Peregrinar é uma das formas mais antigas de turismo. Existem várias formas de peregrinação. Os peregrinos podem se deslocar a pé, barco, cavalo, carro, moto, ônibus, avião ou outro meio de transporte. Milhares de pessoas em todos os anos peregrinam como séculos atrás. Por isso, se engana quem pensa que a peregrinação a pé não está em alta nos tempos atuais.
Por que peregrinar?
O cerne da peregrinação é a motivação para fazê-la, o seu caminho e destino. A peregrinação não é exclusiva do catolicismo. Judeus, muçulmanos, hindus e muitos outros peregrinam para seus templos ou locais sagrados. Ainda antes de Cristo as pessoas já peregrinavam. Por exemplo, os judeus peregrinavam à Jerusalém para celebrar o Pessach (Páscoa). A cidade chegava a receber cerca de 250 mil pessoas, ou seja, cerca de cinco vezes mais que a população da época.
Para além de turismo religioso, a peregrinação pode ser entendida como um ato de fé. Mas, e nos casos que o praticante se declara ateu ou agnóstico? A exposição a um credo é inerente a prática da peregrinação ou do turismo religioso, seja ela em qualquer uma das suas formas. Em outras palavras, o praticante pode afirmar não ter fé, mas no caminho e no destino estará exposto a pessoas, símbolos, rituais e ao “ambiente” de fé que circula em toda parte desde o início da peregrinação até seu desfecho.
Destinos
Atualmente, no catolicismo, são diversas as opções de peregrinação em todo o mundo. Na Europa, há dezenas de destinos. Entre os destaques estão Fátima (Portugal), Santiago de Compostela, Montserrat ou Ávila (Espanha), Lurdes ou La Salette (França) e Santuário de Nossa Senhora de Knock (Irlanda). Até na Polónia encontram-se inúmeros locais de veneração, como os santuários de São João Paulo II ou de Santa Faustina. Bem como Cz?stochowa, onde se encontra o ícone de Nossa Senhora de Czestochowa.
A Itália, por sua vez, tem lugar de destaque entre os europeus, com inúmeros destinos religiosos no país. Assis, Roma, San Giovanni Rotondo, Loreto e outros. Além disso, é da charmosa terra dos romanos que se acede ao Vaticano, o pequeno país-sede da Igreja Católica, e repleto de relíquias de uma das religiões com mais fiéis no mundo.
Além da Europa
Na América Latina, diversos destinos poderiam ser citados. Mas incontestavelmente são dois os grandes destaques do turismo religioso da região. O Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe (México) e o Santuário Nacional de Aparecida (Brasil). Em comum entre eles está a natureza e a devoção a Mariana dos santuários.
Na Ásia, Israel é o principal destino para os cristãos. A região é repleta de locais bíblicos do antigo e do novo testamento. Jerusalém, Nazaré, Belém, Cafarnaum e outras cidades. Como era expectável, a terra natal de Jesus recebe visitantes desde os primeiros séculos. No entanto, devido as crises de segurança, que sempre estiveram presentes na realidade da região, em alguns períodos (como atualmente) afastam os visitantes e peregrinos.
Peregrinação e economia
Os turistas religiosos (peregrinos e visitantes) têm um importante impacto na realidade econômica das cidades do turismo religioso. Comumente, as populações das vilas ou cidades que são rotas de peregrinação vivem dos serviços que prestam ou dos produtos que vendem para os turistas religiosos.
Há destinos do turismo religioso que são cidades híbridas, ou seja, têm uma vasta área e comportam inúmeros serviços, atrações culturais, industriais e outros. Estas cidades encontram no turismo religioso um complemento para sua capacidade econômica, podendo ter o foco em outros setores econômicos, mas reconhecendo o impacto que o turismo religioso tem para sua economia.
Quem sustenta a economia local são os turistas religiosos. Quando se decide fazer uma peregrinação ou visita à uma Igreja ou santuário, indiretamente assume-se o compromisso de apoiar a economia local que tanto depende daqueles que visitam a cidade.
Turismo é turismo
O turismo religioso não se desassocia de outras formas de turismo no quesito recepção dos visitantes. Por isso, o bom acolhimento no caminho e principalmente no destino é fundamental para a satisfação e bem-estar daqueles que se dispõem a praticar o turismo religioso. Alojamentos, restaurantes e a população local podem ser beneficiar do turismo religioso, que por sua vez, merece ter a devida atenção por parte dos diversos agentes envolvidos.
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