“Peixinha” é um filme emocionante que mostra bem algumas nuances de uma relação abusiva e o poder da fé. Tem toda uma aura de filme de terror também, e não à toa também está no Hell de Janeiro Festival, voltado para obras desse gênero.
Em verdade, o curta une drama, suspense e horror de uma forma bastante eficiente ao mostrar Dandara (em boa atuação de Vivian Cunha), que se percebe dentro de uma relação abusiva e repetindo padrões de família. Em certo momento, decide fugir de casa e busca refúgio em uma praia. Contudo, a sororidade e a proteção que não entendemos se fará presente.
Aliás, confira o trailer em seguida, e continue lendo:
O curta homenageia e louva a rainha do mar Iemanjá, mostrando que não abandona suas filhas, e o quanto pode ser assustadora quando necessário, mas também dar colo carinhoso em outros momentos. Vem de Ilê.
O filme é bem dirigido por Lucas Carvalho, e vai num crescente de tensão, com respiros de afeto. Ele é um cineasta natural de Piúma, no interior do Espírito Santo. Inicialmente, Lucas iniciou sua carreira como fotógrafo de still. Após concluir sua graduação em Fotografia na Universidade Federal do Espírito Santo, ele decidiu aventurar-se no mundo do audiovisual. E isso aparece no filme, essa preocupação, esse capricho com a cinematografia. Lucas inclusive pretendia se tornar diretor de fotografia, mas a falta de oportunidades em sua cidade natal o levou a produzir seus próprios filmes.
Vi o filme na abertura da VI Mostra Sesc de Cinema, no Sesc Tijuca. “Peixinha” pode ser visto de graça aqui até o final de novembro.