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Cinema

Crítica – Rindo à Toa – Humor sem Limites

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Rindo à toa para ficar numa boa

O documentário começa mostrando imagens do Rio de Janeiro nos anos 80. Praia lotada, desbunde. Então vemos diversas figuras como Miguel Falabella, Marcelo Tas, Pedro Cardoso, Regina Casé… De repente, manifestações diversas, o povo na rua. A censura está acabando e uma nova liberdade surge permitindo experimentações variadas e uma explosão cultural, e do humor, protagonista aqui.

O filme Rindo à Toa – Humor sem Limites, dirigido por Cláudio Manoel, Alvaro Campos e Alê Braga, é uma grande homenagem ao humor brasileiro, especialmente da transição entre a ditadura e a democracia, com enfoque entre 1985 e 2000. Seguimos os filhos do Pasquim, o tablóide Planeta Diário e a revista Casseta Popular, nascendo, tomando forma, e, depois, dando origem ao programa televisivo Casseta & Planeta, que tem grande destaque no longa.

Temos vários depoimentos que elevam o debate como de Marisa Orth, Evandro Mesquita, Cláudio Paiva, Fernanda Young e Boni. A oportunidade de ouvir Marcelo Tas explicar como, junto com Fernando Meirelles, criou o repórter Ernesto Varela, precursor do CQC Brasil.

Acompanhamos o surgimento de bandas que tinham o humor como carro-chefe, Premeditando o Breque, Vexame, Ultraje a Rigor, Blitz.

Laerte e Angeli são um show à parte.

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foto: Globo Filmes / Divulgação

O mais valoroso do filme é botar em pauta algumas discussões relevantes sobre o limite do humor. Será que tem? Deve ter? Como era nessa época? E como é agora? Como não ofender? A batalha entre politicamente correto e o politicamente incorreto. A busca desse equilíbrio. Mas, humor é para equilibrar? Não é para destoar? Humor é anarquia? Parece que não há limite para criação, mas dá para passar do ponto. Além disso, temos um sistema que absorve tudo, por exemplo, o movimento Punk, hoje é um estilo vendido em lojas, da mesma forma que o hippie.

Programas que trouxeram uma revolução para televisão com novas linguagens como TV Pirata e Armação Ilimitada, que apresentava Zelda (Andréa Beltrão), uma intelectual fora dos padrões estéticos que é a única namorada dos dois heróis, Juba (André di Biasi) e Lula (Kadu Moliterno). A forma como o título deste programa protagonizado por dois surfistas foi escolhido é uma marola. O Programa Legal de Regina Casé, o Sai de Baixo. Vemos mais sobre produções da Globo e as mudanças e inovações que vão se desenrolando. Passamos também pelo humor tosco de Hermes e Renato no final dos anos 90 na MTV Brasil.

No fim, fica uma admiração pelo cômico e suas nuances, o que ontem fazia morrer de rir hoje não tem mais graça. Contudo, o que não tem graça mesmo é a falta de liberdade. E com relação à censura, fica a impressão de que a maior é feita pelo próprio público, pela sociedade, ou seja, a falta de sucesso. Quando agride, passa dos “limites”, a sociedade responde.

Cinema

‘A Filha do Rei do Pântano’ tem fotografia eficiente em um suspense que começa bem

Daisy Ridley estrela

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crítica A Filha do Rei do Pântano da Diamond Films

“A Filha do Rei do Pântano” (The Marsh King’s Daughter), dirigido por Neil Burger e estrelado por Daisy Ridley (da última trilogia Star Wars) e Ben Mendelsohn, chega aos cinemas com grandes expectativas, especialmente devido ao seu elenco e à adaptação do best-seller homônimo de Karen Dionne. O filme começa prometendo oferecer uma experiência envolvente e sombria, mas, infelizmente, não consegue cumprir todas as suas promessas.

A princípio, o início, com a infância de Helena e sua relação com o pai é uma das primeiras coisas que se destacam em “A Filha do Rei do Pântano”. Cheguei a lembrar um pouco do bom “Um Lugar Bem Longe Daqui“, por ter essa questão familiar e uma jovem menina na natureza. Ambos são baseados em livros de sucesso. Contudo, enquanto “Um Lugar Bem Longe Daqui” oferece um roteiro bem amarrado que prende até o fim, com boas viradas, “A Filha do Rei do Pântano” vai se perdendo aos poucos, com alguns furos sem explicação como o que aconteceu com o trabalho da protagonista e os cúmplices do Rei do Pântano.

Aliás, veja o trailer de “A Filha do Rei do Pântano” em seguida, e continue lendo:

Entretanto, a fotografia de Alwin H. Küchler é uma virtude. As cenas noturnas são especialmente cativantes, capturando a atmosfera sombria e opressiva do pântano de forma impressionante. A paleta de cores utilizada ressalta a sensação de isolamento e perigo que permeia a trama, proporcionando um cenário visualmente impactante que contribui muito para o clima do filme. A cena onde Helena flutura num lago, e só vemos seu rosto, é linda. Assim como aquela que abre a película.

No entanto, apesar da beleza da cinematografia, as falhas e furos do roteiro prejudicam a narrativa. A premissa de uma mulher que precisa enfrentar seu passado sombrio para proteger sua filha é clássica, mas a execução deixa a desejar em vários momentos. A falta de desenvolvimento de certos personagens e subtramas deixa o espectador com perguntas não respondidas e cria um vazio na história que poderia ter sido melhor explorado.

Outro ponto que deixa a desejar é o final previsível. Desde o início, o destino de Helena (Daisy Ridley) parece traçado de forma óbvia, o que tira um pouco do impacto emocional que o filme poderia ter alcançado. A ausência de reviravoltas surpreendentes ou momentos verdadeiramente chocantes contribui para que a trama se torne previsível e, em última análise, menos satisfatória.

Daisy Ridley entrega uma atuação convincente como Helena, mas nada genial. Ben Mendelsohn está bem como o sinistro Rei do Pântano, principalmente no começo do filme. Além disso, a fofa Joey Carson como Marigold Pelletier cativa.

Em resumo, “A Filha do Rei do Pântano” é um filme que brilha em sua cinematografia, mas que peca em seu roteiro e na falta de surpresas em sua narrativa. Para os fãs do gênero suspense, pode valer a pena conferir pela atmosfera e a boa primeira metade, mas é importante se preparar para algumas decepções ao longo do caminho. O começo é bom, mas o final deixa um gosto amargo.

Por fim, o suspense de Neil Burger estrelado por Daisy Ridley e Ben Mendelsohn estreia nos cinemas em 28 de setembro.

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