A cena musical brasileira acaba de ganhar dois novos capítulos que reforçam a diversidade de caminhos dentro da MPB. O carioca Isaac Chueke lançou em 19 de setembro seu quarto álbum, Tempo Remoto, enquanto o paulistano Jamil Akkari, aos 68 anos, apresentou no dia 12 o single Palavras, marcando sua estreia fonográfica.
No caso de Chueke, a pluralidade sonora é a marca registrada do disco. Em oito faixas, o artista passeia entre bolero, baião, samba, pop e bossa nova, explorando ritmos e colaborações diversas. A faixa-título traz um bolero sensual com percussão latina e solo de saxofone; Pirueta aparece em dueto com Rachel Goldgrob em clima pop; Tattoo, outro bolero, divide vocais com Raphael Gemal em tom bem-humorado. Já o baião À Deriva resgata memórias da pandemia, e os sambas que fecham o disco falam de separação, superação e esperança. Aos 58 anos, Chueke — que iniciou carreira no audiovisual e acumula prêmios em festivais de cinema — se firma cada vez mais como compositor versátil e atento à riqueza cultural brasileira.
Já Jamil Akkari trilha um caminho diferente, mas igualmente simbólico. Aos 68 anos, o paulista lança Palavras, seu quinto single e parte da jornada musical iniciada apenas após a aposentadoria. Inspirado em nomes como Chico Buarque, Tom Jobim, Gonzaguinha e Cazuza, Akkari aposta em uma MPB intimista com toque de folk contemporâneo. A canção reflete sobre escolhas conscientes e valores como resiliência, empatia e propósito de vida. Produzida por Sergio Bello, Palavras reforça a ideia de que nunca é tarde para dar voz a composições acumuladas ao longo do tempo.
Se Chueke propõe uma viagem sonora ampla, em que ritmos se entrelaçam em novas combinações, Akkari sugere um mergulho na poesia do cotidiano e no autoconhecimento. Dois lançamentos que, de formas distintas, reafirmam a vitalidade da música brasileira e sua capacidade de se reinventar em qualquer fase da vida.
Tempo Remoto, de Isaac Chueke, e Palavras, de Jamil Akkari, já estão disponíveis nas principais plataformas digitais.



