De Santiago pegamos um vôo direto para Calama. De ônibus são 24 horas. Compramos pela Sky Airlines ainda do Brasil e foi R$144 (preço bom). Chegamos em Calama e paramos em um restaurante local que tinha menu del dia por 3000 pesos chilenos.
Neste mesmo restaurante, assim que entramos, a garçonete pediu que deixássemos as mochilas mais pra dentro, em um canto específico, porque seria mais seguro. Bárbara não quis muito, mas preferi seguir o conselho. Algum tempo depois, quando já comíamos, entrou uma estrangeira com o acompanhante e a polícia. A mochila dela tinha sido furtada enquanto comia. Os policiais perguntaram algo para os funcionários do restaurante, deram uma vasculhada… Nada. A “afuerina” (estrangeira) já chorava na porta do estabelecimento. Esses caos de furto são tristemente comuns por lá (no mundo todo?).
Enquanto comia deixei minha mochila menor próxima, e, em dado momento, um cara entrou e meio que ficou perto, coladinho na minha cadeira vendo(?) televisão. Parece que aguardava uma distração, já fiquei mais ligado, e, pouco depois a garçonete veio perguntar o que ele queria por ali: “Ver o jogo!” , respondeu com ar falso, ficou sem graça e saiu.
Depois de comer fomos andando por 8 quadras até a rodoviária. Algumas vias estavam fechadas. No meio do caminho, descobrimos o porquê.
Em março é aniversário de Calama e tem o Carnaval Andino. Uma galera desfilando com trajes típicos, fantasias, aquele spray branco sujando geral. Foi divertido assistir. Pesquisei e eram 800 dançarinos, 18 bandas e 30 músicos. Ficamos um tempo e seguimos, sem saber que ainda ficaríamos jogando dominó esperando o ônibus chegar, não tinha muito horário certo…


Algumas horas depois chegamos em San Pedro de Atacama, tarde da noite. Tudo escuro e vazio. Bárbara e eu saímos do ônibus e percebi que uma belga tinha um mapa. Fomos os três seguindo naquele breu, mas sabíamos que a cidade era pequena. Perguntamos para alguns gatos pingados e achamos o centrinho da cidade com um único bar animado. Um dos que estavam na porta nos indicou o caminho do hostel que ficaríamos: Laskar. Quarto compartilhado para seis. Não achei dos melhores. Melhor seria ter utilizado o velho e bom couchsurfing, mas tudo bem.
Ainda voltei com Bárbara para aquele bar, tomei uma cerveja, curti um pouco de música típica ao vivo. Foi bom. Depois descobri que todos os bares fecham cedo por lá. Então não vá esperando baladas… O que ocorrem são festas clandestinas no meio do deserto que você descobre via fofoca ou se der sorte de alguém te convidar.
No primeiro dia, fomos no Deserto do Atacama e Lagunas Escondidas, onde tem quatro lagoas, duas nas quais se pode entrar e ficar boiando. A graça mesmo é não afundar por causa do tanto sal que tem, e você sai todo branco. Dica: cuidado com os olhos.
Não fomos na Laguna Cejar, acabamos optando somente pelas Escondidas.
Na volta vimos o pôr-do-sol na Cordillera de La Sal. Com direito a taças com Pisco e petiscos. Maior vibe.
Segundo dia, um passeio de dia inteiro e um dos mais legais: Piedras Rojas + Lagunas Altiplânicas. No caminho e nas lagoas vimos alguns dos animais silvestres típicos da região: Flamingos, Vicuñas e Viscachas.
Terceiro dia: Salar de Tara. Neste passeio vimos também a Pedra do Índio, uma grande rocha com o perfil de um indígena; as Catedrais de Tara, de frente para o Salar de Tara; e as formações rochosas de Monjes Blancos (maneiro!).



Ainda pudemos conhecer a Laguna de Aguas Calientes, que possue tal nome por ter vários pontos, olhos d’água como são chamados, onde á água sai quentinha.
Considerei esse O MELHOR PASSEIO DO DESERTO DO ATACAMA. Vê-se de tudo um pouco.
Apesar de no quarto dia, acordar de madrugada (4:30, 5h) para o espetacular Parque geotérmico de Geisers del Tatio. São 40 gêiseres, 60 termas e 70 fumarolas em uma extensão de 3 km².



Ao chegar, ainda antes do amanhecer, o frio é intenso. Porém, com o passar do tempo melhora. Aos poucos os Geiseres del Tatio se descortinam, naquele fenômeno da natureza deslumbrante.
Os gêiseres se originam pelo contato do magma vulcânico com águas subterrâneas frias formando um intenso vapor de alta pressão que busca saída através de fissuras na terra. É realmente muito impressionante e bonito.
Após a apreciação dos gêiseres fomos para um merecido banho em uma piscina de água natural termal. Que maravilha… A guia deu a dica de ficarmos na parte esquerda da terma, onde é mais quente. Dava pra sentir a água fervendo saindo debaixo da terra. Se der mole até queima!
Voltando ainda passamos no povoado de Machuca. Bem pequeno. O mais legal foi fazer amizade com o músico local e tomar um chá de Chachacoma (erva que ajuda com mal da altitude, quis provar). Tem também uma igrejinha e espetinhos de carne de Lhama.


Faltou ver o pôr-do-sol na Pedra do Coyote, mas fui embora satisfeito e sentindo ter resumido um pouco do que a região tem de melhor.
No geral, o Atacama não é barato. Essa região, até pelo grande apelo turístico, cobra tudo MUITO CARO. Vale pesquisar de agência em agência, pois são muitas. Tínhamos a ideia de ficar 7 dias por lá, mas devido aos preços altos, ficamos 5 e seguimos viagem para Bolívia.