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Crítica

El Camino – Crítica

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El Camino por Michel Gutwilen

Para além da primeira camada de”El Camino”, o filme de Gilligan não deixa de ser um grande limbo que o protagonista precisa passar. Atormentado pelos fantasmas do passado, Jesse Pinkman só conseguirá seguir em frente uma vez que enfrentá-los. O longa-metragem da netflix é continuação direta de uma das maiores séries de todos os tempos, “Breaking Bad”.

Por isso, é muito interessante notar como os flashbacks funcionam. Apesar de pertencerem a um tempo passado, há essa tensão invisível que leva quase a uma autoconsciência dos personagens sobre o peso de suas conversas. É essa atemporalidade dos diálogos que levam o filme para uma dimensão metafísica. Jesse está, de uma vez por todas, fechando seu ciclo com Mike, Walter e Jane.

É um filme que passa toda essa ideia de caminhada, algo que está presente desde o título do longa até na localização das cenas finais e iniciais. Quando conversa com Mike, o grande rio em movimento é enfatizado, retomando esta ideia de fluxo. No mesmo sentido, também há o encontro com Jane no meio de uma estrada deserta que se perde em um horizonte.

O adeus de Jesse Pinkman

Ou seja, mais do que um simples fan-service, os flashbacks acabam funcionando como o adeus de Jesse Pinkman ao seu passado. Aliás, é também um acerto de contas, pois muitas pendências foram deixadas. E isso é algo até que se reflete na aventura do presente. Praticamente um protagonista solitário de um filme de Western com seu “cavalo” (o carro), ele tem até o típico duelo com a figura que representa seu antigo eu: um viciado em drogas.

Por fim, “El Camino” acaba sendo uma grande digressão saudosista de Gilligan. Todos os flashbacks possuem esse ar contemplativo não só porque Pinkman visita os amigos pela última vez, mas a audiência também. Eles são como aqueles fantasmas que vagam pela Terra e só irão ao céu quando cumprirem sua missão. No caso: libertar Jesse.

@universocritico

Acredito que o Cinema não é ciência, mas sentimento. Logo, o meu cinema não é o seu cinema, e vice-versa. Minha missão paradoxal é a de expressar objetivamente a minha relação subjetiva com o filme. Se quiser me conhecer, assista Two Lovers e I Killed My Mother.

Cinema

Crítica | ‘John Wick 4: Baba Yaga’ é um épico de ação

A aventura derradeira de John Wick mostra um caminho possível para ele derrotar a Alta Cúpula

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john wick 4

John Wick 4 traz novamente Keanu Reeves como um matador incomparável

O novo filme do assassino John Wick é apontado como o melhor da franquia. Mas por que? A princípio, o elenco cresce com atores como Donnie Yen (O Grande Mestre), Hiroyuki Sanada (Mortal Kombat), Shamier Anderson (Passageiro Acidental) e Bill Skarsgard (IT: A Coisa). Além disso, Aimée Kwan como Mia encanta com beleza e ferocidade. São ótimas aquisições e até abrem espaço para o futuro. Todos atuam com eficiência e tem carisma.

Na sinopse ofical, a aventura derradeira de John Wick mostra um caminho possível para ele finalmente derrotar a Alta Cúpula. Mas, antes que possa ganhar a liberdade, deve enfrentar um novo e cruel inimigo com alianças em todo o mundo e capaz de transformar amigos em inimigos.

Com a direção de Chad Stahelski, o filme é o mais longo da franquia com 2h49, mas nem parece. Passa rápido, pois é extremamente frenético. John parece um super-herói invencível e imortal. Seu terno é uma armadura potente, inacreditável. Contudo, não é um filme sobre credulidade e sim sobre ação desenfreada. A base é tiro, porrada e bomba, mas com espaço para planos bastante criativos, uma cenografia impressionante. A direção de arte merece os parabéns, bem como a cinematografia de Dan Laustsen e seus jogos de cores. As cenas no Japão, a sequência entre obras de arte orientais, e os tiroteios em Paris são criativos e a direção de Chad Stahelski não deixa o ritmo cair.

O melhor John Wick

Como já citei, John Wick 4: Baba Yaga está sendo visto como o melhor da franquia. Não posso dizer algo sobre isso pois não vi os anteriores, talvez somente cenas aleatórias. Sou daqueles que acha que um filme deve funcionar sozinho, mesmo sendo uma sequência e que você não tenha visto nenhum dos outros. Dessa forma, afirmo que esse funciona. Não senti falta de ter assistido o que aconteceu antes e não precisei disso para entender o que ocorria ali. Ou seja, mais um ponto para o longa. Pude me divertir e aproveitar aquele entretenimento sem preocupações. E é para isso que o filme serve. É exatamente o que busca entregar, e consegue.

Em verdade, talvez esse seja um dos melhores filmes de ação que vi nos últimos tempos. Há cenas belíssimas e divertidas. No clímax, a longa cena da escada até Sacre Couer no terceiro ato apresenta boas coreografias e comicidade na subida até o inferno. O diretor conduz muitas vezes como um videogame, escolhendo ângulos que nos colocam dentro daquela zona de guerra.

Afinal, John Wick 4: Baba Yaga chega aos cinemas em 23 de março.

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