Todos os anos, o mês de fevereiro ganha uma cor especial: o laranja. Mais do que um tom vibrante, essa cor carrega um chamado à vida, alertando sobre a leucemia e a importância da doação de medula óssea. Uma doença silenciosa, mas agressiva, que pode atingir qualquer pessoa, em qualquer idade. No entanto, a cura pode estar nas mãos de um desconhecido – um doador compatível.
A cada ano, milhares de pessoas recebem o diagnóstico de leucemia, e para muitas delas, o transplante de medula óssea representa a única chance de sobrevivência. Mas encontrar um doador compatível não é simples. A probabilidade de compatibilidade entre pessoas que não são da mesma família pode chegar a apenas um em cem mil. É por isso que a conscientização e o aumento do número de doadores cadastrados são essenciais.
O Fevereiro Laranja não é apenas uma campanha informativa. É um movimento de empatia e solidariedade, que busca salvar vidas por meio da informação e do incentivo à doação. Infelizmente, personalidades como o cantor Jack Jones, falecido em novembro de 2024, e a atriz Maureen Cox, ex-esposa de Ringo Starr, que faleceu em 1994, também enfrentaram essa batalha.
Mas, afinal, o que é a leucemia? Como funciona o transplante de medula? E, principalmente, como cada um de nós pode fazer a diferença?
Fevereiro Laranja e o transplante de medula óssea
O transplante de medula óssea é um procedimento médico que visa substituir a medula óssea doente ou danificada por células-tronco saudáveis, com o objetivo de restabelecer a produção normal de células sanguíneas. Esse tratamento é indicado para pacientes com diversas doenças hematológicas, como leucemias, linfomas e anemias aplásticas.
Como funciona o procedimento
Existem duas principais fontes para a coleta de células-tronco:
Medula óssea: A coleta é realizada por meio de uma punção no osso da bacia, sob anestesia geral ou raquidiana. O volume retirado é geralmente de 10% da medula do doador, e o organismo se recupera rapidamente.
Sangue periférico: O doador recebe uma medicação que estimula a produção de células-tronco, que migram para o sangue periférico. Essas células são então coletadas por aférese, um procedimento semelhante à doação de plaquetas.
Quem pode doar
Para ser um doador de medula óssea, é necessário:
Ter entre 18 e 55 anos de idade.
Estar em bom estado geral de saúde.
Não apresentar doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue, como HIV, hepatite B ou C.
Não ter histórico de doenças neoplásicas (câncer), hematológicas ou autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico ou artrite reumatoide.
Não ter histórico de doenças infecciosas ou incapacitantes.
Quem não pode doar
Pessoas que:
Apresentam doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue, como HIV, hepatite B ou C.
Têm histórico de câncer, doenças hematológicas ou autoimunes.
Estão em tratamento para doenças infecciosas ou incapacitantes.
Importância da compatibilidade
A compatibilidade entre o doador e o receptor é fundamental para o sucesso do transplante. A chance de encontrar um doador compatível na população em geral é de aproximadamente 1 em 100 mil pessoas. Por isso, é essencial ampliar o número de doadores cadastrados, aumentando as chances de encontrar um doador compatível para cada paciente.
Procedimento de doação
Após o cadastro, se identificado como compatível, o doador passará por exames clínicos e laboratoriais para confirmar sua aptidão. A doação é realizada em ambiente hospitalar, com acompanhamento médico adequado. O tempo de recuperação varia conforme o tipo de doação, mas geralmente é rápido, permitindo ao doador retomar suas atividades normais em pouco tempo.
Bibliografia
Instituto Nacional de Câncer (INCA): https://redome.inca.gov.br/sobre-transplante/transplante-de-medula-ossea
Instituto Oncoguia: https://www.oncoguia.org.br/conteudo/transplante-medula-ossea/16126/50
Agência Brasil: https://www.gov.br/pt-br/noticias/saude-e-vigilancia-sanitaria/2021/02/campanha-fevereiro-laranja
Secretaria de Saúde do Distrito Federal: https://www.saude.df.gov.br/web/guest/w/fevereiro-laranja
REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea): https://redome.inca.gov.br/sobre-transplante




Necessária e informativa esta matéria. Feliz ao dizer que é mais do que uma campanha informativa mas um movimento de empatia e solidariedade e, com isso, tocar nossa humanidade. Parabéns pelo texto.