Baseado no livro de Maurício Rubens Paiva, vencedor do prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza e dirigido por Walter Salles. Ainda Estou Aqui, conta a história de Eunice Paiva, uma mulher que assume a família após militares levarem seu marido.
Em seu primeiro ato, Ainda Estou Aqui introduz toda a família Paiva: Eunice, Rubens e seus filhos, de modo carismático e atencioso. No momento que levam Rubens, a realidade bate na porta e lembra os protagonistas, e o público, do que foi a ditadura militar.
Walter Salles teve auxilio do cinematógrafo Adrian Teijido na construção de momentos nostálgicos, remetentes à década de 70. O filme foi gravado em película 35mm, enquanto é intercalado com momentos gravados em super 8, assim, imprimindo vida no filme. Como dito na coletiva de imprensa após a sessão: retratando o passado, para assim, iluminar o presente.
Aliás, veja o trailer de Ainda Estou Aqui, e continue lendo:
Diferente do livro, Ainda Estou Aqui conta a história por meio do ponto de vista de Eunice, uma escolha beneficiada pela atuação de Fernanda Torres. Fernanda transmite todos os sentimentos necessários para a compreensão desta personagem tão forte, uma mulher reinventada após passar, injustamente, um tempo no DOPS e ter o marido tirado sem nenhuma justificativa.
A principal marca de Ainda Estou Aqui é a quebra da paz. Desde o primeiro plano ela é interrompida constantemente, seja por ruídos extra campos, ou sons exorbitantes como gritos e helicópteros. Da mesma maneira, há momentos que trazem leveza para momentos de caos, como a cena que Eunice conserta a boneca da filha, indicando como ela mesma precisa de conserto, encontrando ao fim, em si mesma e na própria família.