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Cinema

Crítica: ‘No Reflexo do Meu Nome’ movimenta a alma com dança catártica

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Ao fundo um rosto de um rapaz jovem negro. NA frente, o mesmo rapaz de camisa branca. É a imagem do cartaz do curta no reflexo do meu nome

A mudança é a única certeza. O rio sempre é uma boa metáfora para isso, nunca para de correr, sempre diferente. O tempo passa e surgem as rugas, as rusgas. A vida pede escolhas, responsabilidades. Tudo isso aparece nos 17 minutos do lindo filme “No Reflexo do Meu Nome” que está na VI Mostra Sesc de Cinema.

Na obra, comroteiro e direção sensível de Vini Poffo e Sillas H, Francisco (Olen Wilson), um jovem apaixonado pela dança, se vê sobrecarregado pelas responsabilidades de cuidar de sua mãe e administrar o negócio de vidraçaria da família. Enquanto lida com as memórias do passado e os desafios de perseguir seu sonho de se tornar um dançarino, ele enfrenta dilemas e traumas pessoais.

Assim como “Peixinha“, presente na mesma mostra, o filme aborda um relacionamento abusivo e suas mazelas. Além disso, tem pílulas de sabedoria com as mulheres mais velhas, retratos de uma visão mais ampla e delicada sobre a vida.

Aliás, veja o trailer, e continue lendo:

O filme traz algumas das sequências de danças mais belas e bem filmadas que vi nos últimos tempos. Ainda por cima, fornece alguns closes pontuais que exalam profundidade. Contudo, é o balé intenso de Olien Wilson que se destaca. A cena na vidraçaria em especial é catártica para o público que até ali já se conectou com o rapaz e torce por ele (mérito dos cineastas) e para Francisco, bem como o final. Nossa alma se movimenta junto com o protagonista na medida em que ele mergulha no seu talento.

Vini Poffo é cineasta, diretora criativa e fotógrafa, e se dedica à produção independente de mídias relacionadas ao audiovisual e à arte, com enfoque nas temáticas LGBTQIAP+. A co-direção com Sillas H resultou em uma ótima obra.

Afinal, assiti “No Reflexo do Meu Nome” na abertura da VI Mostra Sesc de Cinema, no Sesc Tijuca. O filme está no ar gratuitamente até o final de novembro no link.

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Cinema

Crítica: Transo

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capa de Transo, silhueta de uma pessoa com prótese

Ao assistir ao documentário “TRANSO”, refleti sobre a peça de teatro “Meu Corpo Está Aqui“, Fica evidente a poderosa narrativa que ambos compartilham sobre a invisibilidade das pessoas com deficiência na sociedade. A forma como essas obras abordam as experiências íntimas e pessoais desses indivíduos é impactante e provocativa.

O documentário mergulha calorosamente na vida sexual dos atores. Dessa forma, quebra tabus e preconceitos ao mostrar que a deficiência não é um obstáculo para a vivência plena da sexualidade.

O documentário, assim como a peça de teatro, é um veículo para desafiar percepções e estimular conversas importantes sobre inclusão.

Impacto Social

Em um mundo que frequentemente marginaliza e exclui as pessoas com deficiência, é importante dar voz a esses indivíduos e celebrar sua capacidade de amar, se relacionar e sentir prazer.

Além de abordar as experiências individuais, o documentário também nos traz reflexões sobre a construção social da sexualidade e como as pessoas com deficiência são constantemente erotizadas ou dessexualizadas pelo olhar alheio.

Nas histórias compartilhadas fica evidente que existem diferentes formas de vivenciar o sexo e os relacionamentos, e que cada pessoa tem suas próprias necessidades, desejos e limitações. É importante lembrar que a diversidade também se faz presente nesse aspecto fundamental da humanidade.

Afeto

Ao enfatizar o afeto e o auto prazer, “Transo” nos leva a repensar conceitos tradicionais de sexualidade e a entender que o prazer não é exclusivo do sexo genital, mas sim uma vasta gama de sensações e experiências. Essa ampliação de perspectiva nos ajuda a enxergar além dos estereótipos estabelecidos e a celebrar a pluralidade da sexualidade humana.

O longa conta com a participação de Ana Maria Noberto, Adrieli de Alcântara, Daniel Massafera, Edvaldo Carmo de Santos, Fernando Campos, Jonas Lucena da Silva, Kollinn Benvenutti, Marcelo Vindicatto, Mona Rikumbi, Nayara Rodrigues da Silva, Nilda Martins, Siana Leão Guajajara.

Cineasta e pesquisador

Como uma pessoa sem deficiência, Messer conta que sua abordagem em relação ao tema é completamente observacional:

“O primeiro passo foi estudar o assunto e escutar os participantes antes mesmo de iniciar a gravação. No geral, percebi que muitas pessoas com as quais conversei estavam ansiosas para debater o tema”

A saber, o projeto de “Transo” começou quando o diretor produziu, em 2018, um curta sobre Mona Rikumbi, a primeira mulher negra a atuar no Theatro Municipal de São Paulo. Durante o processo deste filme, eles se tornaram amigos, e Mona, um dia, relatou da dificuldade de se encontrar motéis acessíveis na cidade.

Por fim, o o documentário está no Canal Futura e Globoplay.

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