Cinema
Crítica | ‘A Mulher Rei’ faz o público se arrepiar
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A Mulher Rei é um filme que resgata uma parte da história do Reino do Daomé, que exisitiu onde atualmente é o Benim. O foco é nas Agojie, uma unidade de guerreiras composta apenas por mulheres que protegiam esse reino africano nos anos 1800.
A princípio, o longa tem uma fotografia impressionante de Polly Morgan, que trabalha bem com as peles negras e os cenários africanos, proporcionando belas cenas que merecem uma apreciação na tela de um cinema. Tudo em cima de um roteiro redondo de Dana Stevens que não subestima o espectador e ainda apresenta plot twists instigantes.
A Mulher Rei acompanha em específico a jornada da General Nanisca, que ganha vida através da atriz vencedora do Oscar, Viola Davis, em mais uma daquelas atuações incríveis. Ela é forte, poderosa, heróina, mas também humana, com seus traumas pessoais, os quais vamos conhecendo ao longo da exibição. Sua resiliência vem da vulnerabilidade, da dor.
Irreverência e carisma
Além de Viola, Lashana Lynch se destaca como a guerreira Izogie, numa união de imponência, irreverência e carisma. Elas treinam uma nova geração de recrutas e as preparam para a batalha contra o império de Oyó.
Gina Prince-Bythewood é efetiva na direção tanto nos bons momentos de ação, quando nas relações humanas. Há cenas realmente empolgantes, e bem coreografadas. Muitas resultam em mortes que afetam o público. A diretora consegue nos conectar com os personagens, faz com que nos importemos com seus destinos. Entretando, o que mais me impressionou foi o turbilhão de emoções que pude sentir. Sorri, chorei, senti raiva, carinho, torci por desfechos. Ah, e me arrepiei diversas vezes.
Origens
A saber, as guerreiras Agojie eram mulheres com origens de diversas aldeias de toda a região africana, que se uniram formando uma irmandade. Dessa forma, quando Gina Prince-Bythewood se preparava para filmar na África do Sul, buscou refletir isso no seu elenco.
“Eu queria reunir um elenco que representasse a incrível diversidade da nossa diáspora. Temos a Thuso Mbedu, que é da África do Sul; a Lashana Lynch, que é jamaicana; e a Sheila Atim, que vem do Reino Unido, mas também é ugandense. Temos mulheres da África Ocidental e afro-americanas. Isso foi tudo intencional para que nos juntássemos para contar a história de cada um de nós. Eu adoro a energia que trouxe para o set”, disse a diretora.
Ademais, John Boyega, conhecido do grande público pelo Finn da nova trilogia Star Wars, ganha uma boa chance de mostrar seus talentos ao viver o jovem Rei Ghezo, em busca de um nova forma de reinar. Thuso Mbedu como Nawi também cria laços com o espectador com facilidade em sua rebeldia e força de vontade. Ela representa um futuro redentor, numa conexão com a ancestralidade, que se unem no presente do filme.
Processos diaspóricos, sororidade, machismo, são temas abordados no subtexto do longa. Uma interessante curiosidade é que, no filme, Nanisca confronta o rei Ghezo sobre a imoralidade de vender pessoas negras escravizadas aos portugueses. Ela sugere que a riqueza do reino passe a ser baseada no comércio da produção de óleo de palma. A conversa é fictícia, mas realmente Daomé fortaleceu o comércio de óleo de palma com os europeus entre 1840 e 1870. Contudo, não cessou o comércio de pessoas escravizadas.
Afinal, A Mulher Rei tem poder e potência. O roteiro em comunhão com a direção, fotografia e o elenco fornecem um épico de respeito. A trilha sonora de Terence Blanchard complementa trazendo tons ancestrais, auxiliando em colocar o espectador naquela época. O filme será lançado nos cinemas nacionais em 22 de setembro de 2022.
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Jornalista especializado em Jornalismo Cultural pela UERJ.

Cinema
Tá escrito | Filme com Larissa Manoela estreia em 14 de dezembro
Elenco e equipe contam, em coletiva de imprensa, detalhes sobre o filme.
Publicado
1 hora atrásem
30 de novembro de 2023Por
Livia Brazil
Tá escrito é o novo filme de Larissa Manoela, que estará nos cinemas em 14 de dezembro. O longa, que conta, também, com André Luiz Frambach, Karine Teles e Victor Lamoglia, é uma comédia com direção de Matheus Souza. A produção é da Paris Entretenimento em coprodução com a Globo Filmes e Globoplay, e tem distribuição da Paris Filmes.
A saber, a sinopse é a seguinte: Alice acha que os astros erraram com ela, até que um dia recebe um livro em branco, apenas com instruções que prometem que qualquer previsão astrológica escrita naquelas páginas se concretizará. Com o poder de influenciar a todos com as previsões que agora ela tem acesso, Alice se torna um fenômeno online, mas também deixa o mundo ao seu redor de cabeça para baixo.
Para exemplificar, fique com o trailer:
Astrologia
Na última segunda-feira (27), os atores Larissa Manoela, André Luiz Frambach e Karine Teles, e o diretor Matheus Souza participaram de uma coletiva de imprensa para falar um pouco sobre o filme. Além de falarem, claro, de sua ligação com astrologia. A protagonista, por exemplo, que é capricorniana, disse fazer sua revolução solar todos os anos. Já Frambach, aquariano, contou que não entendia muito sobre o assunto. Contudo, por causa do filme e por influência de Larissa Manoela, começou a conhecer.
Por falar em conhecer, Matheus Souza, o diretor, assim como André Luiz, conhecia o básico sobre astrologia. Porém, para escrever o filme (ele também é um dos roteiristas), estudou bastante em livros, vídeos e até conversando com pessoas ligadas à astrologia, estudiosas ou apenas amantes do assunto. Segundo ele, a escolha de conversar também com quem gosta do tema era para possibilitar o entendimento sobre astrologia para todos, e não somente apenas para quem entende profundamente. “É um filme identificável e diferente do que se vê hoje em dia.”, afirmou.
Karine Teles, leonina como o diretor, contou gostar muito de astrologia. Inclusive, disse fazer mapa astral anualmente há muito tempo. “Acho que é um jeito maravilhoso de a gente se conhecer, pensar a respeito da gente mesmo, das nossas relações, dos nossos familiares, dos nossos amores.”, disse a atriz.

Comédia para refletir
Tá escrito é declaradamente uma comédia. Todavia, Matheus Souza se preocupou, também, em levar uma mistura de gêneros para o longa. “É um filme que é um evento, porque há uma mistura de gêneros. Foi um esforço para resgatar o público para ir ao cinema assistir filme nacional.”, afirmou o diretor.
Karine Teles, que geralmente não faz comédias no cinema e na televisão, agradeceu por ter sido convidada a fazer esse filme, já que é fã do gênero. Segundo ela, a comédia é um canal de debate. “É um filme que vai trazer muitas reflexões. Acho que rir é um jeito muito bom de pensar sobre a vida, sobre o mundo.”, disse.
Além disso, a atriz ainda disse que é um filme que fará rir pessoas de todas as idades. Inclusive, ela contou que um dos motivos de entrar nesse projeto foram seus filhos, Artur e Francisco. Além de ser um filme que, finalmente, os dois poderão assistir, que já muitos dos trabalhos que faz não são para a idade dos gêmeos, os meninos deram força para a mãe quando ela contou que Larissa estaria no elenco. “A gente já tinha assistido outros filmes da Larissa juntos e quando falei que fui chamada para fazer um filme com ela, eles falaram: ‘Mãe, você tem que fazer’.”, contou.
Larissa Manoela
Sobre a estrela do filme, Karine ainda disse que ficou muito feliz em ver o nível de profissionalismo da atriz. Segundo a atriz, que interpreta a mãe virginiana de Larissa em Tá escrito, Larissa Manoela é muito profissional, séria e dedicada. Além disso, contou Karine, a jovem atriz também é muito comprometida com o trabalho e com as pessoas. Por isso gostou muito de trabalhar com Larissa.
Quem também ficou feliz de trabalhar com a atriz foi André Luiz Frambach. Noivo de Larissa na “vida real”, o ator, que já dividiu a tela com Larissa em Modo avião, conta que adorou a experiência. “É incrível trabalhar com o que a gente ama, que é a arte. E é mais incrível ainda trabalhar com o que a gente ama com quem a gente ama.”, afirmou.
Para Larissa também foi muito especial estar com André Luiz em cena. E, assim como os outros presentes na coletiva, a atriz está muito feliz com o resultado e ansiosa para que as pessoas vejam o filme, que traz diversos aspectos da vida que todas as pessoas passam.
Ficha técnica
TÁ ESCRITO
Brasil | 14 de dezembro de 2023
Direção: Matheus Souza
Roteiro: Matheus Souza, Thuany Parente e Mariana Zatz
Elenco: Larissa Manoela, André Luiz Frambach, Caroline Dallaros, Victor Lamoglia, Kevin Vechiatto, Richard Abelha, Hamilton Dias, Emira Sophia, Vittoria Tosi , Thuany Parente.
Participações especiais: Karine Teles e Cazé Pecini.
Produção: Paris Entretenimento
Coprodução: Globo Filmes e Globoplay
Distribuição: Paris Filmes
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