O Livro dos Prazeres, com direção de Marcela Lordy, acaba de divulgar um trecho do filme com a atriz Simone Spoladore. O longa está entre os 15 finalistas escolhidos pelo público que concorrem ao Troféu Bandeira Paulistana na Competição Novos Diretores. Aliás, ganha exibição no Belas Artes Drive-in, em São Paulo, no próximo dia 04 de novembro, às 18h40.
O longa-metragem é uma livre adaptação da obra “ Uma Aprendizagem ou Livro dos Prazeres”, de Clarice Lispector, uma das mais importantes escritoras em língua portuguesa do século XX. A saber, é uma coprodução Brasil-Argentina, entre bigBonsai, Cinematográfica Marcela, Rizoma Filmes, República Pureza e Canal Brasil. O filme traz para os tempos atuais a narrativa do livro publicado em 1969.
Centenário da escritora
No ano do centenário de Clarice Lispector, o filme foi selecionado para a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O evento acontece entre 22 de outubro e 04 de novembro. Além disso, O Livro dos Prazeres também vai para a Competição Oficial do Festival de Vitória de 24 a 29 de novembro.
O Livro dos Prazeres acompanha Lóri (Simone Spoladore), uma professora que vive a monotonia de uma rotina de trabalho e relacionamentos furtivos. Porém, conhece Ulisses (Javier Drolas), um professor de filosofia argentino, egocêntrico e provocador. Dessa forma, é com ele que Lóri aprende a amar enfrentando sua própria solidão. Enfim, uma jornada de investigação íntima, de cara a cara com a angústia e a dor, numa trajetória só possível pelo encontro, troca e aprendizado entre os dois.
“O filme é um romance psicológico erótico sobre o ponto de vista de uma mulher contemporânea em busca de conexões afetivas reais”, coloca a diretora Marcela Lordy.
Autoral
O Livro dos Prazeres acompanha Lóri em sua descoberta de si, do outro e do mundo. Um cinema da normalidade, das coisas na?o-extraordina?rias. Propõe, no entanto, um olhar extraordinário sobre o cotidiano. Esta narrativa sensorial sugere a possibilidade de uma relação amorosa estável desconstruindo o mito do amor romântico no qual a obrigação de fazer o outro feliz sai do cônjuge e vai para o indivíduo e suas escolhas.
“No momento em que o cinema brasileiro vive um processo de desmonte e asfixia de recursos, o filme rodado no Rio de Janeiro, – em locações presentes no livro como a orla da praia do Leme e a Floresta da Tijuca, – já se torna resistência no cinema autoral.”, diz a diretora.
Equipe poderosa
Desde a primeira versão do roteiro, o papel de Lóri já era da atriz Simone Spoladore. Marcela Lordy trabalhou com ela anteriormente no telefilme A Musa Impassível e no curta metragem Sonhos de Lulu. Já o ator argentino Javier Drolas entrou no projeto por seu talento, proximidade com a cultura brasileira e pelo fato do filme ser uma coprodução com a Argentina.
Ademais, o roteiro tem também a argentina Josefina Trotta em parceria com a própria diretora Marcela Lordy e com produção de Deborah Osborn e Marcela Lordy. Além disso, a fotografia é de Mauro Pinheiro, direção de arte de Iolanda Teixeira, montagem da argentina Rosário Suárez e trilha sonora original de Edson Secco.
Por fim, o longa tem participação especial da artista plástica Letícia Ramos criando os intertítulos do filme em 16mm, do artista visual Pedro Cezar Ferreira nas aquarelas e do fotógrafo Wladimir Fontes, em imagens de pinhole e still que aparecem ao longo do filme. A distribuição no Brasil é da Vitrine Filmes.
Afinal, veja uma cena do filme:
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