A franquia Velozes e Furiosos se construiu em cima de cenas de ação absurdas e frases de efeitos bobas que se tornam memes. O novo filme faz de novo tudo o que já vimos ao longo dos 9 filmes e seu spin-off Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw. Podemos dizer que o diretor Louis Leterrier sequer conseguiu fazer cenas tão marcantes quanto seus antecessores, mas o vilão provavelmente vai “salvar” esse filme.
Dante Reyes (Jason Momoa) perdeu seu pai durante um confronto contra o grupo de Dominic Toretto (Vin Diesel) no Rio de Janeiro. Agora ele quer se vingar mas para isso vai atrás de cada pessoa importante na vida de Toretto para fazê-lo sofrer.
O vilão que se sobressai diante do protagonista
Momoa faz um personagem que não é muito bom das ideias. Desde jovem foi violento e foi internado diversas vezes, mas sempre resgatado pelo seu pai Hernan Reyes, com quem criou um laço forte. Após os eventos de Velozes e Furiosos 5: Operação Rio, Dante ficou falido mas reconstruiu seu status com violência e chantagem. Apesar de ser um louco caricato ele não é escrachado demais a ponto de não encaixar no filme. Fica no limite para roubar a cena e ser o personagem mais agradável do filme.
Ele dança, tem trejeitos exagerados, gosta de se exibir em momentos onde a vida dele está em risco e sempre cria uma grande cena para se vingar de Toretto. Momoa consegue ofuscar até as cenas que contraria todas as leis da física, tão comuns da franquia. Já Vin Diesel parece cada vez mais irrelevante em sua própria franquia. Além de atuar mal, segue forçando frases de efeitos risíveis tentando levar tudo a sério. Por mais que a história gire em torno dele e ele resolva a maioria das situações, é o personagem mais apagado.
Tirando isso não sobra muita coisa
Não é exagero dizer que Velozes e Furiosos 10 repete a fórmula dos anteriores. Até o retorno de personagens supostamente mortos temos aqui. E claro, mais supostas mortes acontecendo. As tecnologias absurdas introduzidas em filmes anteriores também voltam e novamente uma vilã se torna quase uma aliada. É cansativo e acaba desgastando boa parte dos personagens, já que eles estão fazendo sempre as mesmas funções.
Tyrese Gibson e Ludacris continuam sendo uma excelente dupla cômica, John Cena também nos tira umas risadas com o pequeno Leo Perry. Michelle Rodriguez e Charlize Theron seguram as cenas de luta corpo a corpo e os demais personagens acabam tendo aparições mais constrangedoras. Toretto volta ao Rio de Janeiro e novamente a completa falta de noção e pesquisa básica para retratar a cidade é gritante. As músicas usadas para nos ambientar no Brasil são todas em espanhol, nem a curta participação de Ludmilla mudou isso.
Um filme só para os fãs
Só quem acompanhou e gostou de todos, ou da maioria, dos filmes vai aproveitar completamente o décimo. Quem tem zero apego provavelmente só vai se manter interessado pelo vilão de Momoa, isso se aguentar o suficiente para chegar na cena em que ele retorna destronando a vilã anterior. Velozes e Furiosos foi tomando um rumo cada vez mais absurdo mas ao menos não se leva a sério, é compreensível que tenha seus fãs.
A primeira parte do possível final da franquia estreia hoje nos cinemas. Fique com o trailer:
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