Depois de participar dos Festivais do Rio e de Brasília em 2019, e do Inffinito Brazilian Film Festival em Miami e Nova York em 2020 o longa “Família de Axé”, dirigido pela cineasta Tetê Moraes estreia nos cinemas no dia 29 de outubro. A produção é da VEMVER Brasil, coprodução com Canal Brasil, e distribuição da RioFilme, Vemver Brasil e Bretz Filmes.
Inicialmente, com filmagem integral em Salvador, Bahia, o documentário conta a história de Alberto Ribeiro Santana, Pai de Santo baiano. Juntamente com sua família afrodescendente de sangue e de axé (Filhos e Filhas de Santo). Dessa forma, através das festas e dos rituais do terreiro de Alberto e da relação com a comunidade, o filme faz uma viagem no tempo revelando a luta da família para manter viva a cultura de seus ancestrais africanos e sua religião, o candomblé.
Aliás, o cartaz do filme é de Fernando Pimenta, um dos mais importante artistas brasileiro do gênero.
Terreiro em 1985
Famosa diretora de documentários, como “Terra para Rose” (1987) e “Sonho de Rose” (2000) – ambos sobre o movimento sem-terra – Tetê Moraes, foi pela primeira vez no terreiro de Alberto Ribeiro Santana, em 1985. Isso por causa de um documentário que fazia para a BBC. Posteriormente, a relação acabou em uma profunda amizade. Certamente, a câmera revela a aproximação, permitindo ao espectador vivenciar a rotina da família e do terreiro, sempre respeitando os limites por eles estabelecidos de sua privacidade nos rituais do candomblé. A diretora coloca-se como participante e fio condutor do filme, aproximando o espectador dos personagens e de sua história, dando ao documentário o sabor de “um filme de família”.
“Depois de fazer documentários sobre João Donato, quis fazer um filme com pessoas simples e desconhecidas. Escolhi a história de Alberto, que conheço há mais de 30 anos, e de sua família afro brasileira de candomblé. É uma história cheia de coragem, fé, alegria e superação de dificuldades, preconceitos e discriminações, afirmação de uma raça e identidade cultural. Por fim, “Família de Axé” torna-se um filme muito oportuno no momento atual brasileiro quando são questionadas conquistas democráticas como a diversidade de raça, orientação sexual e religiosa”, conta a diretora.