Libelu – Abaixo a Ditadura traz a trajetória do controverso grupo estudantil Liberdade e Luta, em que militaram figuras como o cientista político Demétrio Magnoli, o ex-ministro Antônio Palocci e o jornalista Reinaldo Azevedo. E agora tem data para chegar ao circuito comercial: neste dia 13 de maio, no Espaço Itaú Frei Caneca, Espaço Itaú Augusta, SPCINE CCSP, Espaço Itaú Brasília e Espaço Itaú Rio de Janeiro.
A saber, vencedor na categoria melhor documentário nacional do Festival É Tudo Verdade 2020, a produção resgata a história dos jovens trotskistas dos anos 1970, mas também provoca a reflexão sobre o Brasil em tempos atuais.
O documentário, que tem direção do estreante Diógenes Muniz, tem locação única: o prédio da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP), projetado pelo arquiteto Vilanova Artigas, também perseguido e exilado pelo regime militar (1964-1985).
Libelu – Abaixo a Ditadura chega nas plataformas de Video on Demand (VoD) do NOW, Vivo Play, Oi Play, Google Play, Itunes, Youtube Filmes e Apple TV no dia 27 de maio. A primeira exibição no Canal Brasil está agendada para 20 de julho.
Luta
“A partir da metade dos anos 1970, quando a luta armada já havia sido dizimada e ainda não havia greves operárias no ABC, o movimento estudantil começou a se rearticular. Uma onda de passeatas saiu dos campi para as ruas e desafiou o regime. Isso culminou com o surgimento de uma esquerda mais arejada culturalmente, menos sisuda em termos de comportamento. É sobre essa geração que o filme fala”, explica o diretor.
Criada em 1976, a tendência estudantil Liberdade e Luta – Libelu, foi impulsionada por uma organização clandestina, a OSI (Organização Socialista Internacionalista), e ganhou fama por ser o primeiro grupo a retomar a palavra de ordem “Abaixo a ditadura” desde a instauração do AI-5. Para além da luta contra o golpe militar, tinham fama de darem as melhores festas do movimento estudantil e, estranhamente para jovens de esquerda daquela época, eram fãs de rock. Quatro décadas depois, a vida daqueles que integraram a Libelu tomou caminhos diversos, tanto pelo ângulo político, quanto pela visão que os próprios participantes têm hoje daquele passado.
“A primeira vez que cruzei com o tema foi em um poema do Leminski dedicado à Liberdade e Luta. Ele diz assim: ‘me enterrem com os trotskistas / na cova comum dos idealistas / onde jazem aqueles / que o poder não corrompeu’. Fiquei curioso com essas figuras tidas antes como incorruptíveis e idealistas pelo poeta. Percebi então que para contar essa história eu precisava fazer dois resgates: o histórico, com reconstrução de fatos políticos daquele período, e também o íntimo, sobre o que a vida adulta reservou para aqueles jovens revolucionários?”, diz Diógenes.
O documentário é uma produção e distribuição da Boulevard Filmes em coprodução com Canal Brasil, Globo Filmes e Globo News.
Leia aqui a crítica de Felipe Nóvoa!
Afinal, veja o trailer:
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