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Crítica | ‘Guardiões da Galáxia Vol. 3’ é uma despedida quase perfeita

Último filme de James Gunn na Marvel é um dos melhores de todo UCM

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Quando James Gunn assumiu a direção de Guardiões da Galáxia era difícil prever que uma equipe desconhecida do grande público daria tão certo nos cinemas. O diretor deu uma cara única para sua trilogia, trazendo excelentes músicas e apresentando um universo lindo. Quem não lembra da cena de abertura do primeiro filme ao som de “Come and Get Your Love“? Na sua despedida de franquia e da Marvel, o diretor fez questão de dar o melhor dos shows para o público.

Após um ataque de Adam Warlock (Will Poulter), Rocket Raccoon (Bradley Cooper) fica gravemente ferido. Devido a seu passado com o Alto Evolucionário (Chukwudi Iwuji) é impossível operar o pequeno guaxinim, pois ele tem uma bomba em seu coração. Os Guardiões partem para um dos laboratórios do vilão a fim de conseguir o código para desativar a bomba e dar um fim nas experiências com diversas formas de vidas.

Um filme de heróis com coração

As produções envolvendo heróis mais recentes tem falhado em balancear corretamente uma história mais envolvente e a ação. Mesmo Pantera Negra: Wakanda Para Sempre que foi uma homenagem a Chadwick Boseman não teve a mesma potência de seu antecessor. As demais produções estavam focando muito em aparições especiais ou ação quase ininterrupta e esquecendo de nos cativar de verdade. Os Guardiões da Galáxia sempre foi a equipe que mais mostrou uma ligação de amizade verdadeira entre seus membros. Isso se intensifica ainda mais no último filme.

Isso se reflete até na comunidade que eles criaram em Luganenhum onde todos são bem vindos e respeitados como são. É irônico que o objetivo do Alto Evolucionário era justamente criar uma sociedade utópica com uma espécie perfeita. Mas justamente os mais imperfeitos heróis conseguiram construir um dos lugares mais agradáveis de se viver. Esse também era o sonho de Rocket, viver em paz com seus antigos amigos que passaram por modificações cruéis.

Um passado violento e emocionante

O filme é muito focado no passado do guaxinim, descobrimos como foi todo o processo de modificação do seu corpo e como ele terminou sozinho. Aqui temos cenas que podem incomodar aqueles que não gostam de ver animais sofrendo, mesmo que sejam digitais. Visualmente Rocket é até ok perto de Floor, Tooth e Layla, outros animais que sofreram modificações corporais. Quem leu WE 3: Instinto de Sobrevivência – Edição Definitiva do Grant Morrison vai lembrar do visual incômodo dos animais alterados pelos militares na história, aqui é ainda pior.

Mas toda essa crueldade ajuda a construir um dos melhores e mais odiosos vilões do Universo Cinematográfico da Marvel. O Alto Evolucionário não tem o menor escrúpulo e a atuação de Chukwudi Iwuji é perfeita. Ele é imponente diante dos seus subordinados e a medida que perde o controle fica cada vez mais insano. Mais uma vez James Gunn pega um personagem desconhecido e o coloca em um pedestal junto com um bom ator.

Ritmo quase perfeito

São duas horas e meia de filme que passam rápido. Entre lindas cenas de ação, dramáticas, e claro, com aquele humor meio quinta série já conhecido dos Guardiões, o filme é uma emocionante despedida de Gunn e de alguns dos atores. Mesmo com muitos personagens cada um deles tem seu momento de brilhar, inclusive a boa garota, Cosmo. A combinação entre músicas famosas e cenas de ação divertidas continua impecável, destaque para a belíssima luta no corredor.

Mas nem tudo pode ser perfeito e aqui temos um exagero ao colocar todos os personagens em risco de vida para tentar chocar o público. Acaba que mais para o final o público já tem a certeza de que ninguém vai morrer o que torna a última dessas tentativas ainda mais pobre. Piora ainda mais porque a situação se resolvia com um acessório muito usado em todos os filmes e que aqui é convenientemente esquecido. Outro problema do filme é Adam Warlock, nos quadrinhos o personagem é fundamental na Guerra Infinita, mas aqui ele fica deslocado e infantil demais. Pode agradar o público que não o conhece mas é decepcionante para quem acompanha os quadrinhos.

Por fim, Guardiões da Galáxia Vol. 3 é um colírio perto de tantas falhas inexplicáveis em filmes de heróis. Tanto em roteiro quanto em efeitos que enchem os olhos e não deixam a desejar. A recomendação é que assistam em uma sala de cinema com o melhor som possível, vai valer a pena.

Quer entender mais? Leia Guerra Infinita e WE 3: Instinto de Sobrevivência – Edição Definitiva !

O filme estreia nesta quinta-feira (04/05) nos cinemas. Fique com o trailer:

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2 Comentários

2 Comments

  1. Haroldo emanoel maciel do vale junior

    3 de maio de 2023 at 23:58

    Única crítica que leio e uma das duas que mais espero. Só não concordo com “falhas inexplicáveis” nos filmes de heróis. Todas são bem explicáveis 🤣. Agora deu vontade de assistir ao filme

  2. Danilo Mota Soares

    4 de maio de 2023 at 08:19

    Nem todo filme que é uma sequência que resolve de focar no passado de um personagem só dá certo mas parece que esse aí deu mesmo

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Cinema

Museu do Amanhã exibirá filmes da Mostra Ecofalante de Cinema durante a SEMEIA, Semana do Meio Ambiente 2023

Serão 10 filmes do mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais

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Aguas Do Pastaza ecofalante 2023 SEMEIA

Como parte da programação da SEMEIA, a Semana do Meio Ambiente do Museu do Amanhã, o equipamento cultural exibirá 10 filmes da Mostra Ecofalante de Cinema, um dos maiores festivais do Brasil e o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais.

A princípio, as sessões acontecerão entre os dias 6 e 9 de junho e contarão com acessibilidade para pessoas surdas. No dia 7, uma das produções contará também com Closed Caption e, no dia 8 de junho, no feriado de Corpus Christi, a exibição terá, ainda, com Closed Caption, audiodescrição e Libras.

Destaques

A programação da mostra abre no dia 6 de junho com o filme “Águas do Pastaza”, sobre a comunidade Suwa, localizada na fronteira entre o Equador e o Peru.

No dia 7, os curtas “Dia de Pesca e de Pescador” e “Osiba Kangamuke- Vamos lá Criançada” falam sobre como o brincar está inserido no dia a dia das crianças indígenas e como o cotidiano dessas comunidades se reproduzem de forma lúdica.

“Crescer onde nasce o sol” se passa numa comunidade onde o brincar parece não ter lugar e este ato se torna quase uma ação de resistência pelas crianças que, brincando, sonham com um futuro melhor. Por fim, “Aurora, a Rua que Queria Ser Rio” traz a história de um rio reprimido e canalizado para dar lugar ao “progresso”.

No dia 8 de junho, o documentário “Mata” abordará a resistência de um agricultor e uma comunidade indígena diante do avanço das plantações de eucalipto. A sessão será a única com Closed Caption, audiodescrição e Libras. Para encerrar, o último dia abre com “Borboletas de Arabuko”, que retrata o ofício de cultivadores de borboletas no Quênia e como essa prática incomum acabou ajudando a preservar a maior e última floresta remanescente da África Oriental. Em seguida, “Movimento das Mulheres Yarang” documentou a história de um grupo de mulheres do povo Ikpeng, que formou um movimento para coletar sementes florestais e restaurar as nascentes do Rio Xingu, que passa por suas aldeias. Por fim, “Meu Arado, Feminino”, destaca a pluralidade feminina do campo e seu elo com a natureza.

SEMEIA

De 5 a 11 de junho, a SEMEIA, Semana do Meio Ambiente do Museu do Amanhã, que faz parte da rede de equipamentos da Secretaria Municipal de Cultura, trará uma programação com rodas de conversa, oficinas, filmes, ativações artísticas e shows. Afinal, o objetivo é promover trocas e aprofundamentos sobre temas como preservação da água, saberes tradicionais, soberania alimentar, crise climática, direito à informação e cooperação para a sustentabilidade. Todas as atividades são gratuitas e algumas precisam de inscrição antecipada porque estão sujeitas a lotação.

Em seguida, confira a programação da Mostra Ecofalante durante a SEMEIA:

6 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de cinema

Onde: Observatório

Filme Águas de Pastaza (Inês T. Alves, Portugal, 60′, 2022) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

7 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de cinema

Onde: Observatório

Dia de Pesca e de Pescador (Mari Corrêa, Brasil, 2015, 3′) *com Libras

Osiba Kangamuke- Vamos lá Criançada (Haja Kalapalo, Tawana Kalapalo, Thomaz Pedro, Veronica Monachini, Brasil, 2016, 19′) *com Libras

Crescer onde nasce o sol (Xulia Doxágui, 2021, Brasil, 13′)*com Libras e Closed Caption

Aurora, a Rua que Queria Ser um Rio (Redhi Meron, 2021, Brasil, 10′) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

8 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de Cinema

Mata (Fábio Nascimento, Ingrid Fadnes, 2020, Brasil / Noruega, 79′) *com Libras, Closed Caption e audiodescrição

Onde: Observatório

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

9 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de Cinema

Onde: Observatório

As Borboletas de Arabuko (John Davies, 2020, Reino Unido, 10′) *com Libras

Yarang Mamin – Movimento das Mulheres Yarang (Kamatxi Ikpeng, 2019, Brasil, 21′) *com Libras

Meu Arado, Feminino (Marina Polidoro, 2021, Brasil, 21′) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

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