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Novo Matrix?

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Essa semana veio a notícia que balançou a cultura pop: Matrix terá uma continuação com Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss, feito pelas irmãs Wachowski.

Admito, assim que li fiquei sim um pouco animado. Mas aí lembrei da continuação de Blade Runner. Não achei ruim, mas… precisava?

Matrix é um clássico moderno, sem dúvidas. Lembro de assistir no cinema e a maior parte das pessoas sair meio sem entender – ou até mesmo sem gostar. Foi um fenômeno do início da cultura da convergência, termo cunhado pelo escritor Henry Jenkins no livro de mesmo nome. Tinha um DVD com animes (Animatrix), o jogo Enter the Matrix e outras plataformas fora do cinema que complementavam e ampliavam a história e aquele universo.

Convenhamos que as sequências do primeiro filme não agradaram tanto. Matrix Reloaded e Matrix Revolutions ficaram aquém das expectativas, mas a franquia já estava consolidada.

Estava no Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro assistindo a Mostra de Anime. Vi Ghost in the Shell – O fantasma do futuro. Recomendo para qualquer um, principalmente para quem gosta de tecnologia e de Matrix. Esse filme de 1995 foi uma das principais inspirações para a saga de Neo. A absorção de informações pela nuca? Está lá. Aqueles números verdes na tela? Também. Atmosfera cyberpunk? Claro. Filosofia, espiritualidade e tecnologia. Inclusive, Trinity lembra bastante a Motoko Kusanagi, protagonista do Ghost in the Shell.

Cito isto porque temos possibilidade de fazer tanta coisa nova e ficam sempre querendo voltar ao que já feito, na maioria das vezes (sempre?) com o único intuito do lucro. Daí vemos um Alladin live-action, um Rei Leão live-action (na verdade, animação em computação gráfica ultrarrealista), daqui a pouco vem A Pequena Sereia. Aí vem a desculpa de querer apresentar paras as novas gerações. Na verdade, mexem com a nostalgia dos pais, que querem assistir mais até do que os filhos.

Três Homem-Aranha do Tobey Maguire, mais dois do Andrew Garfield, mais dois com Tom Holland. Não me entendam mal. Sou fã do Aranha, o amigo da vizinhança, mas, tem tantos outros heróis que poderiam ir para tela de cinema, ou tantas histórias diferentes para serem contadas. Assim como talvez não precisássemos de um novo Matrix. É ou não é? Nem começaram a fazer e quero ver, de preferência com o Laurence Fishburne voltando como Morpheus (já li algo que querem um ator mais novo)!

A indústria quer dinheiro certo (veja as bilheterias dos novos Jurassic Park, Exterminador do Futuro e Blade Runner), todavia, criatividade e inovação sempre serão necessários, pois é o que inspira novos caminhos, num ciclo virtuoso. Como Ghost in the Shell inspirou Matrix.

Jornalista Cultural. Um ser vivente nesse mundo cheio de mundos. Um realista esperançoso e divulgador da cultura como elemento de elevação na evolução.

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Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas, com Cida Bento e Daniel Munduruku | Assista aqui

Veja o filme que aborda ações afirmativas e o racismo na ciência num diálogo contundente

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Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku

Na última quinta-feira (23), fomos convidados para o evento de lançamento do curta-metragem Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku. Aconteceu no Museu da República, no Rio de Janeiro.

Após a exibição um relevante debate ocorreu. Com mediação de Thales Vieira, estiveram presentes Raika Moisés, gestora de divulgação científica do Instituto Serrapilheira; Luiz Augusto Campos, professor de Sociologia da UERJ e Carol Canegal, coordenadora de pesquisas no Observatório da Branquitude. Ynaê Lopes dos Santos e outros que estavam na plateia também acrescentaram reflexões sobre epistemicídio.

Futura série?

O filme é belo e necessário e mereceria virar uma série. A direção de Fábio Gregório é sensível, cria uma aura de terror, utilizando o cenário, e ao mesmo tempo de força, pelos personagens que se encontram e são iluminados como verdadeiros baluartes de um saber ancestral. Além disso, a direção de fotografia de Yago Nauan favorece a imponência daqueles sábios.

O roteiro de Aline Vieira, com argumento de Thales Vieira, é o fio condutor para os protagonistas brilharem. Cida Bento e Daniel Munduruku, uma mulher negra e um homem indígena, dialogam sobre o não-pertencimento naquele lugar, o prédio da São Francisco, Faculdade de Direito da USP. Um lugar opressor para negros, pobres e indígenas.

Jacinta

As falas de ambos são cheias de sabedoria e realidade, e é tudo verdade. Jacinta Maria de Santana, mulher negra que teve seu corpo embalsamado, exposto como curiosidade científica e usado em trotes estudantis no Largo São Francisco, é um dos exemplos citados. Obra de Amâncio de Carvalho, responsável por colocar o corpo ali e que é nome de rua e de uma sala na USP.

Aliás, esse filme vem de uma nova geração de conteúdo audiovisual voltado para um combate antirracista. É o tipo de trabalho para ser mostrado em escolas, como, por exemplo, o filme Rio, Negro.

Por fim, a parceria entre Alma Preta e o Observatório da Branquitude resultaram em uma obra pontual para o entendimento e a mudança da cultura brasileira.

Em seguida, assista Nenhum saber para trás:

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