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Crítica

Mundo Espelho e o rock honesto de ‘Bye Bye Conforto’

Banda carioca chega com seu EP

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mundo espelho

A banda carioca Mundo Espelho chega com seu EP Bye Bye Conforto onde tudo que realmente não se tem é conforto.

Se você espera um som coeso, caricato ou pronto para ser categorizado numa prateleira, esqueça.

O som que Daniel Camargo (vocal e guitarra), Lúcio Vasques (guitarra), Alexandre Xavier (baixo) e Hugo Cordeiro (bateria) trazem tem muitas influências para serem percebidas somente de uma vez.

Foi preciso escutar em diferentes momentos para entender todas as referências.

Bye Bye Conforto abre com Estrela Polar, uma música que tem uma base brazuca do rock and roll dos anos 80/90 que foi executado à exaustão no período.

Primeiramente, pode soar um tanto comum mas frases como O que eu queria não tinha nome, mas existia/Quase peguei com minhas mãos trazem uma sensação diferente e o vocal embriagado de Daniel Camargo surpreende.

A segunda faixa, Talvez Mês Que Vem traz outra referência ao som indie-rock-bossa-nova dos primeiros discos dos Los Hermanos antes deles se assumirem inclassificáveis.

As guitarras de Lúcio Vasques e a bateria de Hugo Cordeiro ditam para onde a canção caminha. Desse modo, a estrada parece interessante principalmente para quem sente saudades de Marcelo Camillo, Rodrigo Amarante e cia.

Mundo Espelho apresenta trabalho consistente

Já em Nunca Foi Par, a banda revela um peso e melodia onde ambos bebem em outras fontes também muito fortes. Vemos desde The Hives a Autoramas mas novamente passando pelo canto correto de Daniel Camargo. Como resultado, insere sua cara na forma de trazer uma maior identidade de Mundo Espelho.

Volta encerra os trabalhos e sim, é a melhor música de Bye Bye Conforto.

Embebida por uma sonoridade indie que lembra os melhores momentos do The Strokes e uma letra que exalta amizades e traz uma carga de saudade poucas vezes vista, a canção não poderia ser mais perfeita para terminar um disco ou celebrar a vida.

Por fim, Mundo Espelho entrega um trabalho consistente e onde suas influências parecem soar mais como homenagens do que meramente imitações. Ademais, há talento para entregar mais, porém o que se ouve é de alto nível.

Bye Bye Conforto vai ser lançado nas plataformas digitais no dia 15 de setembro.

Entretanto, a banda pretende fazer uma audição do EP neste sábado (09) no Buteco do Gelobol que fica em Vista Alegre, zona norte do Rio.

Mundo Espelho – evento de audição do EP Bye Bye Conforto

Data: 09/09/2023
Horário: 18h
Local: Buteco do Gelobol – Av. Braz de Pina 1783, Rio de Janeiro, RJ.

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Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.

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Crítica

‘O Admirável Sertão de Zé Ramalho’ brilha no Teatro Prudential

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Foto mostra o elenco do musical Admirável Sertão de Zé Ramalho

“O Admirável Sertão de Zé Ramalho” é um bom musical que oferece uma bela parcela de diversão e, ao mesmo tempo, pincela a história de um magistral artista, refletindo um pouco da essência de algumas de suas principais criações. Durante as quase duas horas de espetáculo, essa imersão na vida e obra de Zé Ramalho acontece de forma tão envolvente que nem percebemos o tempo passar. Notei isso assim que terminou e lembrei de olhar o relógio. Foi um susto ver quanto tempo havia passado e logo senti uma alegria pela capacidade que o espetáculo teve.

Uma das primeiras impressões quando a cortina abre é a ausência de cenografia, o que inicialmente pode surpreender. No entanto, essa escolha pode ter sido feita para destacar ainda mais os músicos e instrumentistas, que mostram grande habilidade e paixão pela música de Zé Ramalho. Especialmente Muato brilha sempre que aparece. Porém, é impossível não mencionar a luminescência da sanfoneira Ceiça Moreno, que estreia aos 76 anos de idade no teatro encantando a plateia com sua interpretação apaixonada e voz acolhedora. Ela é uma ótima tradução de “Avôhai” e inicia o espetáculo de forma genial.

A elegância poética de Adriana Lessa

Se não vemos um cenário tão cheio de nordestinidade e cor, temos um figurino deslumbrante concebido por Wanderley Gomes, que enche o espetáculo de brasilidade. No elenco, a participação de Adriana Lessa adiciona elegância e poesia à narrativa, especialmente quando encena a história por trás da música “Chão de Giz”, em uma cena cheia de beleza poética, onde podemos apreciar a capacidade cativante dessa grande artista em falar muito com poucos gestos e expressões. Isso já vale o ingresso. É o momento em que ela empresta seu talento para dar vida a Gisa, um dos grandes amores de Zé Ramalho, que inspirou a emblemática canção, uma das minhas preferidas do músico.

Desafios de “O Admirável Sertão de Zé Ramalho”

O repertório de Zé Ramalho é tão vasto que é bastante desafiador condensá-lo em apenas duas horas de espetáculo, mas a peça procura seguir uma cronologia coerente. O texto de Pedro Kosovsky busca pintar um quadro geral da vida de Zé Ramalho, destacando algumas nuances, como suas incursões na psicodelia e na sociedade alternativa. Ademais, logicamente, o espetáculo também faz incursões na crítica política, uma característica marcante das composições desse gênio que escolheu ir contra o fluxo das massas.

Um dos pontos mais interessantes da peça é a forma como tenta equilibrar a narrativa da vida de Zé Ramalho com a história por trás de algumas de suas músicas. Isso reflete a própria complexidade do artista, que mistura elementos da cultura nordestina com influências do rock, como os Beatles. Há inclusive uma cena, que usa bem a imponente e lindíssima estrutura do Teatro Prudential, onde parece que vemos Beatles brasileiros.

Além disso, outro destaque é a interação com o público. Essa conexão cria laços emocionais e exacerba a vitalidade do espetáculo.

Em resumo, pude ver a peça a convite da crítica teatral Paty Lopes, e devo dizer que ” O Admirável Sertão de Zé Ramalho” é uma celebração da rica trajetória musical e pessoal de um dos maiores artista brasileiros. Uma experiência que faz mergulhar na complexa e fascinante jornada de Zé Ramalho.

Serviço:

Teatro Prudential

Rua do Russel 804, Glória.

De 28 de setembro a 29 de outubro

De quinta a sábado, às 20h. Domingo, 18h.

Obs: 05 de outubro não haverá apresentação

Dias 28, 29, 30 de setembro e 01 de outubro [Estreia com preços promocionais]
R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia)

A partir de 06 de outubro [Ingressos com preços normais]
Quinta e sexta – R$ 90,00 (inteira) / R$ 45,00 (meia)
Sábado e domingo – R$ 100,00 (inteira) / R$ 50,00 (meia)

*Obs.: 05 de outubro não haverá apresentação

Classificação: 12 anos
Duração: 105 MINUTOS

INGRESSOS:

Atendimento Presencial: De terça à sábado de 12h às 20h, Domingos e feriados de 12h às 19h. Em dias de espetáculos, a bilheteria permanece aberta até o início da apresentação.

Autoatendimento: A bilheteria do Teatro Prudential possui um totem de autoatendimento para compras de ingressos.

Ficha técnica:

Texto: Pedro Kosovski
Direção: Marco André Nunes
Idealização e produção artística: Eduardo Barata

Direção musical: Plínio Profeta e Muato
Direção de movimento: Caroline Monlleo
Elenco: Adriana Lessa, Ceiça Moreno, Cesar Werneck, Duda Barata, Marcello Melo, Muato, Nizaj, Pássaro, Tiago Herz e Genilda Maria (atriz stand-in)
Cenário: Marco André Nunes e Uirá
Figurinos: Wanderley Gomes
Iluminação: Dani Sanchez
Desenho de som: Júnior Brasil
Visagismo: Fernando Ocazione
Assistente de direção: Diego Ávila
Programação visual: Felipe Braga
Fotos: Cristina Granato

Assessoria de imprensa: Barata Comunicação e Dobbs Scarpa

Direção de produção: Elaine Moreira
Produção executiva: Tom Pires
Produção: Barata Produções

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