Neste domingo, 23 de março, vai ao ar o sexto episódio da terceira temporada de The White Lotus às 22h na HBO e na plataforma de streaming Max. A produção, cuja primeira temporada venceu 10 prêmios Emmy em 2022, caminha para seus momentos finais com oito capítulos previstos e grande expectativa por parte do público. A nova temporada se passa em um resort luxuoso na Tailândia, onde hóspedes e funcionários se cruzam em situações ora engraçadas, ora perigosas.
As belezas tailandesas ajudam a cativar o espectador. Só aumentou minha vontade de conhecer o país, pelo meu respeito ao budismo, pelas paisagens deslumbrantes e a cultura incrível. Aliás, vemos diversos traços dessa cultura em oposição ao estilo ocidental. É um fator que fortalece a temporada, um sabor a mais que não há tanto nas anteriores.
Criada, escrita e dirigida por Mike White, The White Lotus retorna ao que fez tão genialmente na primeira temporada: construir tensão psicológica sob paisagens paradisíacas. Se a temporada inicial, ambientada no Havaí, conquistou o Emmy de Melhor Série e brilhou com seu sarcasmo afiado e atuações memoráveis, a segunda, situada na Sícilia, embora esteticamente belíssima (e com 5 prêmios Emmy), pecou por uma trama mais dispersa, com menos personagens carismáticos, sem deixar grandes marcas. Entretanto, a terceira entrega um dos arcos mais diversos e envolventes até aqui.
O quinto episódio de The White Lotus, “A Festa da Lua Cheia”, em especial, mostra a verdadeira força da série.
A temporada traz uma atmosfera de suspense crescente, muitos silêncios incômodos, pontiagudos, e revelações que alteram o rumo das relações. O quinto episódio nos deixa tensos constantemente, atentos, esperando algo de muito ruim. São várias sequências que criam furacões no estômago.
Mike White mostra seu talento para a tensão latente, com cenas que equilibram crítica social, erotismo e paranoia. A esplêndida Tailândia oferece o pano de fundo ideal para uma trama que mistura na dose certa espiritualidade, luxo e alienação.
O elenco principal da nova temporada de The White Lotus é excelente, com nomes como Leslie Bibb, Carrie Coon, Walton Goggins, Sarah Catherine Hook, Jason Isaacs, Lalisa Manobal, Michelle Monaghan, Sam Nivola, Lek Patravadi, Parker Posey, Natasha Rothwell, Patrick Schwarzenegger, Tayme Thapthimthong e Aimee Lou Wood. Entre os coadjuvantes estão Nicholas Duvernay, Arnas Fedaravicius, Christian Friedel, Scott Glenn, Dom Hetrakul, Julian Kostov, Charlotte Le Bon, Morgana O’Reilly e Shalin Peiris.
Todos estão muito bem, o que é uma das grandes graças da temporada de The White Lotus. As interações, as atuações perfeitas, as nuances de cada um. Humanos, com erros e acertos, luz e sombras. A linda relação entre Gaitok (Tayme Thapthimthong) e Mook (Lalisa Manobal) nos deixa torcendo por esse amor desde o comecinho. A fofura com a qual caminha cativa, ao mesmo tempo que tememos, pois, geralmente, não há um final feliz para os bons na série.

O amargurado Rick Hatchett (Walton Goggins, sempre bem) e sua namorada Chelsea (Aimee Lou Wood) fornecem bons momentos. Assim como a família Ratliff, afundada em hipocrisia. Parecem algumas famosas famílias de políticos que temos espalhadas pelo mundo. Incluindo Brasil.
Ao manter sua estrutura antológica e o mistério de uma tragédia anunciada, The White Lotus se consagra como uma das melhores e mais originais séries da década, apostando menos em respostas e mais em ambiguidades. A forma como cada temporada oferece um retrato real, cru, da elite global em fuga de si mesma é pontual, bem como o fato de terem sutis conexões entre elas. E a terceira temporada, especialmente o quinto episódio, prova que ainda temos muito o que temer (e admirar) nesses paraísos tortuosos – e artificiais.
Próximos episódios de The White Lotus:
Domingo, 23 de março, às 22h na HBO e na Max.
Domingo, 30 de março, às 22h na HBO e na Max.
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