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CríticaCulturaEspetáculos

Crítica | Peça ‘O Profeta’ renova Khalil Gibran

Por
Alvaro Tallarico
Última Atualização 16 de outubro de 2023
4 Min Leitura
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Já li alguns livros de Khalil Gibran. Gosto de sua poesia, de suas metáforas, de sua sabedoria. “O Profeta” é sua obra mais famosa e um dos livros mais vendidos no mundo. Em verdade, só perde para a bíblia. Um dos últimos que li foi “O Louco: Seguido de Areia e Espuma” (disponível na Amazon). É bem o estilo de Khalil com muitos aforismos e grandes sacadas.

Outra grande sacada foi trazer para o teatro uma releitura de “O Profeta”. A união da Professora Lúcia Helena Galvão e do diretor Luis Antônio Rocha já havia nos presenteado com o ótimo “Helena Blavatky: A Voz do Silêncio”, e, agora, leva o público em uma viagem poética e musical com o escritor libanês.

Aliás, veja um pouco no vídeo abaixo:

https://www.instagram.com/p/Cydz7nLrakk/

Um dos grandes destaques do espetáculo é exatamente essa parte musical. É onde Sami Bordokan e seu irmão William Bordokan se sobressaem. São momentos dinâmicos como o “duelo” de percussão e as conversas dos instrumentos de cordas de cada um que ajudam a provocar um despertar no público, convocando para adentrar aquele mundo com suas palmas e animação.

O cenário e figurinos de Eduardo Albini merecem citação também, em confluência com o projeto de luz de Ricardo Fujii e o videomapping de Júlio Mauro (Cine Mauro). As projeções auxiliam na jornada de All Mustafa, personagem central da peça, e na dos espectadores.

Tempo de sabedoria

Quando vi a peça, vinha de uma sequência cansativa de cobertura do Festival do Rio 2023. Talvez por isso, senti que o espetáculo poderia ser um pouco menor. Com exatamente uma hora de peça olhei para o relógio, para mim, um sinal de que aquele seria um tempo mais adequado, contudo, são escolhas, e o tempo do ciclo proposto é esse. Minha aceleração não pode ser parâmetro para a caminhada de All Mustafa, cujo tempo é o dos sábios.

São doze voltas ao redor do escritor libanês. No mote da apresentação, o profeta All Mustafa está prestes a embarcar em um navio. Dessa forma, irá retornar à sua terra natal após um ciclo de doze anos no exílio na cidade de Orfhalese.

No entanto, no dia da partida, momentos antes da chegada iminente de seu navio, os moradores da pequena cidade solicitam que ele compartilhe com eles suas perspectivas sobre os aspectos essenciais da experiência humana. E assim, o profeta oferece reflexões que, em sua simplicidade aparente, desvelam uma compreensão profunda da vida e do ato de existir.

Ali, nós somos esses habitantes, esperando a sabedoria do andarilho. Sedentos por conhecimento que nos eleve. Tanto o texto original de Khalil Gibran, quando a releitura de Lúcia Helena Galvão trazem essa capacidade de serem guias para uma evolução. E, afinal, não é para isso que estamos aqui?

Sendo assim, vale a pena seguir os passos do profeta All Mustafa e esperar que as novas gerações, através desse espetáculo, possam conhecer o literário profeta Khalil Gibran.

Serviço:

De 13 a 29 de Outubro

Sextas às 21h, sábado às 20h e domingo às 17h. Com exceção dos dias 21 às 17h, e 22 às 16h.

Teatro Fashion Mall – Estrada da Gávea, 899, loja 213 – São Conrado, Rio de Janeiro 

Lotação: 435 lugares

Ingressos R$ 100,00 / R$ 50,00 – disponíveis no Sympla

Ademais, veja mais:

Ciência | Livro responde questões que você sempre quis saber

‘Furacão’, da Amok Teatro, mescla teatro, música e emoção de forma primorosa | Crítica

Enfim, Helena Blavatsky, a Voz do Silêncio | Crítica

https://youtube.com/watch?v=VlyRjISwp1w%3Fversion%3D3%26rel%3D1%26showsearch%3D0%26showinfo%3D1%26iv_load_policy%3D1%26fs%3D1%26hl%3Dpt-BR%26autohide%3D2%26wmode%3Dtransparent
Tags:critica peça o profetao profeta khalil gibrano profeta lucia helena galvaopeça o profeta
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Jornalista especializado em Jornalismo Cultural pela UERJ.
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