Cheio de expectativas. Esperança de começar um novo universo cinematográfico DC. Superman de James Gunn é um verdadeiro tapa na cara. Lex Luthor (Nicholas Hoult, ineficaz) se resume a um mero invejoso. Por outro lado, Jimmy Olsen (Skyler Gisondo, carismático) se destaca quando aparece e tem grande importância na resolução da trama, entregando o humor característico do personagem original.
Aliás, humor é uma das marcas de James Gunn. Gosto da comicidade dele, aprecio bastante Guardiões da Galáxia e Comando das Criaturas, por exemplo. São párias, personagens que fornecem a liberdade para Gunn brilhar. Não são famosos, não são ícones. Ao contrário de Superman. Vale arriscar?
David Corenswet é um genérico de Henry Cavill sem o sex appeal, mas com um pouco mais de expressividade. Bem pouco, diga-se de passagem. Contudo, é a ideia. Cavill passa algo másculo, enquanto Corenswet representa a imaturidade. Faz sentido.
O Superman de James Gunn é ordinário.
Caso queira sentir emoção de verdade, imersão, recomendo ver F1: O Filme, ou Pecadores. Superman não serve nem para passar o tempo pois ele muda a concepção da palavra “arrastado”. O filme simplesmente não termina, tem o superpoder de se arrastar. Esperei durante 3 horas (pouco mais de 2 horas na verdade) algo empolgante, em um momento qualquer da película e… nada. Só Krypto anima, diverte, faz rir, e salva o dia. É genuíno. Fazia lembrar minha cachorra Baunilha.
Em meu coração havia esperança para o Lanterna Verde Guy Gardner, membro da Gangue da Justiça, grupo responsável pelos melhores easter eggs do filme, como imagens da Sociedade da Justiça pintadas dentro da Sala de Justiça. Entrega carinho para os fãs de quadrinhos e para os nostálgicos fãs de Superamigos.
“…na Sala da Justiça”
Na cabine de imprensa, ao meu lado, um crítico dormiu. Já estava com sono, mas senti ainda mais. Foi desafiador. Foi como tempo perdido, porém, infelizmante não a genial canção do Legião Urbana. Alguns poucos bateram palmas ao fim da exibição. Não acreditei.
Por fim, é uma introdução válida para um novo universo cinematográfico DC, mais leve. Todavia, James Gunn foi bem melhor com o excelente Comando das Criaturas, obra cheia de agilidade, com uma trilha sonora acachapante, personagens profundos e traumatizados.
Em Superman, James Gunn se acovarda, não inova em nenhum momento, nunca empolga e as piadas pouco funcionam.
Playlist oficial do novo Superman mergulha no universo dos personagens — com curadoria de Gunn
Faltando poucos dias para a estreia do novo Superman (10 de julho!), o Spotify entrou no clima com uma playlist oficial feita sob medida para os fãs. A curadoria é assinada por ninguém menos que Gunn, diretor e roteirista do filme, que criou blocos musicais temáticos para cada personagem. O resultado é uma conexão entre música e narrativa, ampliando a experiência do longa.
Entre os destaques:
Clark Kent: sons de esperança e superação com All Time Low, Florence + The Machine, Spoon.
Lex Luthor: poder, tensão e manipulação com Prince, David Bowie, Queen, Sparks.
Eve Teschmacher: pop afiado e estratégico com Olivia Rodrigo, Taylor Swift, Britney Spears.
Metamorfo: melancolia indie com Nightmare of You, Stereolab, The Blow Monkeys.
A Engenheira: batidas industriais e introspectivas com SOPHIE e Nine Inch Nails.