidade em suas obras. Ou seja, uma conversa sobre como, nos últimos anos, alguns livros sofisticaram a linguagem literária a partir de uma captura da fala.
Eliane Marques é escritora e psicanalista. Nasceu na fronteira entre Brasil e Uruguai. É autora dos livros “E se alguém o pano” (2015), “O poço das Marianas” (2022) e “Louças de família” (2023).
Geovani Martins nasceu em Bangu, no Rio de Janeiro (RJ). É autor dos livros “O sol na cabeça” (2018) e “Via Ápia” (2022). “O sol na cabeça”, está sendo adaptado como série. A coletânea de contos foi vendida para editoras de nove países, entre elas Farrar, Straus & Giroux (EUA), Faber & Faber (Reino Unido), Suhrkamp (Alemanha) e Mondadori (Itália).
José Falero nasceu e vive na Lomba do Pinheiro, periferia de Porto Alegre (RS). É autor dos livros Os Supridores (2020), “Mas em que mundo tu vive?” (2021) e “Vila Sapo” (2022). “Os Supridores” problematiza questões sociais com base em autores como Karl Marx.
04/09 (2ª feira)
19h: Palavra-chave
Em FAZER, ESCREVER, FANTASIAR, autoras falam sobre escrever sobre sexo, algo tão negado às mulheres. Nesse debate, Aline Sant’Ana, Bela Reis, Bruna Maia, Fernanda Santana e Marcela McGowan vão mostrar que sexo faz bem à saúde e que não tem nada de errado para mulheres falar – e escrever – sobre o tema.
Aline Sant’Ana é autora de diversos livros eróticos, como “Viajando com rockstars: 7 dias com você”.
Bela Reis é jornalista e podcaster carioca. Apresenta “Angu de grilo” com sua mãe, a também jornalista Flávia Oliveira. Tem, também, o podcast “Conselhos que você pediu”, onde responde questionamentos de suas ouvintes. E com Bertha Salles e Taise Odelli, apresenta o podcast “PPKansada”, onde discutem sobre diversos assuntos da vida de uma mulher.
Bruna Maia é jornalista, cartunista, escritora e artista plástica brasileira. É conhecida pelo livro em quadrinhos “Parece que Piorou” e pelo romance “Com todo o meu rancor”. No Instagram, publica tirinhas que contam o dia a dia das mulheres, com muito sexo.
Fernanda Santana é de Timóteo (MG) e autora de livros eróticos, como “Só entre nós dois”.
Marcela McGowan é médica ginecologista e especialista em sexualidade. Utiliza suas redes sociais para promover educação sexual, principalmente para as mulheres. Foi apresentadora do programa Prazer feminino, da GNT. É autora do livro “Senta que nem moça – Um guia descomplicado de sexualidade e prazer” (2021). Marcela é de Rancharia (SP), mas atualmente mora em São Paulo (SP).
05/09 (3ª feira)
19h: Palavra-chave
Na mesa PARA SONHAR UM NOVO MUNDO, Sidarta Ribeiro, Hanna Limulja e Claudia Lamego serão os debatedores. Numa mistura entre Literatura e Ciência, os três vão conversar sobre como discutir formas de se relacionar com o meio ambiente, com os animais e com outros serem humanos nos ajuda a perceber perspectivas para construir um mundo mais agradável para todo mundo. E como a Literatura pode ajudar nessa construção.
Claudia Lamego é do Rio de Janeiro. Jornalista, tem especialização em Antropologia e Desenvolvimento Cognitivo pela UFF e em Literatura e Arte pela PUC-RJ. Atua no mercado editorial desde 2014. Atualmente é coordenadora de um clube de assinaturas de livros feministas.
Hanna Limulja é antropóloga, indigenista e professora. De São Paulo, trabalha com os Yanomami desde 2008. Já trabalhou em ONGs no Brasil e no exterior. Atualmente é professora do curso de Licenciatura Intercultural Indígena no Instituto Insikiran, da Universidade Federal de Roraima.
Sidarta Ribeiro nasceu em Brasília. É autor de mais de 100 artigos científicos e de 5 livros, entre eles “O Oráculo da noite: A História e a Ciência do sonho” (2019) e “Sonho manifesto” (2022). É professor de Neurociências e um dos fundadores do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Informações
Você pode adquirir seu ingresso com antecedência pelo site da Eventim. Eles custam R$39 (inteira) e R$19,50 (meia-entrada). A Bienal acontece no Riocentro (Av. Salvador Allende, 6.555 – Barra da Tijuca). A produção do evento não divulgou o horário de funcionamento, mas, geralmente, as portas abrem às 09h da manhã.
Se é a primeira vez que você vai à Bienal, uma dica: vá de tênis (que não te machuque) e com roupas leves (mas leve um casaquinho porque, às vezes faz frio lá dentro). O pavilhão é gigante e tem muuuuita coisa pra ver! Não carregue muita coisa na bolsa, porque você vai querer comprar livros e se já for com a bolsa lotada, vai sair de lá carregando quilos e mais quilos de peso! Há praça de alimentação, mas os valores geralmente são bem salgadinhos.
A melhor forma de chegar à Bienal é de metrô + ônibus. Porém, dependendo de onde você estiver, pode saltar no Terminal Alvorada, na Barra, e lá pegar outro ônibus. Se você for de carro, prepare-se para enfrentar fila para entrar no estacionamento. No mais, beba bastante água e divirta-se!
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