O Rock in Rio teve sua primeira edição no ano de 1985, marcando a história da música no Brasil – e meu nascimento. Fui ao festival pela primeira vez em 2001, motivado pelo Red Hot Chili Peppers. Porém, aquele adolescente que nem sonhava em ser jornalista cultual, curtiu mais a banda O Surto contagiando o público com “A Cera”. A partir daí, só não fui em 2022.
O festival sempre foi uma mistura de aventura e música, com a luta para chegar e voltar, mas com a recompensa de viver algo único. Vi Bon Jovi, Ivete Sangalo, Cidade Negra, Alicia Keys, Lenny Kravitz, Pepeu Gomes e tantos outros. Ao longo dos anos, o Rock in Rio evoluiu de um festival de música para um gigantesco evento de entretenimento, com o público mudando bastante. Entretando, algo que não muda é as gerações mais jovens se encantando com o festival. Somente quem já foi sabe o que é sentir a energia e a euforia que fluem por lá.
Em 2024 tive a honra de ir a convite da Heineken e Agência Lema para a edição de 40 anos. Busquei os ingressos no hotel Hilton Barra, e os convidados ainda tinham direito a beber a excelente Heineken 0.0 ou chopes à vontade. A simpatia e eficiência de todos que me atenderam impressionou. Fui para o Parque Olímpico já feliz e energizado. Coloquei a bandana, amarrei o cadarço do tênis mais confortável que consegui (tem que ser), preparei a disposição infinita e fui para mais um Rock in Rio inesquecível.
1985 e a Rota 85
O setor da Rota 85 do festival traz um pouco da história de 40 anos do festival e vale a visita. Entre os destaques estão o tênis coberto de lama, uma referência à edição de 1985, o qual me lembrou de como ficaram os meus calçados em 2001. Em seguida, o Global Village exibe suas fontes e prédios marcantes, enquanto a imponente Roda Gigante e o portal do musical, junto ao cinema, completam o cenário.
Aliás, trazendo um pouco mais sobre o mágico ano de 1985, foi realmente um marco na história, tanto no Brasil quanto no mundo. Grandes acontecimentos moldaram a cultura, a política e a sociedade. Além do festival que colocou o Brasil no mapa dos grandes festivais de música, 1985 também foi o ano da redemocratização do país, com o fim da ditadura militar que havia durado mais de duas décadas. A eleição indireta de Tancredo Neves, seguida de sua morte antes da posse, e a ascensão de José Sarney à presidência marcaram o início de uma nova era política.
No mundo, o Live Aid, um dos maiores eventos musicais da história, foi realizado com a intenção de arrecadar fundos para combater a fome na Etiópia, reunindo grandes artistas em shows simultâneos em Londres e na Filadélfia. No campo da ciência e tecnologia, em 1985 descobriram o buraco na camada de ozônio sobre a Antártida, alertando o mundo para as questões ambientais que viriam a ganhar ainda mais importância nas décadas seguintes.
Além disso, na cultura pop, 1985 marcou o lançamento de filmes que vi várias vezes durante a minha infância como De Volta para o Futuro e O Clube dos Cinco. Marcantes. Foi também o ano em que o videogame Super Mario Bros. foi lançado pela Nintendo, revolucionando a indústria dos games. 1985 ficou gravado na memória coletiva como um ano de transição, inovação e novos começos, tanto no Brasil quanto no resto do mundo.
Capoeira no Rock in Rio
Por fim, voltando aos dias atuais, o Instituto Gingas, de Niterói, foi convidado para se apresentar no Rock in Rio. Será no espaço Pluralidade, em frente ao Palco Mundo, no dia 21/09. Com 16 participantes, incluindo alunos do projeto “Din Down Down: Construindo Laços com a Família”, o grupo fará uma roda de capoeira inclusiva, destacando a cultura brasileira e a acessibilidade.

O fundador, Mestre Bujão, celebrou a oportunidade de participar novamente do festival, 40 anos após sua primeira experiência no evento. A apresentação reflete o compromisso do Instituto com a inclusão por meio da capoeira e da arte.
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