Quando Caio começou a perder o equilíbrio do corpo, Clésia da Silva Mendes Zapelini e o marido, Clávison, iniciaram uma busca intensa para entender o que estava acontecendo. Foram necessários meses de viagens a outras cidades, diagnósticos errados e exames invasivos para eles descobrirem a verdade. O filho de dois anos tinha leucodistrofia metacromática, uma doença grave, degenerativa e sem cura. A expectativa de vida era de aproximadamente 18 meses, porém o garoto superou as probabilidades e chegou a comemorar o décimo aniversário.
Essas experiências foram registradas pela mãe no livro O pequeno grande Caio. A obra tem a intenção de ressignificar o falecimento do filho, mas também de auxiliar famílias que perderam as próprias crianças para uma enfermidade. A partir de um relato pessoal, a autora enfatiza um tema que muitos ainda têm medo de abordar: não apenas a morte de um ente querido, como também os sentimentos do processo de enlutamento. Sem eufemismos, a autora fala sobre como vivenciou o luto antes do óbito e a confirmação dos médicos. Além disso, discorre sobre a organização do funeral e a escolha da última roupa que ele usaria. Por fim, narra o primeiro dia em casa sem o menino.
Escrita como processo de superação
Dividida em três partes, a obra percorre a chegada de Caio, a partida dele e como os dias continuaram após seu falecimento. Nos 16 capítulos narrados em primeira pessoa, Clésia Zapelini explica como transformou a dor em uma celebração da vida. Para seguir em frente, ela descobriu novos sentidos na doação dos pertences para crianças em vulnerabilidade social e na posterior adoção de dois adolescentes. Além disso, também dá palestras para levar esperanças a quem vivenciou situações semelhantes.
O lançamento literário foi a maneira que a mãe encontrou de ajudar outras pessoas. Dias depois de perder o primogênito, ela buscou livros que falassem sobre o luto materno relacionado à morte por doenças. Ao perceber as escassas opções, decidiu escrever O pequeno grande Caio. Além de ser uma forma de auxiliar aqueles que ficam após uma perda, a obra reforça no leitor o sentimento e o direito de existir com plenitude, felicidade e amor, independentemente da idade e do tempo de vida que lhe resta.
A autora
Coordenadora pedagógica com graduação em Pedagogia e doutorado em Ciências da Linguagem, Clésia da Silva Mendes Zapelini trabalha há 28 anos na área da Educação. Em paralelo, é palestrante e compartilha sua história para inspirar outras pessoas. Natural de Gravatal, em Santa Catarina, está produzindo o documentário Caio: uma vida, mil lições.
Ficha Técnica
O pequeno Caio: O menino que ressignificou vidas
Autora: Clésia da Silva Mendes Zapelini
Páginas: 268
Preço: R$ 55 (físico) | R$ 19,90 (e-book)
Onde encontrar: Amazon
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