Conecte-se conosco

Crítica

Sneakerheads | A cultura dos tênis e o caminho da informalidade

Publicado

em

sneakerheads

A série conta a história de uma dupla de amigos, a começar por Devin, interpretado pelo ator Allen Maldonado, e seu parceiro-
escudeiro Bobby, pelo ator King Bach. Ambos são fanáticos, colecionadores e loucos por tênis. Eles iniciam uma jornada
meio que inusitada na busca por marcas, coleções e modelos ímpares. Porém, o passado já os havia colocado em algumas emboscadas e fez com que eles se distanciassem, sendo que “toda chama Sneakersheads um dia reascende”.

Ao se reencontrarem, o desejo de empreender ressurge. Sendo que dessa vez, para surpresa deles, vão encontrar
bastante adrenalina e emoções pelo caminho. A comédia foi criada por Jay Longino. Devin tem um casamento com Christine, interpretada pela atriz Yaani King, e o casal possui dois filhos. Isso torna o relacionamento um pouco mais turbulento, Devin se vê a todo momento dividido entre a busca pelos tênis com os quais sonha e as obrigações como chefe da casa.

Posteriormente, para compor o grupo de sneakerheads ou seja, pessoas que dominam toda a cultura dos tênis, isso vai, desde nomes, marcas, modelos, ano de lançamento, celebridades que já usaram os modelos, até chegar a história mais dois personagens que de forma um pouco acentuada acrescentarão mais tensão e humor a trama. Nori, pela atriz Jearnest Corchado e Stuey (Matthew Josten).

Roteiro

Inicialmente, o roteiro tem boa elaboração, é interessante. A temática sobre a cultura sneakerheads traz algo que agrega ou cria identidade com pessoas, principalmente as que aderem a essa cultura ou desejam iniciar ou se aprofundar nela. Inclusive, os personagens foram interpretados com bastante naturalidade o que trouxe certa leveza às cenas.

Na primeira temporada vemos um conjunto de seis episódios cada um beirando os seus vinte e cinco minutos com cenas bem
feitas, bem dirigidas. Porém, nas finalizações dos episódios e alguns momentos faltou um desfecho ou dar uma amarrada no
roteiro.

O apego doentio à mercadoria

A princípio, o apego excessivo e algumas renúncias feitas em favor dos tênis, para quem não é um sneakerhead, demora a fazer algum sentido. Mas, ao mesmo tempo, o seu efeito de imagem e estética se torna interessante, pois o movimento criado desde as falas aos deslocamentos dos personagens na procura ou busca por algo atrai o nosso olhar. Temos uma sensação curiosa ao ver pessoas buscando por algo de forma tão intensa.

Se original ou réplica parece que por um momento não cabia aos personagens ou não era de interesse tamanho conhecimento. Já que o que mais fazia sentido era desvendar mistérios que os levassem aos tesouros que tanto almejam. Apesar de todos os pares de tênis terem sido multiplicados industrialmente em série a relação dos personagens é do tipo: esse modelo foi o único produzido ou é o último dos que foram produzidos, etc.

Por fim, nota-se a ousadia do protagonista Devin ao largar seu emprego como designer de tênis, com carteira assinada, algo que talvez o desse mais estabilidade ou garantia, por algo meio que duvidoso, onde o lucro poderia não ser certo. Trocar o certo pelo duvidoso, o formal pelo informal. Em seguida, ele acaba lidando com mercadorias ilegais, sem notas fiscais ou alguma documentação que as reconhecessem, o que coloca sua vida, índole e dignidade em total risco. Afinal, uma série sobre uma subcultura.

Enfim, veja o trailer:

Todavia, veja mais em seguida:

Maconha, sentença ou esperança? Confira 4 séries que abordam a erva
Pousando no Amor | Série da Netflix ajuda a entender o dorama e a cultura coreana
I may destroy you | Entenda porque é a melhor série do ano

Anúncio
Clique para comentar

Escreve o que achou!

Cinema

Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas, com Cida Bento e Daniel Munduruku | Assista aqui

Veja o filme que aborda ações afirmativas e o racismo na ciência num diálogo contundente

Publicado

em

Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku

Na última quinta-feira (23), fomos convidados para o evento de lançamento do curta-metragem Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku. Aconteceu no Museu da República, no Rio de Janeiro.

Após a exibição um relevante debate ocorreu. Com mediação de Thales Vieira, estiveram presentes Raika Moisés, gestora de divulgação científica do Instituto Serrapilheira; Luiz Augusto Campos, professor de Sociologia da UERJ e Carol Canegal, coordenadora de pesquisas no Observatório da Branquitude. Ynaê Lopes dos Santos e outros que estavam na plateia também acrescentaram reflexões sobre epistemicídio.

Futura série?

O filme é belo e necessário e mereceria virar uma série. A direção de Fábio Gregório é sensível, cria uma aura de terror, utilizando o cenário, e ao mesmo tempo de força, pelos personagens que se encontram e são iluminados como verdadeiros baluartes de um saber ancestral. Além disso, a direção de fotografia de Yago Nauan favorece a imponência daqueles sábios.

O roteiro de Aline Vieira, com argumento de Thales Vieira, é o fio condutor para os protagonistas brilharem. Cida Bento e Daniel Munduruku, uma mulher negra e um homem indígena, dialogam sobre o não-pertencimento naquele lugar, o prédio da São Francisco, Faculdade de Direito da USP. Um lugar opressor para negros, pobres e indígenas.

Jacinta

As falas de ambos são cheias de sabedoria e realidade, e é tudo verdade. Jacinta Maria de Santana, mulher negra que teve seu corpo embalsamado, exposto como curiosidade científica e usado em trotes estudantis no Largo São Francisco, é um dos exemplos citados. Obra de Amâncio de Carvalho, responsável por colocar o corpo ali e que é nome de rua e de uma sala na USP.

Aliás, esse filme vem de uma nova geração de conteúdo audiovisual voltado para um combate antirracista. É o tipo de trabalho para ser mostrado em escolas, como, por exemplo, o filme Rio, Negro.

Por fim, a parceria entre Alma Preta e o Observatório da Branquitude resultaram em uma obra pontual para o entendimento e a mudança da cultura brasileira.

Em seguida, assista Nenhum saber para trás:

Por último, leia mais:

Fé e Fúria | Documentário inédito estreia no Canal Brasil no novo Dia Nacional do Candomblé

Andança – Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho | Crítica (viventeandante.com)

Yoga De Rua | Enfim, conheça o extraordinário na simplicidade (viventeandante.com)

Continue lendo
Anúncio
Anúncio

Cultura

Crítica

Séries

Literatura

Música

Anúncio

Tendências