Sucre é uma cidade que muitos não visitam ou pulam durante o mochilão, mas vale conhecer se você for na Bolívia 😉
É a cidade mais limpa e organizada que vi no país.
Você pode fazer tudo a pé de boa, não precisa táxi, nem ônibus (tirando para o parque dos dinossauros). Tem muita juventude, muitos universitários, não é caro, e ainda tem o charmoso bairro La Recoleta com seu mirante adorável… além de um centro histórico com construções dos séculos XVIII e XIX.
Chegamos em uma segunda-feira. Na rodoviária uma mulher já nos abordou oferecendo sua hospedagem. Ela oferecia um quarto por 60 bol com café da manhã e 50 sem. Caro! A famosa armadilha para turista. Aguardamos o guichê de informações abrir, pegamos um mapa e decidimos ir na direção do centro em busca de um hostel que tivesse bom custo-benefício. Ficamos no Hostal Wara (35 bol a diária, em um quarto matrimonial pequeno, banheiro compartilhado), ao lado do Mercado Central (sem querer, querendo). Deixamos as coisas no quarto e já adentramos o mercado. Compramos frutas e uma empanada de caprese (5 bol) muito gostosa em uma lojinha chamada Sucré Salé. O cara disse que era filho de francês com boliviana. Sei lá o que ele era, masa empanada era muito boa.
O mercadinho é maneiro, sempre gosto de conhecer e comprar alguma coisa nos lugares onde passo, estando dentro do orçamento.
Saímos pelo outro lado do mercado e vimos uma rua bem urbana, cheia de lojas. Compramos um sacão de folha de coca por 5 bol. O negócio ajuda mesmo, utilizaríamos mais a frente no Parque Cretácico.
Fomos ao Museo del Tesoro – Origen Arte y Técnica en Metales y Piedras Preciosas de Bolívia, o qual fica na Plaza 25 de Mayo (25 bol). Muito interessante. A visita é guiada. Mostrava a formação das pedras preciosas, como são usadas, as formas como diversas tribos nativas utilizavam, muita coisa de geologia e história da Bolívia. É bastante bonito e didático. Um dos museus que mais curtimos na Bolívia, foi o preferido da Bárbara.
Caminhamos até o Cementerio General e de lá até o Parque Simon Bolivar. Em frente, tem um parque todo lúdico e temático com brinquedos em forma de dinossauros, e no canto algumas belas artes nos muros.
Tomamos um gostoso sorvete artesanal de canela e subimos até o bairro de La Recoleta. Bem aprazível, muitos estudantes, positive vibrations. O mirador é uma beleza, dá uma noção de porque Sucre é conhecida como cidade branca. Tomamos uma cerveja de Quinua chamada Lipeña e curtimos aquele fim de tarde puro relaxamento.
De noite jantamos no Condor Cafe, menu turístico, abre de 8:30 às 23h, tem Menu del Dia (pão, sopa, prato,bebida e sobremesa) por bom preço.
Se você quer conhecer Sucre, o caminho é por aí.
No segundo dia, fomos ao Parque Cretácico, fica aberto de terça a domingo. Tem um tal Dinobus que sai da esquina com a catedral, mas pegamos um ônibus comum – bem mais barato – por 1,50 bol em uma rua próxima (ônibus número 4 ou H). Saltamos no ponto final que fica em frente ao parque. Entrada de 20 bolivianos. Vale a pena se você gosta muito de dinossauros. Tem um mirante onde é possível ver com binóculos o grande paredão vertical de 1500×110 metros de extensão com pegadas de vários dinossauros que viveram naquela região. Já foram encontradas mais de 5000 pegadas de quatro espécies, todas do final do período cretáceo, uns 70 milhões de anos atrás. Toda aquela área ficava perto do mar, com a movimentação da cordilheira dos andes o paredão subiu e expôs as pegadas.
Na volta do parque fomos ao Convento de San Felipe de Neri, bom pra ver como é um convento escola, pela arquitetura, e, principalmente, pelo visual do terraço.
O que faltou ver em Sucre:
Cachoeira das sete quedas (trilha de 3 horas ida, 1 hora volta); Museu da Recoleta; Museu Indigena (8:30-12h/14:30-18h), estava sempre fechado quando passamos lá.
Museo Casa de la libertad (9h-12:30/14:30-17:45 (18:30)
Estrangeiro -15bol – 1h30 de visita
Não vimos este porque na segunda-feira que chegamos estava fechado, e na terça-feira teve manifestação.
Nossos gastos em pesos bolivianos em Sucre, contabilizados pela Barbara, foram:
Sucre dia 1
20 – frutas
10 – 2 empanadas caprese no mercado central
6,50 – gilete e sabonete
7 – ABS diário
5 – Folha de coca (saco que durou um mês)
12 – chocolate
2 – 2 cigarros
15/2 – almoço
8 – café
35×2 – 2 diarias no hostel Wara
0,70 – ligação Brasil não atendida
25×2 – museo do tesouro
5 – sorvete canela
35 – cerveja no cafe courmet mirador
42+5 – jantar e gorjeta
Diria que foi um dia de luxo, fugindo do clássico macarrão no albergue/acampamento. A verdade é que a Bolívia é um país bem pobre, e deveras interessante. Recomendo porque é o único lugar que o Real vale alguma coisa…
MUITO LEGAL SEU RELATO, BEM COMPLETO OBRIGADO POR COLOCAR OS PREÇOS NAS COISAS. VOCÊ PODERIA PASSAR O ENDEREÇO OU CONTATO DO HOSTEL (SE TIVER)? ESTOU INDO PRO MOCHILÃO EM JANEIRO E VOU FICAR DOIS DIAS EM SUCRE. DESDE JÁ OBRIGADO!
Hola! No geral, foi o dia em que mais gastamos na Bolívia (país barato). Esse hostel descobrimos andando e perguntando de porta em porta. Mas fica em uma saída dos fundos do mercado municipal em uma parte onde vendem muitas frutas. Logo ali pelo lado tem esse hostel wara e outros próximos 🙂
São locais que você não acha na internet, só andando mesmo por lá. Boa viagem pra você!
saudações! obrigado pelas dicas! Olha, eu levaria 7 horas de busão de uyuni até sucre e mais 12 horas pra sair de sucre até chegar a la paz, você acha que vale a pena isso pra conhcer sucre em um dia ?
Saudações! Olha, depende da sua disposição. Pensávamos em pular Sucre exatamente por causa da logística. Acabamos indo e foi um dos pontos altos do país. Como digo no post, Sucre é a cidade mais limpa e organizada que conheci na Bolívia. Dá para conhecer a maior parte das coisas caminhando. Cidade tranquila, bonita, ajeitada. La Paz é o oposto, caótica e feia, pitoresca. Sugiro o esquema de passar a noite no ônibus, assim que fazíamos entre uma cidade e outra, é menos um dia de hospedagem. Diria que sim, vale a pena! Boa viagem! 🙂